Polícia Federal investiga oito casos de trabalho escravo em Alagoas
A Superintendência da Polícia Federal em
Alagoas investiga oito casos de trabalho escravo. Os inquéritos –
relativos às irregularidades registradas em mineradoras e usinas nas
cidades de Joaquim Gomes, Rio Largo e União dos Palmares – devem ser
finalizados entre seis e 18 meses.
Em entrevista coletiva realizada na
manhã desta quarta-feira, 27, na sede da PF, o superintendente em
exercício, delegado André Costa, informou que entre 20 e 50
trabalhadores são mantidos em regime análogo à escravidão em cada usina
ou mineradora investigada.
“Hoje, o trabalho escravo é praticado de
forma dissimulada. Os trabalhadores não são trancafiados como
antigamente, mas são submetidos a situações degradantes de trabalho”,
disse o delegado.
Em
Alagoas, as situações mais encontradas são locais com ausência de
condições sanitárias, falta de Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) e uma jornada de trabalho não especificada. Os trabalhadores
também têm documentos retidos, não são alimentados e dormem em locais
inapropriados. Além disso, foram registrados casos de exploração de
menores de idade e indígenas.
Dia de Combate ao Trabalho Escravo
O delegado aproveitou a oportunidade
para lembrar o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, neste dia
28. A data foi instituída em homenagem ao assassinato dos auditores
fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista
Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de
Oliveira, no ano de 2004, quando apuravam denúncia de trabalho escravo
na zona rural da cidade de de Unaí (MG).
Nesta quinta-feira, 28, em Alagoas,
não haverá nenhuma ação durante a data, mas o delegado orienta que os
trabalhadores denunciem qualquer forma de trabalho escravo. As
denúncias podem ser feitas pelo próprio trabalhador ou familiares na
Polícia Federal, no Ministério do Trabalho e Emprego ou na Delegacia
Regional do Trabalho e Emprego. Os interessados podem ligar para a PF
através do telefone 3216-6700.
Após a denúncia, o MTE em parceria
com a PF realiza a fiscalização, que pode acarretar na prisão dos
empregadores além de multa. A pena de prisão varia entre 2 e 8 anos e
pode ser aumentada se houver registro de menores e motivação por
preconceito.
Na coletiva, o delegado informou
ainda que em Alagoas não há muitos registros de trabalho escravo. Os
estados com maior incidência são Minas Gerais, Pará, Goiás, São Paulo e
Tocantins.
Por Alagoas 24 horas
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