MATA GRANDE: Juiz considera procedente denúncias de improbidade administrativa contra o prefeito de Mata Grande
Jacob Brandão poderá perder mandato, se ação for julgada procedente (JG Notícias)
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O juiz da Vara do Único Ofício da comarca de Maravilha, João Dirceu
Soares Moraes, julgou procedente, no último dia 15 deste mês, a ação
civil por ato de improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério
Público do Estado (MPE/AL), através da Promotoria de Justiça de Mata
Grande, contra o prefeito do município, Jacob Brandão, o ex-secretário
de finanças, Gabriel Brandão, e o empresário Kleber Malaquias.
O processo, onde os três são denunciados por irregularidade em
contratos firmados pela prefeitura, foi protocolado na comarca de Mata
Grande, mas o juiz responsável, Jairo Xavier Costa, se declarou suspeito
para julgar a ação e a remeteu para o magistrado substituto, nesse
caso, o da comarca de Maravilha.
No referido processo, o promotor de Justiça Cláudio José Moreira
Teles afirma que foram encaminhados pelo Ministério Público Federal
(MPF) à Promotoria de Justiça da qual faz parte cópias de processos que
relatam a prática de atos irregulares com relação a contratos
administrativos celebrados pelo município.
Segundo o que foi relatado na ação de improbidade, o prefeito Jacob e
o então secretário de finanças - que é primo dele - teriam firmado um
contrato com o empresário Kleber Malaquias de forma ilegal, pelo fato do
município não ter realizado processo licitatório.
O MPE/AL acusa os primos de terem se utilizado de uma situação de
emergência pela qual passava o município na época para celebrarem um
contrato de locação de veículos, cujo valor perante a lei exigia
realização de licitação.
O empresário Kleber afirmou publicamente em entrevistas concedidas a
rádios e outros veículos de comunicação do estado que pagou propina ao
prefeito e ao irmão dele, o presidente da Câmara Municipal, Júlio
Brandão, além do ex-secretário Gabriel Brandão, que é primo dos dois.
Malaquias afirmou que o prefeito tinha exigido R$ 13.800,00 como
condição para que pudesse receber o pagamento referente ao serviço
prestado.
Ainda publicamente, o empresário afirmou que mesmo pagando a propina
exigida, o prefeito e o irmão não quitaram os valores referentes ao
aluguel dos veículos. O mesmo disse também que pagava a prestação de um
veículo Pajero, carro de luxo pertencente ao vereador Júlio Brandão, e
que tinha como provar todas as acusações divulgadas.
Também na referida ação de improbidade, o Ministério Público pede
liminarmente a indisponibilidade dos bens de Jacob, Gabriel e Kleber,
além da condenação dos três à perda da função pública e dos valores
acrescidos indevidamente ao patrimônio dos mesmos, suspensão dos
direitos políticos, aplicação de multa civil, proibição para que não
possam contratar com o poder público e ressarcimento dos danos causados
aos cofres públicos de Mata Grande.
Os três têm 15 dias defender das acusações na Justiça, mas se de fato
a ação for julgada procedente, o prefeito será afastado do cargo e seu
primo, o ex-secretário Gabriel Brandão, que seria um possível candidato à
sucessão de Jacob na prefeitura, terá o sonho de chefiar o Executivo
Municipal abortado, antes mesmo de se lançar como candidato.
Por Minuto Sertão.
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