Com apoio da Codevasf, piscicultura familiar gera trabalho e renda em Coruripe

Em Alagoas, o fomento à piscicultura familiar vem se mostrando uma excelente estratégia de Desenvolvimento Regional. De olho na oportunidade de geração de trabalho e renda, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) apoia a estruturação e o crescimento de projetos de piscicultura familiar, a exemplo da Associação Eco Peixe, que reúne atualmente diversas famílias na criação de tilápia em 210 tanques-rede, na barragem Vitor Montenegro Wanderley, no município de Coruripe (AL). Somente no ano passado, cada associado da Eco Peixe recebeu cerca de R$ 5 mil de participação nas atividades.

Uma dessas famílias é a de Paula Regina Moraes, que mora no povoado Pindorama, zona rural do município de Coruripe. O marido de Paula é agricultor e ela trabalha com revenda de diversos produtos na comunidade onde mora. A piscicultura entrou na vida da família como uma alternativa de complementação de renda familiar.

Antes de entrar na atividade, ela se capacitou ao participar do curso de Piscicultura do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), ofertado em Coruripe. “Para entrar na associação, fizemos o curso de Piscicultura do Pronatec. Não dependo somente do peixe. Mas aqui é um complemento de renda, além de uma terapia. A gente se estressa em casa e chega aqui e fica mais tranquila. Assim estamos indo e tudo dando certo. Eu também sou revendedora. Pego o peixe e repasso para ganhar mais uma renda extra além da participação no cultivo”, contou piscicultora familiar que está grávida à espera da segunda filha e vê na renda extra um futuro melhor para a família.

A família de Cosme Albino, que mora no povoado Barreiras, no mesmo município, também é uma das associadas da Eco Peixe. Filho de agricultores, ele tem na pesca a sua atividade principal, mas descobriu na piscicultura um caminho para melhorar a renda familiar. Atualmente ele exerce a função de presidente da associação e descreveu a rotina de trabalho dos piscicultores familiares.

“Hoje temos 13 pessoas na associação. O trabalho é feito por grupos de quatro ou cinco pessoas. Cada dia vem um desses grupos que coloca a ração, seleciona os peixes e, finalizado o trabalho, vão embora no final da tarde. No outro dia já vem outro grupo fazer o mesmo trabalho. O peixe que selecionamos para venda tem peso entre 300 a 400 gramas e vendemos para um comparador de Arapiraca. Hoje tiramos entre 4 a 5 toneladas. Às sextas-feiras, vendemos peixe aqui no galpão da associação e chegamos a comercializar entre R$ 1 mil a R$ 1,3 mil de pescado”, relatou o presidente da Eco Peixe.

Os trabalhos dos piscicultores familiares da Eco Peixe tiveram início em 2012 com o apoio da Codevasf e da Prefeitura Municipal de Coruripe. Segundo o técnico em Aquicultura da Codevasf, Vinicius Dias Filho, que atua no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba, a Companhia, por meio dessa unidade, trabalhou para a estruturação do projeto de piscicultura familiar e hoje acompanha o desenvolvimento da iniciativa com o repasse mensal de alevinos.

“Estamos apoiando a Eco Peixe desde o início a partir do fornecimento dos tanques-rede e da ração destinada ao primeiro ciclo. Após esse ciclo inicial, a Codevasf continua a apoiar o projeto com o repasse mensal de alevinos, que hoje está em torno de 30 mil. Fazemos ainda o acompanhamento do cultivo com orientações para os piscicultores”, afirmou o técnico em Aquicultura da Codevasf. Ele ainda revelou que a Codevasf está apoiando uma criação de tambaqui realizado pela associação ainda em fase de teste.

A criação de tilápia e os testes com a criação de tambaqui são acompanhados pelo engenheiro de pesca da Prefeitura de Cururipe, Jaime Calumby. Ele detalhou como é realizado esse trabalho. “O acompanhamento técnico dos projetos de piscicultura existentes em Coruripe é feito semanalmente. Três vezes por semana, compareço à Eco Peixe, onde nós fazemos a biometria, o ajuste do arraçoamento e a repicagem de todos os alevinos já prontos para mudar de fase. Sempre que necessário, fazemos uma reunião a fim de esclarecer e trocar conhecimento para solucionar os problemas do cultivo”, expôs o engenheiro de pesca.

O presidente da associação Eco Peixe destaca o apoio da Codevasf que permitiu o sucesso do projeto de piscicultura familiar. “O apoio da Codevasf é muito importante, pois sem isso nós estaríamos praticamente sem pés e sem mãos, estaríamos quebrados. A prefeitura solicita os alevinos e a Codevasf nos atende”, comemorou Comes Albino.

A proposta do Secretário Municipal de Industria, Comércio e Economia Solidária de Coruripe, Manoel Santos, é que a piscicultura seja fomentada no município não mais como complementação de renda, mas sim como uma atividade principal na renda familiar e, para isso, pretende continuar contando com o apoio da Codevasf.

“Estamos trabalhando para que em um futuro próxima a piscicultura não seja apenas uma atividade de complementação de renda para essas famílias, mas que seja a própria renda principal. Estamos tentando fazer com que aquela renda que, ao nosso ver, é pequena, se transforme em algo sustentável. Que não seja necessário que o piscicultor trabalhe em dois ou três lugares. Temos aqui mais oitenta tanques-rede para outros projetos de piscicultura, que poderão não ser nesta mesma barragem. Estamos com projetos para desenvolver a piscicultura no município, inclusive com o funcionamento de uma unidade de beneficiamento de pescado. A parceria da Codevasf é fundamental para desenvolver a atividade, não somente pelos alevinos que são fornecidos, mas principalmente pela troca de experiências técnicas. Sem a Codevasf, poderíamos até continuar, mas seria com bastante dificuldades”, declarou o secretário.

Além da Codevasf e da Prefeitura Municipal de Coruripe, por meio da Secretaria Municipal de Industria, Comércio e Economia Solidária, a Associação Eco Peixe conta também com o apoio da Usina Coruripe, que cedeu uma área de 1 hectare da barragem Vitor Montenegro Wanderley para colocação dos tanques-rede. 

Por ASCOM CODEVASF

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