Alagoano vence o crack e se torna um empreendedor de sucesso

Após 10 anos de dependência química, o cabeleireiro e barbeiro Francisco Amorim se livra das drogas e abre o próprio negócio na Ponta Verde
Francisco, hoje com 35 anos, está há mais de um ano sem fazer uso de entorpecentes
Francisco, hoje com 35 anos, está há mais de um ano sem fazer uso de entorpecentes Ascom/Seprev
Largar o entorpecente é o maior desafio para um dependente químico. A reconstrução da vida após a dependência torna-se, muitas vezes, ainda mais árdua. O cabeleireiro e barbeiro Francisco Amorim conheceu de perto os caminhos tortuosos das drogas. Aos 25 anos, viciou-se em crack e mergulhou na sarjeta. Após 10 anos de luta diária, ele venceu a dependência química e se transformou num empreendedor de sucesso.

Em 2005, Francisco usou crack pela primeira vez com um amigo. “Era uma quarta-feira, estávamos na casa dele quando experimentei. Eu sabia da existência do crack, mas até então nunca tinha visto. A primeira sensação é de alívio, de liberdade, de prazer intenso. Tudo isso num tempo curto de cinco minutos. Mas rapidamente, o corpo pede mais e mais. Perdemos nossas forças e num piscar de olhos ficamos dependentes daquilo”, explicou Francisco.

Com o uso frequente da droga, Francisco passou a se isolar. “As pessoas começaram a me olhar com outros olhos. Aos poucos, a droga nos exclui da sociedade, fazendo com que percamos nossa dignidade e nosso respeito. A gente se sente oprimido, depressivo, fraco, o que nos faz buscá-la ainda mais”, ressaltou.

Com a vida devastada pelo crack, o cabeleireiro conta que a dependência afetou também a família. “Nossos pais viram codependentes, sofrem conosco. O vício arrasa todo mundo a nossa volta. O crack faz a gente se tornar um rato-de-esgoto. Faz com que busquemos os lugares mais sombrios como refúgio, não importa se for debaixo de uma ponta ou num terreno sujo baldio”, revela.

Após anos de humilhação e de muitas tentativas de se livrar das drogas, o empreendedor encontrou na comunidade acolhedora Shalon, situada em São Miguel dos Campos, uma luz no fim do túnel para se reerguer. Shalon é uma das 37 instituições credenciadas pelo Governo de Alagoas, por meio da Rede Acolhe, um programa da Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev) que oferece tratamento terapêutico gratuito a dependentes químicos em Alagoas.

A instituição acolhedora foi, para ele, a principal oportunidade de superação. “A comunidade é uma porta que se abre para dar início ao tratamento. Mas é preciso muita força de vontade. Lá, encontramos pessoas dispostas a nos ajudar. No entanto, é necessário aproveitar isso para ter consciência de que é possível viver sem drogas”, esclareceu.

Francisco, hoje com 35 anos, está há mais de um ano sem fazer uso de entorpecentes. Ao sair da comunidade, ele chegou a trabalhar num reconhecido centro de beleza em Maceió. Com muita luta, abriu o próprio negócio com um sócio. Em seu empreendimento, uma barbearia localizada na Ponta Verde, Francisco conquistou clientela cativa e colhe frutos da reconstrução de sua vida.

 Blog Adalberto Gomes Noticias com Agência Alagoas

Nenhum comentário

Adalberto Gomes Noticias . Imagens de tema por MichaelJay. Tecnologia do Blogger.