Senadores Fernando Collor e Benedito de Lira votam a favor da PEC dos Gastos Públicos em 1º turno no Senado
Fernando Collor de Mello (PTC) e Benedito de Lira (PP) |
Os senadores alagoanos Fernando Collor de Mello (PTC) e Benedito de
Lira (PP) votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC
55/2016), na noite desta terça-feira. A votação no Plenário do Senado só
terminou nas primeiras horas da madrugada desta quarta-feira (30).
A PEC 55 estabelece um teto para os gastos públicos nos próximos 20
anos. Foram 61 votos favoráveis e 14 contrários. Os senadores se
revezaram com discursos favoráveis e contrários à proposta durante sete
horas no Plenário.
Após a análise de destaques apresentados pela oposição para fazer
mudanças no texto — todos eles rejeitados — a sessão foi encerrada à
0h35 da quarta-feira (30). A votação em segundo turno da PEC do Teto de
Gastos está programada para 13 de dezembro.
Teto de Gastos
De acordo com o texto aprovado, a partir de 2018 e pelos próximos 20
anos, os gastos federais só poderão aumentar de acordo com a inflação
acumulada conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA).
O novo regime fiscal valerá para os orçamentos Fiscal e da Seguridade
Social e para todos os órgãos e poderes da República. Dentro de um mesmo
poder, haverá limites por órgão.
Existirão, por exemplo, limites individualizados para tribunais,
Conselho Nacional de Justiça, Senado, Câmara, Tribunal de Contas da
União (TCU), Ministério Público da União, Conselho Nacional do
Ministério Público e Defensoria Pública da União.
O órgão que desrespeitar seu teto ficará impedido de, no ano seguinte,
dar aumento salarial, contratar pessoal, criar novas despesas ou
conceder incentivos fiscais, no caso do Executivo.
A partir do décimo ano, o presidente da República poderá rever o
critério uma vez a cada mandato presidencial, enviando um projeto de lei
complementar ao Congresso Nacional.
Regra Geral
A inflação a ser considerada para o cálculo dos gastos será a medida
nos últimos 12 meses, até junho do ano anterior. Assim, em 2018, por
exemplo, a inflação usada será a medida entre julho de 2016 e junho de
2017.
Para o primeiro ano de vigência da PEC, que é 2017, o teto será
definido com base na despesa primária paga em 2016 (incluídos os restos a
pagar), com a correção de 7,2%, que é a inflação prevista para este
ano.
Exceções
Algumas despesas não vão ficar sujeitas ao teto. É o caso das
transferências de recursos da União para estados e municípios. Também
escapam gastos para realização de eleições e verbas para o Fundeb.
Saúde e educação também terão tratamento diferenciado. Esses dois
pontos vêm gerando embates entre governistas e oposição desde que a PEC
foi anunciada pelo presidente Michel Temer.
Para 2017, a saúde terá 15% da Receita Corrente Líquida, que é o
somatório arrecadado pelo governo, deduzido das transferências
obrigatórias previstas na Constituição.
A educação, por sua vez, ficará com 18% da arrecadação de impostos. A
partir de 2018, as duas áreas passarão a seguir o critério da inflação
(IPCA).
Alterações rejeitadas
Foram rejeitados todos os destaques apresentados pela oposição e que
foram votados separadamente. O primeiro, de autoria do senador Humberto
Costa (PT-PE), retiraria do congelamento de gastos os recursos da saúde e
da educação (55 votos contra 17).
O segundo, também de Humberto Costa, pedia a realização de um referendo
popular em 2017 para que os brasileiros pudessem decidir se concordam
ou não o novo regime fiscal proposto pelo governo federal (51 votos
contra 15).
Por fim, o destaque da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) sugeria
um limite de gastos também para o pagamento de juros e encargos da
dívida pública da União (52 votos contra 16).
Assista matéria veiculada no site do Senado Federal sobre a votação da PEC 55:
Assista matéria veiculada no site do Senado Federal sobre a votação da PEC 55:
Por Agência Senado
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