TJ/AL solicita ao Estado de Alagoas que operações policiais sejam registradas em áudio e vídeo
Policiais em Santa Catarina utilizam câmeras acopladas aos uniformes. |
A Coordenadoria de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) encaminhou ofício
ao governador Renan Filho solicitando que o Estado cumpra decisão do
Superior Tribunal de Justiça (STJ) e registre as operações policiais por
meio de áudio e vídeo. A medida, segundo o desembargador Tutmés Airan, é
importante e dá mais transparência ao trabalho da polícia.
"Até
para legitimar essa ação e proteger os bons policiais, é preciso filmar
o comportamento dos agentes, limitando a atuação e dando transparência
republicana a ela", disse Tutmés, ressaltando que as provas deverão ser
preservadas enquanto durar o processo e que o prazo para o Estado
aparelhar e treinar os policiais é de um ano.
A
decisão dada pela 6ª Turma do STJ, no início de março, determina ainda
que o ingresso de policiais em residências de suspeitos seja feito com
declaração assinada pela pessoa que autorizou, indicando sempre que
possível testemunhas do ato. "Seguidas vezes o aparelho policial,
sobretudo em relação às classes populares, viola domicílios por entender
que naquele momento está sendo cometido algum crime. Isso tem sido uma
prática rotineira e muito excessiva, daí a preocupação do STJ de fixar
parâmetros controladores da ação policial", explicou o desembargador.
Para
Tutmés Airan, a decisão do STJ representa um marco civilizatório que
precisa ser aplaudido. "Considero uma decisão histórica pela sua
importância. Não é qualquer suspeita de que naquele domicílio se está a
cometer crime que autoriza a sua invasão. É preciso mais do que uma mera
suspeita. É necessário haver indícios consistentes", reforçou.
O ofício da Coordenadoria de Direitos Humanos do TJAL foi encaminhado na última segunda-feira (5).
Por Ascom TJ/AL
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