Exposição resgata obras-primas do artista alagoano Manoel da Marinheira

Exposição “A Floresta Encantada Manoel da Marinheira”, no Complexo Cultural anexo do Teatro Deodoro, apresenta nesta quinta-feira (27) 60 esculturas do pioneiro e dos filhos e discípulos que formam a família Marinheira
Exposição “A Floresta Encantada Manoel da Marinheira”, no Complexo Cultural anexo do Teatro Deodoro, apresenta nesta quinta-feira (27) 60 esculturas do pioneiro e dos filhos e discípulos que formam a família Marinheira Adaílson Calheiros
Nos 101 anos do genial artista popular alagoano Manoel da Marinheira (1916-2012), a Revista Graciliano, da Imprensa Oficial de Alagoas, inaugura na próxima quinta-feira (27), às 20h, a temporada da exposição “A Floresta Encantada Manoel da Marinheira”, no Complexo Cultural anexo do Teatro Deodoro. São 60 esculturas do pioneiro e dos filhos e discípulos que formam a família Marinheira.

Um concerto com o grupo de cordas da novíssima Orquestra Filarmônica de Alagoas vai dar o tom na abertura da mostra. No repertório, uma trilha sonora composta por obras de música popular, erudita e clássica, exclusiva para o espetáculo em homenagem a Manoel da Marinheira.

A exposição é gratuita e aberta ao público e vai até o final de julho. A mostra faz parte da programação oficial das comemorações dos 200 anos de emancipação política de Alagoas e tem o apoio da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal).

Manoel deixou para a família e seus discípulos a arte de tirar dos troncos de jaqueiras inativas peças que mostram o imaginário da fauna do planeta - de miniaturas a obras colossais - como onças, leões, peixes, macacos, tatus, antas, hipopótamos, gatos egípcios, elefantes, jacarés, tubarões e esculturas compostas de grande dimensão multifacetadas.

Na produção do espetáculo foram utilizados quatro caminhões-baús, com o apoio de 24 carregadores e mais guinchos e empilhadeiras, para transportar um volume de mais de 15 toneladas de esculturas maciças de madeira, trazidas do Museu Manoel da Marinheira, que está localizado na fazenda Bento Moreira, em Boca da Mata, Zona da Mata alagoana.

O acervo é do colecionador Jorge Tenório, da Usina Triunfo, um aficionado pelas esculturas de Manoel da Marinheira e sua família, entre eles André, Antônio, Severino, Manoel Filho e o discípulo Fábio. O Museu foi aberto em 2005, e possui mais de 1.200 peças. 

“Nossa maior intenção é lançar Manoel da Marinheira em sua verdadeira dimensão, como um dos maiores artistas populares brasileiros. As esculturas de Manoel da Marinheira e de seus filhos e discípulos formam um legado magnífico para Alagoas, para o Brasil e para o mundo. Manoel e a família Marinheira transformaram a pequena Boca da Mata em um santuário de Arte Popular, e suas peças ganharam o mundo, expostas em galerias e coleções. Com esta exposição, o público poderá ver de perto a grandiosidade e o imaginário dos artistas”, afirma o presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Marcos Kummer.

A presidente da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), Sheila Maluf, destacou a representatividade do artista. “É uma honra receber o trabalho de Manoel da Marinheira e de seus discípulos no Complexo Cultural Teatro Deodoro. O grande mestre autodidata que, além de fazer as obras com primazia e levar o nome de Alagoas para o mundo, ainda deixou um legado maior que foram os ensinamentos aos alunos. Convidamos a todos que prestigiem a nossa arte popular”, ressaltou a diretora.

Família de artistas populares

As esculturas da exposição A Floresta Encantada de Manoel da Marinheira, além das peças do próprio mestre, são de autoria de quatro dos vinte filhos que ele teve em dois casamentos. Cada um tem seu estilo, mas sempre seguindo a matriz clássica dos traços e cortes de Manoel da Marinheira. Severino é o mais emotivo. Seu estilo exala pura poesia. Antônio possui traços rústicos, com pureza de formas. Manoel Júnior vai além, na sua busca por formas imaginativas, representada em suas impactantes composições. André é o líder dos irmãos, tem estilo versátil e inovador. Fábio Batista, único dos expositores que não é filho de Manuel, mas discípulo, também é destaque com suas peças de grande porte.

A Revista Graciliano, que realiza a mostra, tem como tema de capa, em sua mais recente edição, O Manifesto da Arte Popular, com reportagem sobre os grandes escultores da madeira, também homenageia Manoel da Marinheira. A revista está à venda em bancas e livrarias.

Um concerto para Manoel

A abertura da exposição de Manoel da Marinheira será em grande estilo, com um concerto em cordas em homenagem ao escultor alagoano pela Orquestra Filarmônica de Alagoas (OFAL), formada por músicos independentes, que trazem na bagagem a experiência profissional, individual e coletiva, uma vez que fizeram parte da Orquestra Sinfônica da Ufal (OSU). O concerto será uma pré-estréia da temporada da filarmônica, que tem na agenda apresentações em Arapiraca (dia 28), e o concerto “Orquestra é o maior barato”, no próximo dia 2 de agosto, na programação do projeto da Diteal que é sucesso de público, o Teatro Deodoro é o Maior Barato.

 Por Blog Adalberto Gomes Noticias com Agência Alagoas

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