Secretário quer tirar AL da liderança na violência até dezembro deste ano
Gestor apresentou dados e falou de perspectivas anunciadas pelo Governo do Estado
Secretário Alfredo Gaspar de Mendonça: “O Ministério da Justiça
fará um pacto nacional para que o assunto seja tratado de forma
cristalina e com isso o topo (criminalidade), tenham certeza, jamais
será nosso” (Foto Dárcio Monteiro)
Alagoas deverá sair do patamar elevado no ranking nacional de
violência até dezembro deste ano. A convicção é do secretário de Estado
da Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, em entrevista
concedida neste domingo (30) ao jornalista Ricardo Motta, da TV
Pajuçara. Na ocasião, o gestor da Segurança Pública fez um raio-x da
situação na área e apresentou projetos do Governo do Estado, entre eles
a convocação da reserva técnica do concurso da Polícia Militar e a
implantação do projeto ‘Bico Legal’ para os policiais.
“Pretendemos que até dezembro o Estado saia de vez do patamar elevado
com o qual convive há anos, haja vista a redução nesses oito meses. Mas
posso garantir que Maceió e Alagoas sofrem muito pela lealdade com os
números”, afirmou. E citou exemplos. “Outros estados tratam de forma
diferente a contabilidade. Em Sergipe, por exemplo, não contabilizam
confronto com a polícia. Na Paraíba, tentativa de homicídio com morte da
vítima no hospital também não se conta. O Ministério da Justiça fará um
pacto nacional para que o assunto seja tratado de forma cristalina e
com isso o topo, tenham certeza, jamais será nosso’, ressaltou Gaspar de
Mendonça.
Reserva técnica
Questionado sobre como fazer tanto com tão pouco, o secretário
reportou todos os méritos à tropa que vai à rua. Destacou o respeito e
também a palavra empenhada pelo governador Renan Filho em relação à
convocação da reserva técnica da PM ainda este ano. Ciente da baixa que
sofrerá a tropa com cerca de 400 homens e mulheres indo para casa, ele
esclareceu. “O governador, além da parte técnica, tomará decisão
política. Assim foi com a repactuação herdada do outro governo. A
reserva técnica foi compromisso de campanha e está na sua agenda
diária”, garantiu.
Além disso, o gestor informou sobre nova decisão do Governo que é a
retirada de mais policiais de alguns órgãos como fez anteriormente. ‘”A
decisão do governador Renan Filho é fundamental e teremos mais trezentos
homens nas ruas. Já tem o novo estudo, uma nova engenharia e novo pacto
com os poderes como o Ministério Público e o Tribunal de Contas”.
Bico Legal
O assunto é intermediado pelo secretario desde o inicio e é anseio da
tropa. A pretensão é de evitar a exposição de agentes da Segurança
Pública em serviços fora da corporação. Paralelamente a convocação da
Reserva Técnica há o propósito da implantação do bico legal que é
desejado pela tropa. Não podemos deixar nossa tropa desguarnecida em
serviço extraoficial exposta aos bandidos”, enfatiza o secretário.
Confrontos
Um dos momentos da entrevista tratou da questão dos confrontos entre
criminosos e as polícias. Alfredo Gaspar deixou claro que não há
determinação para executar ninguém, mas ressaltou que o policial não
pode esperar cortesias quando é recebido à bala. E não fugiu dos
números. “Agora em agosto estaremos com os mesmos números do ano
passado, cerca de setenta. Não há ordem para matar. Mas também não
precisa o policial levar um tiro e com seu sangue justificar a morte de
um bandido. Um cientista político disse que seria hipocrisia exigir que
um policial vá à lida de frente e entregar flores, e é verdade”,
asseverou Gaspar de Mendonça.
Milícias
“O que o secretário não quer é policiais integrantes de milícias e
corpos sendo enterrados em cemitérios clandestinos espalhados pelo
Estado. A polícia perdeu quatro a cinco agentes e entregamos todos os
criminosos, exceto dois, à Justiça. Fomos lá, buscamos e entregamos com
vida. Lembram do Estado do Amazonas e São Paulo? Se aqueles episódios
(as chacinas) fossem aqui o mundo tinha caído”, avaliou o gestor.
O secretário defendeu mais uma vez os policiais, mas lembrou que
serve apenas aos bons. “O policial criminoso não merece vestir a farda.
Mas eu tenho uma tropa compromissada e idônea e serei sempre um
pára-choque para o bom policial”, reafirmou.
Política de Estado
“Fazer segurança pública não é somente responsabilidade do Estado, é
do município e do Governo Federal. Escolas em tempo integral, quadra de
esportes nas comunidades, programas de cultura, tudo isso servirá de
grande suporte para nós. O governador tem um pensamento moderno e tenho
certeza de que engrenará nisso. Já tivemos escola integral inaugurada,
mas não é somente dele a obrigação”.
Sobre a participação ativa em operações e momentos em que pensou em
desistir, Gaspar de Mendonça foi enfático: “ Tivemos momentos críticos
com paralisações dos policiais na operação-padrão, paralisação dos
agentes, as queimas dos ônibus, mas a segurança pública mostrou que está
unida e isso me fortaleceu. Fazer segurança pública é dormir com um
problema e acordar com um maior. Não existe um secretário mais
inteligente ou o salvador da Pátria. Existe o que ouve orientações e
divide a problemática. Vou às operações para demonstrar apoio. Encontrei
um soldado molhado na chuva, no Jacintinho, e tive o maior prazer de
lhe apertar a mão e dizer: ‘obrigado, Alagoas precisa de você’”,
destacou.
“No dia em que não conseguir atingir os meus propósitos na pasta, entrego o cargo”, finalizou o secretário.
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