Maior desmatamento já registrado pela FPI em Alagoas atinge área equivalente a 800 campos de futebol entre Traipu e Batalha

Foto.: FPI 

Uma área equivalente a cerca de 800 campos de futebol foi devastada entre os municípios de Traipu e Batalha, em Alagoas, em um dos maiores crimes ambientais já flagrados durante ações da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco. A descoberta ocorreu na terça-feira (19) e resultou no 23º auto de infração contra o proprietário da mesma fazenda, que já acumula mais de R$ 14 milhões em multas por danos ambientais.

Segundo os órgãos de fiscalização, trata-se do maior desmatamento já identificado durante uma etapa da FPI no estado. Parte da vegetação destruída havia sido derrubada recentemente, com indícios claros da continuidade do crime. O procurador da República Érico Gomes, coordenador da FPI Alagoas, afirmou que, diante da reincidência, novas medidas investigativas e punitivas mais rigorosas serão adotadas. “Estamos diante de um grande infrator ambiental. Vamos buscar ações mais efetivas para interromper essa devastação na região”, declarou.

A atuação dos órgãos ambientais ocorre em duas frentes: na esfera administrativa, com multas e embargos aplicados pelo Ibama; e na judicial, com possíveis bloqueios de bens e exigência de recuperação ambiental por meio de ações civis e criminais movidas pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual.

De acordo com Felipe Tenório, analista do Ibama e coordenador da equipe Flora, os impactos do desmatamento vão além da perda de vegetação. “Ameaça a biodiversidade, compromete o equilíbrio climático, agrava a escassez de água e atinge diretamente comunidades que dependem da natureza. Combater esse tipo de crime é responsabilidade de todos”, afirmou.

A gravidade do caso reforça a urgência de medidas concretas contra a destruição ambiental, tema que estará no centro dos debates da COP-30, marcada para 2025 em Belém. A conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas terá entre seus focos principais a redução do desmatamento, uma das maiores fontes de emissão de gases do efeito estufa. Para Érico Gomes, as ações da FPI estão alinhadas com esse objetivo. “Reduzir o desmatamento ilegal é essencial para mitigar o aquecimento global e avançar em direção ao desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Durante a operação, peritos do Instituto de Criminalística também iniciaram investigações sobre a possível aplicação de desmatamento químico na área devastada. Foram recolhidas 15 embalagens de herbicidas, além de amostras do líquido encontrado, que serão analisadas em laboratório para confirmar sua composição. Perfis genéticos também foram coletados nas tampas dos recipientes, na tentativa de identificar os responsáveis pelo uso e descarte do material.

O uso de produtos químicos para destruir vegetação nativa e o descarte irregular desses resíduos no meio da mata intensificam os danos ambientais, com risco de contaminação do solo e ameaça à fauna local. Os laudos periciais devem embasar novas medidas legais contra os envolvidos.

A ação de fiscalização contou com a participação de equipes do Ibama, do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e da Polícia Científica.








Por Ascom FPI 

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