Rio São Francisco celebra 516 anos de descobrimento nesta quarta-feira (4), conheça a sua história

Imagem Adalberto Gomes
Nesta quarta-feira, 04, o Rio São Francisco, apelidado carinhosamente como "Velho Chico", está completando 516 anos de descobrimento. O rio São Francisco foi descoberto em 04 de outubro de 1501,  e recebeu este nome devido ter sido descoberto no de São Francisco, sendo  um dos mais importantes cursos d’água do Brasil e da América do Sul,  passa por cinco estados e 521 municípios, sendo sua nascente geográfica no município de Medeiros e sua nascente histórica na serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, centro-oeste de Minas Gerais. 

O  percurso do Rio São Francisco atravessa o estado da Bahia, fazendo sua divisa ao norte com Pernambuco, e fazendo a  divisa natural dos estados de Sergipe e Alagoas  e  deságua no oceano Atlântico, drenando uma área de aproximadamente 641 000 km². Seu comprimento medido a partir da nascente histórica é de 2 814 km, mas chega a 2 863 km quando medido ao longo do trecho geográfico.

Conheça mais sobre a descobrimento do Rio São Francisco

Na manhã de 4 de outubro de 1501, uma expedição exploradora comandada por Américo Vespúcio e Gonçalo Coelho, outros falam em André Gonçalves-, chega a foz de um grande rio, em território brasileiro, que os índios chamavam de Opará, em tupi, rio-mar. O rio São Francisco estava descoberto e fora batizado assim, porque surgiu no dia deste santo. Antes, em 10 de junho, os mesmos comandantes haviam passado no litoral paraibano e fundado a Baía de Acajutibiró, nome que o navegante florentino depois mudou para Baía da Traição, talvez por ter assistido a uma cena de antropofagia.


Os “intérpretes” da armada, conhecedores de vários idiomas e dialetos afroasiáticos, estavam em dúvida: Que língua era aquela falada pelo povo de pele acobreada e cabelo azeviche visto em bandos por alí? O tupi não era ainda conhecido dos portugueses, e o povo visto a andar em grupos pelas margens, no caso do rio São Francisco era os Caetés e, de Baía da Traição, os potiguara. Ambos praticavam o canibalismo em rituais, um costume condenado pelos portugueses exploradores, rigorosos católicos praticantes. 

Com o correr do tempo, o São Francisco, assim batizado por ser descoberto no dia deste santo, passou a ser chamado rio das Borboletas, rio da Unidade Nacional por ser navegável em mais de 80% de sua extensão e ocorrer somente em solo brasileiro, rio dos Currais, por causa da evolução da cria de gado em suas margens, e o Nilo Brasileiro, por banhar áreas inóspitas, de solo estéril e permitir irrigação para o cultivo agrícola.


Fronteira natural entre cinco Estados
 
Nos dias atuais, o Velho Chico percorre cinco estados brasileiros, sendo fronteira natural entre Minas Gerais/Bahia, Bahia/Pernambuco e Alagoas/Sergipe. Na segunda década do Século XXI, ele é responsável pelo fornecimento de energia elétrica para grande parte do Nordeste, concentra um dos maiores plantios de arroz do país em suas margens, irriga as maiores culturas de melão e cebola do Norte/Nordeste, incentiva o turismo e é cenário constante de filmes e novelas. Em uma delas, Velho Chico, um fato trágico aconteceu no dia 15 de setembro de 2016, passado, o afogamento do ator Domingos Montagner.

Nas margens do rio quinhentista, se destacam registros de romances famosos, rotulados de tragédias: Lampião e Maria Bonita foram mortos pela polícia alagoana em Angicos, num braço do rio que passa em Sergipe, em 28 de julho de 1938. O industrial Delmiro Gouveia, o primeiro homem a utilizar a potência hídrica do rio como força motriz, acabou assassinado perto da Cachoeira da Pedra, em 10 de outubro de 1917. Antes, em 1712, o bandeirante Pascácio de Oliveira Ledo, que desbravou parte do Sertão e Cariri da Paraíba, cometeu a façanha de atravessar o rio a cavalo, com a noiva grávida na garupa, para escapar da perseguição dos parentes da moça, que queriam matá-lo.

Agora, o desmatamento e as impurezas que atingem o São Francisco e suas margens, já ameaçam o Farol da foz do São Francisco, construído fora da arrebentação em 1873 e, hoje, dentro d’água. O avanço do mar forçou a evacuação dos moradores da Vila do Cabeço. Atualmente, nem os barcos podem circular nesta área, por causa do perigo formado pelos redemoinhos.

São Francisco em Alagoas

A passagem do São Francisco por Alagoas tem início no rio Moxotó, afluente que divide Pernambuco e Alagoas, nos municípios de Delmiro Gouveia e Pariconha, região do cânion do Xingó e da barragem do mesmo nome. Após percorrer cerca de 278 km, deságua no oceano Atlântico no município de Piaçabuçu. Além do Moxotó, outros afluentes no estado são os rios Capiá, Riacho Grande, Ipanema, Traipu e Piauí.
O berço do São Francisco fica na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, em Minas Gerais. Da nascente, ele percorre cerca de 2.800 quilômetros até desaguar no Oceano Atlântico, passando por cinco estados: além de Minas Gerais, o rio banha as terras de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe.

Todo o vale sanfranciscano ocupa uma área aproximada de 620 mil quilômetros quadrados, incluindo 505 municípios, com uma população de cerca de 18,2 milhões de pessoas.
 
Imagens do Rio São Francisco em Delmiro Gouveia, Olho D'Água do Casado, Piranhas e Canindé de São Francisco-SE/Imagens arquivo pessoal Adalberto Gomes
 































Por Redação  Blog Adalberto Gomes Notícias

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