Deputado alagoano diz que recursos do Canal do Sertão "irrigaram" o Petrolão
Segundo MPF, Obra foi uma das que mais sofreram com a corrupção
O deputado federal João Henrique Caldas (PSB), repercutiu ontem, no
plenário da Câmara, a denúncia do Ministério Público Federal de que o
Canal do Sertão é mais uma das obras que sofreu com a corrupção.
Nesta 26ª fase da operação Lava Lato, o Ministério Público Federal
(MPF) afirmou que os pagamentos feitos pela Odebrecht estão atrelados a
diversas obras e serviços federais e também a governos estaduais e
municipais. Dentre as obras investigadas está a do Canal do Sertão.
Esta nova fase foi embasada na delação premiada de Maria Lúcia
Tavares, ex-funcionária da Odebrecht, que trabalhava no Setor de
Operações Estruturadas. Ela havia sido presa na 23ª fase da operação e
decidiu colaborar com as investigações.
Em pronunciamento na Câmara, JHC lembrou o dia internacional da água e
lamentou o gasto de mais de um bilhão de reais na obra, “há suspeitas
de que esses recursos não irrigou o solo arenoso do sertão alagoano, mas
irrigou as contas do petrolão, irrigou as contas dos investigados na
operação Lava Jato”, disse.
A estimativa é de, ao menos, R$ 66 milhões em propina tenha sido
distribuída entre 25 a 30 pessoas. Este valor, segundo a Polícia Federal
(PF), estava disponível em apenas uma das contas identificada como
pertencente à contabilidade paralela da empresa.
Foram expedidos 110 mandados judiciais nos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Minas
Gerais, Pernambuco e no Distrito Federal. A atual fase foi batizada de
Xepa.
Além do Canal do Sertão, segundo o procurador Carlos Fernando dos
Santos Lima, a operação também investiga irregularidades na Arena
Corinthians, na Supervias, no Aeroporto de Goiânia e na Trensurb, do Rio
Grande do Sul.
“Essa obra do canal do sertão, infelizmente, teve a finalidade de
engordar uma folha paralela da corrupção institucionalizada em nosso
país. É lamentável que se faça fortuna em cima da corrupção, ainda mais
dos que mais precisam daqueles que vivem em situação de extrema
vulnerabilidade e sem água”, concluiu JHC.
Por Cada Minuto
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