Casal de Inhapi, no sertão de Alagoas, relata experiência em casamento por videoconferência

Imagem TJ/AL
O dia tão aguardado finalmente havia chegado. José Erisvaldo, de camisa social engomada, calça jeans e sapato lustrado, adentrou no cartório de Inhapi acompanhado de Cícera Maria, no alto de uma sandália amarela e com um vestido branco, como reza a tradição. Juntos há 14 anos, eles finalmente teriam a união oficializada por um juiz.

O magistrado, no entanto, não estava no local. Ele se encontrava em Aracaju, a mais de 280 km de distância. A cerimônia mesmo assim aconteceu, nessa quinta-feira (23), por videoconferência.

"Achei meio estranho casar assim, mas deu tudo certo. O importante é estar casado", disse Erisvaldo.

O noivo afirmou que, diante da incerteza do que vem pela frente, preferiu casar logo. "Ninguém sabe até quando esse negócio [pandemia] vai durar. Estamos numa situação que só Deus".

Cícera contou que não sabia que um casamento podia ser realizado dessa maneira. "Quem avisou pra gente foi o oficial do cartório. Achei bom porque pude realizar o meu sonho".

Os casamentos em vários estados passaram a ser realizados de forma remota para evitar aglomerações e a proliferação do novo coronavírus. Em Alagoas, o procedimento foi autorizado e disciplinado por provimento da Corregedoria-Geral da Justiça, publicado no último dia 16.

No cartório, permanecem apenas o oficial de registro, os noivos e duas testemunhas, todos procurando manter a devida distância uns dos outros. O juiz oficializa a união por chamada de vídeo no whatsapp ou no google hangouts.

Tirando a ausência do magistrado e a quantidade reduzida de pessoas no cartório, a cerimônia não foi muito diferente do que costumava ser antes da pandemia. Teve troca de alianças, beijo apaixonado, assinatura de papeis, salva de palmas e desejos de felicidade.

"Que seja realmente um matrimônio profícuo e proveitoso. Que sejam felizes", desejou o juiz Marcos Linhares, da Comarca de Mata Grande. A documentação relativa ao processo de habilitação do casal chegou ao magistrado por e-mail.

"Acredito que o uso dessas tecnologias é um caminho sem volta, pois muitas ferramentas contribuem para a celeridade processual, economia de recursos, aumento da produtividade e otimização do trabalho", avaliou.

O oficial do cartório de Inhapi, Paulo Costa, disse ter gostado da experiência. "Estou feliz pela tecnologia estar ajudando a população inhapiense. Era um desejo deles e esse problema [do coronavírus] complicou bastante, mas foi uma experiência muito boa".

Por Ascom TJ/AL

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