Prefeituras de AL fazem cortes para evitar parcelar salário de servidores

                          AMA orienta prefeitos a manter serviços essenciais e reclama de posição da União


                                 Marcelo Beltrão disse que os prefeitos estão no limite da capacidade financeira


Cortar na carne, reduzir custos e apertar o cinto viraram palavras de ordem entre prefeitos e governadores em todo o país para evitar gastos desnecessários e conseguir manter o equilíbrio financeiro. Assim como o governador Renan Filho e o prefeito de Maceió Rui Palmeira não descartam ter que recorrer ao parcelamento de salários ou atraso nos pagamentos, os demais prefeitos do Estado não deixam de cogitar a possibilidade.

De forma geral, as prefeituras de Alagoas sentem os impactos resultantes das constantes quedas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A isto, somam-se a queda na arrecadação e em muitos casos os altos custos para manter programas federais de atenção básica.

O resultado, como aponta o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo Beltrão, é recorrer a cortes de despesas para evitar o caos no município. “A AMA vem orientando que os prefeitos ajustem suas despesas com as receitas, além de cortar gastos com grandes eventos, custos que não são essenciais, redução de combustível, entre outras medidas. Todos os prefeitos, principalmente os de municípios menores, são os que mais têm sofrido com a crise”, afirma.
Outro ponto levantado por Beltrão é com relação ao posicionamento do Governo Federal, que vem arrecadando sem partilhar com os municípios, além de praticar desonerações e municipalizar programas sociais.
“Desde 2009 já são R$ 121,4 bilhões que deixaram de ser repassados aos municípios alagoanos. Os custos com os programas são altos e chegam a ficar a cargo das prefeituras mais da metade dos custos. Os programas federais também precisam ser ajustados para equilibrar as finanças”, defendeu.
O prefeito Manoel Tenório, de Quebrangulo, conta que reduziu em 15% os salários dos servidores comissionados, incluindo o do prefeito e do vice, além de reduzir 25% os custos com obras, combustível e outros serviços julgados de menor importância.
“O governo federal coloca em segundo plano as prefeituras, mas é um problema que atinge todo o brasil. Nós estamos conseguindo manter em dia os pagamentos, mas a continuidade vai depender do equilíbrio financeiro. Se as coisas não melhorarem, ficará difícil. O Rio Grande do Sul e Sergipe já anunciaram que vão pagar em duas parcelas os servidores, agora Pernambuco também oficializou. Tudo é reflexo de queda nas receitas e estamos fazendo o possível para reverter isso”, disse.
Para o presidente da AMA, o parcelamento dos salários acaba sendo um paliativo à crise, que não resolverá por completo a situação. Ele disse que a Associação trabalha em conjunto com outras entidades para sensibilizar a União para que haja ajuste nas despesas delegadas aos municípios. “A população precisa conhecer os números e entender o motivo dos cortes e reduções. Os prefeitos estão se adequando e estamos em constantes reuniões para montar uma estratégia para retomar o equilíbrio”, completou.

Por Cada Minuto

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