Obras para construção de cisternas estão paradas há mais de 1 ano em AL
Entre 2012 e 2014, 1.250 cisternas deveriam ter sido construídas.
Seiscentas famílias esperam há mais de 1 ano pela tão prometida cisterna.
Entre 2012 e 2014, 1.250 cisternas deveriam ter sido construídas. Seiscentas famílias esperam há mais de 1 ano pela tão prometida cisterna. As cidades citadas foram Inhapi, Água Branca e Piranhas/AL (Reprodução - TV Gazeta/Globo)
No sertão de Alagoas, obras para construção de cisternas, para amenizar os efeitos da seca, estão paradas há mais de um ano.
Agricultor que tem uma cisterna em casa, armazena até 16 mil litros de
água da chuva, e consegue atravessar parte do período de seca sem
depender de carro-pipa.
Uma construção simples e barata, um socorro para famílias de sertanejos
que sofrem sem água. Mesmo assim há desperdício do dinheiro público,
com obras que começam e não terminam. Os moradores de uma vila esperam
há mais de um ano pela construção de cisternas que nunca passaram de
alguns buracos.
Em três municípios do sertão de Alagoas, Água Branca, Piranhas e
Inhapi, 600 famílias esperam há mais de um ano pela tão prometida
cisterna. Dona Edite da Conceição precisa da ajuda dos parentes para ter
água em casa.
"Se tivesse a cisterna aqui era coisa boa. Nós tínhamos para beber,
gastar, fazer o que nós quiséssemos com a água”, diz Edite da Conceição,
aposentada.
Mil duzentas e cinquenta cisternas deveriam ter sido construídas entre
2012 e 2014. A maioria, 1.177 em Inhapi, 571 ou não foram construídas ou
estão inacabadas, como uma na casa do Seu Valdir José dos Santos, que
nunca juntou água da chuva porque faltam as calhas e os canos.
"Acaba comprando um carro de água por R$ 200, faz falta para a comida da pessoa”, lamenta Valdir José dos Santos, agricultor.
Cada cisterna custa em média R$ 2 mil. O Governo Federal manda o
dinheiro para o governo estadual, que não constrói as cisternas. ONGs e
associações recebem o dinheiro e a missão de tocar as obras. O Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Inhapi, culpa uma dessas organizações, a
Central estadual das Associações de Agricultores Familiares, pelo
abandono das cisternas nos três municípios.
"A explicação que eles dão é que faltou recurso. Isso a gente sabe que
não é verdade, porque a verba já veio", afirma Rosilene Bezerra da
Silva, secretária geral Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
O assessor técnico da Ceapa confirma que a associação recebeu R$ 1,5
milhão, em duas parcelas, mas diz que o dinheiro não foi suficiente, e
que espera a liberação de uma terceira parcela de R$ 1 milhão para
concluir os serviços.
"A Secretaria de Agricultura se comprometeu de até o final dessa semana
está liberando para a gente voltar os trabalhos em campo, que hoje
estamos parados por conta disso", diz José Klebson Moreira, assessor do
Ceapa.
O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que os recursos para a
construção das cisternas já foram repassados para o governo de Alagoas. A
Secretaria de Agricultura do estado declarou que interrompeu as obras
porque encontrou problemas na prestação de contas das entidades
responsáveis pelo programa e que, depois de cumpridas as exigências, as
cisternas devem ficar prontas em, no máximo, 60 dias.
Por Jornal Nacional.
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