No Sertão Alagoano, escola sem banheiro obriga alunos fazer necessidades no mato

                                                             Prédio não é reformado há mais de cinco anos
Escola sem banheiro obriga alunos fazer necessidades no mato

Cerca de 150 crianças na faixa etária entre 3 e 9 anos de idade e que residem nos povoados Timbaúba e Manteiga, na zona rural do município de Batalha, a 185 quilômetros de Maceió, estão sendo obrigadas a estudar em condições subumanas.

Meninos e meninas enfrentam o calor insuportável, típico do Sertão, e ainda não têm acesso ao banheiro, sendo obrigados a fazer suas necessidades fisiológicas no meio do mato.

O caso foi registrado pela reportagem da Tribuna Independente no Povoado Manteiga, onde as crianças tiveram de deixar o prédio da Escola Municipal Luis Pereira de Melo, há cerca de cinco anos, por conta de rachaduras e outros problemas na estrutura da unidade de ensino.

Os alunos foram colocados em uma casa pequena alugada com dois cômodos.
Segundo relato de uma professora, que pediu que o nome não fosse revelado, a proprietária do imóvel fechou o banheiro e deixou ordem expressas para que não fosse aberto.

“Quando as crianças precisam usar o banheiro, levamos para a casa de parentes e até de vizinhos, que ficam sensibilizados com a situação. As que moram um pouco mais distantes e não têm condições de se deslocarem para outro local, infelizmente fazem suas necessidades no mato”, frisou.
A educadora conta que algumas crianças chegaram a urinar na carteira escolar, o que, para ela, é uma situação bastante constrangedora”, afirmou a professora.

Procurado pela reportagem da Tribuna Independente, o promotor de justiça Luiz Cláudio Pires, disse que ainda não tinha sido informado da situação pela qual estão sendo submetidas as crianças dos povoados Timbaúba e Manteiga.

“Estou sabendo através de vocês, mas prometo que na próxima terça-feira, dia 30, vou visitar o local e depois entrar em contato com as autoridades municipais, para que as providências sejam tomadas. É um problema sério”, observou o promotor.

Secretária diz que escolas estão sendo reformadas

Além da melhoria da estrutura física das escolas, os professores aguardam a negociação salarial que foi iniciada com o ano letivo de 2016. A categoria tem na pauta três reivindicações: a prestações de contas do município, referente ao ano de 2015, o reajuste do governo federal de 11,36% sobre o piso do professor, e a atualização do PCC (Plano de Cargos e Carreira).

Para os representantes do sindicato, o plano vai beneficiar não só apenas os professores, como também todos os funcionários de apoio.
A gestão atual se comprometeu que vai atender todas as reivindicações da categoria ainda este mês.
A secretária de Educação de Batalha, Alba Jane Pimentel, revelou que desde o início de sua gestão à frente da pasta, em 2013, a equipe tem trabalhado no sentido de garantir melhorias no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

“Esses esforços se estendem a todos os educadores e funcionários. Das vinte unidades de ensino do município, oito já foram reconstruídas e outras doze receberam reparos e manutenção”, salientou a secretária, frisando que, no caso da Escola Luiz Pereira Melo, no Povoado Manteiga, a reforma deve ocorrer em curto espaço de tempo.

“Estamos seguindo um cronograma de reformas desde dezembro do ano passado. Já entregamos vários prédios e o da escola do povoado Manteiga está entre as prioridades”, completou a secretária.

Por Tribuna Independente

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