Covid-19: Infectologista explica em que período pacientes não apresentam mais risco de transmitir a doença
Infectologista do Hospital da Mulher
diz que uso da máscara protege contra a Covid-19 e evita que alguém
infectado contamine outra pessoa
Marcel Vital
Texto de Marcel Vital |
Do
diagnóstico positivo para a Covid-19, que causa medo e preocupação, até
a cura total da doença, muitos pacientes se questionam em quantos dias
poderão retornar ao convívio social sem oferecer malefícios aos seus
familiares e amigos. A infectologista e gerente médica do Hospital da
Mulher Dr.ª Nise da Silveira (HM), Sarah Dominique Dellabianca, explica
os riscos de a pessoa transmitir o vírus nos primeiros dias após o
aparecimento dos sintomas.
Segundo
Sarah Dominique Dellabianca, a transmissão do novo coronavírus ocorre
muito cedo, especialmente nos primeiros três dias antes do início dos
sintomas. “É lógico que a carga viral, três dias antes do primeiro
sintoma, será muito menor. O grau máximo de transmissão viral tem início
de cinco a oito horas, antes mesmo da manifestação do primeiro sintoma.
É por isso que tanta gente adoece e não sabe o motivo. O primeiro
sintoma pode não ser febre. E, na maioria das vezes, não é. É dor de
garganta, sensação de sinusite, dor de cabeça ou no corpo. Há pacientes
que já apresentaram os sintomas da Covid-19 em menos de 48 horas”,
disse.
Ela
explicou que não é necessário fazer nenhum tipo de exame para dar alta
hospitalar ao paciente que foi acometido pela Covid-19, caso os sintomas
tenham sido leves. “Pelos critérios da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária [Anvisa], a doença leve ocorre quando o paciente tem sintomas
semelhantes ao resfriado, como tosse, mal-estar, febre e dor de
garganta, de cabeça e no corpo. Já os sintomas que demandam de
hospitalização, são o cansaço extremo, falta de ar, febre persistente e
anormalidade radiológicas [pulmão comprometido]. Então, os pacientes que
fizeram o tratamento em casa não precisam de nenhum tipo de testagem e,
após dez dias de isolamento, contando a partir do aparecimento dos
sintomas, eles voltam a convivência intradomiciliar e a atividade
laboral de forma normal”, destacou.
Ainda
de acordo com a infectologista e gerente médica do HM, o tempo da
convivência intradomiciliar e da atividade laboral aumenta para aqueles
pacientes que tiveram comprometimento de moderado a grave, precisando
ser hospitalizados em leitos de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
ou semi-intensiva.
“Pacientes
com comprometimento pulmonar ou sistêmico, a exemplo do rebaixamento do
nível de consciência, insuficiência respiratória, diarreia que motiva
desidratação e lesão renal aguda, assim como os que apresentam
imunossupressão severa, neoplasia ou que estão em tratamento
quimioterápico, não devem sair do isolamento depois de 20 dias. Contudo,
isso vai depender da característica clínica de cada paciente”, frisou a
infectologista.
Pode
fazer IgG e IgM? Sarah Dominique Dellabianca frisou que, do ponto de
vista de exames para Covid-19, não são necessários os exames sorológicos
denominados IgG (imunoglobulina G) e IgM (imunoglobulina M), tampouco a
repetição de RT-PCR - coletado por meio de um cotonete introduzido na
mucosa do nariz e garganta.
“Primeiro, a sorologia não garante absolutamente nada. Ora, se o paciente sobreviveu a Covid-19, é porque ele desenvolveu imunidade. Os exames que vão ser necessários são dosagem de cálcio, sódio, potássio, magnésio, creatinina, ureia, hemograma, entre outros, a fim de corrigir as possíveis alterações do organismo causadas pelo vírus da Covid-19”, explicou.
Por Agência Alagoas
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