Em depoimento, motorista de ônibus de Mata Grande/AL confirma problema mecânico e diz que fugiu porque ficou com medo

Coletiva de imprensa após oitiva de motorista. — Foto: Marcelo Lages/TV Globo

Após três dias sumido, Luiz Viana de Lima compareceu à delegacia regional de Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (7) para prestar esclarecimentos sobre o ônibus que caiu de uma ponte na BR-381 em João Monlevade na última sexta-feira. Durante o depoimento, o motorista confirmou que o veículo apresentou problemas mecânicos quando o acidente aconteceu. Pelo menos 19 pessoas morreram.

Lima foi ouvido em João Monlevade e escapou ileso do acidente. Ele revelou que pulou do veículo com outras cinco pessoas antes do ônibus cair da ponte, a uma altura de 35 metros. Segundo informou o delegado regional de João Monlevade, Paulo Tavares, o motorista disse que fugiu por medo de ser linchado e só reapareceu nesta segunda-feira acompanhado de um advogado.

“Ele fugiu, segundo ele, porque ficou com medo. Muitas pessoas que paravam no local, alguns outros motoristas, estavam procurando por ele, perguntando cadê o motorista. Então ele se sentiu acuado e resolveu fugir”, disse o delegado. Durante coletiva, Tavares evitou detalhar o depoimento do motorista, mas contou que o ônibus apresentou problemas mecânicos no momento do acidente e disse também que o veículo passou por uma troca de correia durante o percurso entre Mata Grande/AL e João Monlevade, local da tragédia.

“Segundo ele – isso vai ser confirmado ou não, posteriormente, por meio das provas periciais e demais provas testemunhais – houve uma falha técnica. O ônibus voltou (de marcha ré). Segundo ele, houve um problema no freio do ônibus”, afirmou.

O delegado ainda contou que Luiz Viana de Lima estava emocionalmente abalado e chorou o tempo todo durante o depoimento. Ele não teve escoriações ao saltar do ônibus e não deixou a cidade de João Monlevade após a fuga do local do acidente. Apesar de seu estado emocional, o condutor não deixou de responder a nenhuma pergunta e foi bastante claro nas respostas, segundo o delegado. Ele não foi detido e será novamente ouvido nos próximos dias.

Além do motorista Luiz Viana de Lima, a filha da dona da Localima, empresa detentora do ônibus que caiu em João Monlevade, também foi ouvida pela Polícia Civil. Ela representou a empresa. Durante seu depoimento, a herdeira destacou que conhece ao certo os trâmites da empresa, mas apresentou documentos que mostravam o arrendamento do ônibus junto à empresa JS Turismo. Durante a oitiva, a mulher chegou a passar mal, tendo que receber atendimento médico. Os pais da mulher, que são os donos da empresa, são aguardados para prestarem depoimento na próxima semana. Ao todo, dez pessoas foram ouvidas formalmente no inquérito policial.
 

Por  Estado de Minas

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