Descarte ilegal de lixo é um dos principais problemas ambientais de Alagoas
Imagem Ilustrativa |
Sofás, vasos sanitários, carcaça de animais e muito lixo acumulado em
terrenos baldios, transformados em lixões. Esses são apenas alguns
elementos cotidianos que demonstram o problema da destinação incorreta
do lixo em Alagoas, que afeta o meio ambiente e a população. Além disso,
nos meses de chuva, ruas e avenidas ficam alagadas por conta dos
resíduos que obstruem galerias de águas pluviais
Diariamente, moradores de várias partes do Estado procuram a imprensa
para denunciar os abusos. Em Maceió, emissoras de rádio e TV, sites e
jornais são acionadas pela população, que documentam as denúncias com
fotos e vídeos dos flagrantes de irregularidades.
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) vem autuando de forma
sistemática empresas e prefeituras que não respeitam a legislação
ambiental, no que diz respeito ao descarte de resíduos sólidos. Mas as
irregularidades persistem e tem a ver com hábitos e costumes da
população, segundo especialistas.
“Não existe uma cultura voltada para a destinação correta de resíduos,
ainda é frequente flagrar pessoas jogando lixo pela janela do carro ou
moradores queimando seus descartes em terrenos baldios, principalmente
no caso de municípios cuja coleta pública de lixo tem restrições”,
explica o biólogo alagoano Maurício Carnaúba.
Depois de acumulado pelo homem, o lixo precisa sofrer ao menos três
processos básicos: acondicionamento, coleta e destinação final. A
primeira etapa envolve a população, em seus domicílios, ambientes de
trabalho e espaços públicos. Depende de educação, campanhas de
esclarecimento e adoção de boas práticas. Quando realizada corretamente,
torna mais rápida e econômica as demais fases do processo.
“Geralmente a coleta de lixo é uma tarefa executada por profissionais
em limpeza urbana, devidamente treinados e que atendem a população de
forma planejada, com horários pré-estabelecidos e seguindo regras
definidas entre o poder público e as empresas contratadas para esse
fim”, afirma Keylle Lima, diretor executivo da Alagoas Ambiental,
responsável pela Central de Tratamento de Resíduos Metropolitana (CTR),
situada no município de Pilar.
Lima explica ainda que, após a coleta, a última fase envolve o
tratamento e a destinação final dos resíduos. “A legislação brasileira
prevê regras que devem ser seguidas pelos municípios, mas que ainda não
estão sendo implementadas em sua totalidade, na maioria dos estados
brasileiros, incluindo Alagoas”, explica o executivo da empresa, que
também será responsável pela implantação da Central de Tratamentos de
Resíduos do Agreste, em Craíbas.
Nessa fase, com exceção dos casos em que há separação do lixo
reciclável, quando outras etapas são cumpridas antes, o lixo deve ser
transportado para locais especiais como as centrais de tratamentos de
resíduos. Nas CTRs, o lixo é depositado, compactado e coberto com
sucessivas camadas de terra, para não ficar exposto e, com isso,
minimizar sua ação nociva ao homem e ao meio ambiente.
A correta execução de todas essas fases contribui decisivamente para
aumentar a qualidade de vida nos municípios. “Por isso, uma das
preocupações da Alagoas Ambiental é com a informação. Divulgar dados,
elaborar encontros e palestras, abrir o espaço nas CTRs para uma maior
compreensão do nosso trabalho, é uma das missões da empresa”, esclarece
Keylle Lima.
Por Sete Segundos
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