Sesau orienta municípios a ampliarem oferta de mamografia bilateral em Alagoas
Em 2016, a Sesau assegurou na Programação Pactuada Integrada da Assistência (PPI-AL) a realização de 50.435 mamografias de rastreamento Olival Santos |
Os municípios devem ampliar a oferta dos exames de mamografia
bilateral, como forma de realizar o diagnóstico do câncer de mama
precocemente e, desse modo, aumentar as chances de cura dos pacientes. A
orientação é de Carmen Nascimento, coordenadora do Programa de Saúde da
Mulher da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que durante este mês
está desenvolvendo diversas ações em alusão ao Outubro Rosa.
Carmen Nascimento salienta que os municípios estão seguindo a rotina
de rastreamento mamário normalmente. No entanto, é necessário que eles
aumentem a oferta desses exames durante o mês de outubro, por ser
dedicado à busca ativa de casos de câncer de mama.
“Temos muitas mortes que poderiam ter sido evitadas, caso a paciente
tivesse feito o rastreamento em tempo oportuno. Por isso, estamos
solicitando que os municípios incrementem essas ações, com o intuito de
que seja feita a busca ativa nas mulheres, principalmente na faixa
etária entre 50 a 69 anos, pois a incidência do câncer de mama aumenta
progressivamente”, evidencia a coordenadora.
Em 2016, a Sesau assegurou na Programação Pactuada Integrada da
Assistência (PPI-AL) a realização de 50.435 mamografias de rastreamento
(mulheres assintomáticas na faixa etária de 50 a 69 anos) em todo o
Estado. Do total pactuado, os municípios realizaram, até julho deste
ano, 17.928 mamografias, com um alcance de meta de 35,54%.
“A mamografia é o instrumento que permite a detecção precoce do
câncer, pois mostra lesões em fase inicial, ainda muito pequenas,
medindo milímetros. Se diagnosticado e tratado precocemente, os
resultados são razoavelmente bons”, garante. No Brasil, o diagnóstico
ainda é feito em estágios mais avançados da doença. Segundo o Instituto
Nacional do Câncer (Inca), o de mama é a segunda maior causa de morte de
mulheres no País.
De acordo com Carmen Nascimento, evitar a obesidade, por meio de
dieta equilibrada e prática regular de exercício físicos, são
recomendações básicas para prevenir o câncer de mama, porque o excesso
de peso aumenta o risco de desenvolver a doença.
Como sintomas, a coordenadora do Programa de Saúde da Mulher da Sesau
alerta que podem surgir alterações na pele que recobre o seio, como
abaulamentos ou retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto semelhante à
casca de laranja. Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. O
sintoma do câncer palpável é o caroço no seio, que pode ser acompanhado
ou não de dor. Podem também surgir nódulos perceptíveis na axila.
Embora a hereditariedade seja responsável por apenas 10% do total dos
casos, mulheres com história familiar de câncer de mama, especialmente
se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) tiveram a doença
antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver o câncer. A
recomendação da técnica do Programa de Saúde da Mulher da Sesau é que
esse grupo deve ser acompanhado por médico a partir dos 35 anos.
Laço Rosa - O alerta para a técnica de enfermagem
Silvia Maria Gomes, de 54 anos, veio durante o autoexame, em 2011. O
carocinho no seio esquerdo chamou sua atenção, mas não causou desespero.
Jovem, sem casos de câncer na família, ela sempre manteve hábitos
saudáveis, com exercícios e dieta adequada. Nada indicava estar no alvo
do câncer de mama. Preocupada com a saúde, ela submeteu-se à mamografia e
ao exame de ultrassonografia sem peso na consciência.
Dias depois, ao ouvir do especialista que aquela ondulação mamária
era um tumor, e que seria necessário extrair a mama, Silvia Maria Gomes
caiu no chão do consultório. “Quando descobri a doença, logo pensei na
morte. Fiquei angustiada e ao mesmo tempo desesperada, como se tudo já
estivesse acabado. Foi muito difícil, mas recebi o apoio incondicional
da minha família e amigos que me aguardavam do lado de fora”, disse.
Ao iniciar o tratamento, teve que ter disciplina e enfrentar o
sacrifício. A rotina seria subordinada ao horário dos remédios, e a
agenda às sessões de tratamento no hospital. Ela teria de receber as
drogas das 12 quimioterapias por meio de um cateter que já estava
implantado no lado direito do tórax. Sentiria náuseas, ficaria cansada e
estressada. Os cabelos cairiam. Sua pele e sua carne seriam
literalmente queimadas nas sessões das 30 radioterapias. Durante algum
tempo, que ainda não era possível definir, a vida ficaria em suspenso,
na dependência do resultado de exames minuciosos e invasivos.
Reconstrução – De acordo com Silvia Maria Gomes, a
decisão em não fazer a reconstrução mamária surgiu logo após ela postar
uma foto em sua linha do tempo no Facebook, que mostrava mãe e filha
segurando uma rosa vermelha próximo do local da extração da mama. Não
imaginava que a ideia fosse receber tantas curtidas entre os amigos, que
também inundaram a seção de comentários com as mais diversas mensagens.
A técnica de enfermagem sentiu palpitar uma veia para comunicação até
então desconhecida. “A primeira coisa que eu pensei foi: quero chamar a
atenção das pessoas, por meio de palestras gratuitas, que existem
vários tipos de beleza sem a reconstrução mamária. Sou linda e feliz
desse jeito tão meu, próprio”, contou ela, entusiasmada.
Segundo Sílvia, é fundamental que todas as mulheres que passam por
esse processo possam sentir orgulho de si mesmas. “Não sinta vergonha do
seu corpo. Seja livre e tenha poder sobre ele”, aconselha. Totalmente
curada, ela reforça, ainda, que “é preciso aprender a banalizar um pouco
o peito, pois ele não pode, em hipótese alguma, ser um grande tabu em
nossa vida. O amor-próprio é a melhor das receitas para a felicidade,
pois é valorizando que nos cuidamos e ficamos prontos para os desafios
que a vida nos impõe”, concluiu.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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