Lacen/AL explica métodos para identificação de nova variante da Covid-19
Antes de enviar amostra à Fiocruz, Lacen faz o sequenciamento genético Tiago Duarte Texto de João Victor Barroso |
Com o surgimento da variante da Covid-19, Alagoas se tornou mais um Estado brasileiro a ter o registro da nova cepa do vírus em circulação. Para a identificação da variante P1 do novo coronavírus, o Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) realiza a análise da amostra e, confirmando o caso, utiliza métodos de seleção antes de enviar o material para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, laboratório de referência nacional indicado pelo Ministério da Saúde (MS).
Um dos critérios é a busca ativa de pacientes que viajaram para algum dos estados em que a nova cepa está em circulação ou que tiveram contato com alguém que esteve em alguma dessas localidades. De acordo com Anderson Brandão, gerente do Lacen/AL, outra frente de trabalho feita pelo órgão é a busca aleatória, no qual alguns diagnósticos feitos pelo laboratório alagoano são selecionados e enviados para a Fiocruz.
“Esses exames são encaminhados para a Fiocruz, local onde será feito o sequenciamento genético para indicar quais variantes estão presentes naquelas amostras. Nos exames da busca ativa vamos confirmar ou não da suspeita da infecção daquele paciente pela nova cepa. E na busca aleatória, nós vamos conhecer, de uma forma amostral, quais são as variantes que estão em circulação no Estado”, explica o gerente do Lacen/AL.
A seleção dessas amostras enviadas pelo Lacen/AL à Fiocruz é feita com base na carga viral, que deve ser alta para que o sequenciamento genético aconteça de maneira eficaz. “Quando os exames para a detecção da Covid-19 chegam até o Lacen/AL, todas as amostras são processadas, e separadas seguindo alguns critérios, e a identificação dessa variante só acontece quando é possível isolar esse vírus, e para isso é preciso que a carga viral do paciente esteja alta. E nos casos em que os pacientes positivos apresentarem uma carga viral baixa, não será possível isolar o vírus e o sequenciamento não poderá ser feito”, explicou Anderson Brandão.
O Ministério da Saúde definiu o laboratório da Fiocruz como referência para fazer esse monitoramento. Todas as amostras são processadas seguindo um mesmo critério, passando pelos mesmos profissionais e utilizando os mesmos equipamentos. A estratégia do ministério foi utilizada para evitar qualquer tipo de divergência no resultado de identificação das variantes.
Pacientes manauaras – O Lacen/AL também solicitou a análise para a detecção da nova cepa da Covid-19 em todos os pacientes que vieram de Manaus (AM) para serem tratados em Maceió, após o colapso da rede hospitalar da capital amazonense.“Vale ressaltar, que esses pacientes já estavam em um período mais avançado da doença e muitos deles já não possuíam partículas virais ativas, que pudessem contaminar outras pessoas. Mas, apesar disso, o Estado de Alagoas buscou fazer o sequenciamento genético para saber se esses pacientes possuíam ou não a nova variante da covid-19”, disse o gerente do Lacen/AL.
Sintomas iguais – De acordo com Anderson Brandão a variante P.1 da Covid-19 possui os mesmos sintomas clínicos da antiga cepa do vírus. “A única diferença que estamos notando até agora é a transmissibilidade do vírus, que está tendo um poder de disseminação maior, com isso ele consegue se espalhar muito mais rápido do que a variante anterior. Por isso precisamos reforçar os cuidados de higiene, do uso da máscara e manter o distanciamento social, respeitando o isolamento social”, finalizou.
Por Agência Alagoas
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