Hospital da Mulher em Maceió registra mais de mil atendimentos a pacientes de Covid-19

O pequeno Wagner Enzo foi tratado de complicações da Covid-19 no Hospital da Mulher
O pequeno Wagner Enzo foi tratado de complicações da Covid-19 no Hospital da Mulher Marcel Vital Texto de Marcel Vital
Em quase cinco meses de funcionamento, após a mudança do seu perfil assistencial para receber, exclusivamente, pacientes com suspeita e testados positivos para o novo coronavírus, o Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira (HM), no bairro Poço, em Maceió, chegou a 1.113 usuários assistidos. Em 30 de março deste ano, a unidade, que é vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), foi a primeira a ser habilitada como hospital de referência no recurso terapêutico para a Covid-19. 

O monitoramento diário das admissões do Hospital da Mulher aponta que, de abril até quarta-feira (19), em ordem de quantidade de casos, os pacientes que dão entrada no hospital acabam vindo de bairros da capital que apresentam maior incidência do novo coronavírus. Além do bairro Cidade Universitária (219), a unidade atendeu moradores do Benedito Bentes (46), Jacintinho (40), Vergel do Lago (31), Tabuleiro do Martins (27), Poço (21), Clima Bom (18), Ponta Grossa (17), Bebedouro (15), Santa Lúcia (12), Santos Dumont (12), Trapiche da Barra (12), Farol (11), Feitosa (11), Levada (11), Barro Duro (9), Bom Parto (9), Chã da Jaqueira (9), Prado (9), Santa Amélia (9) e Antares (8).

Também foram atendidos pacientes do Centro (8), Jatiúca (7), São Jorge (7), Cruz das Almas (6), Fernão Velho (6), Serraria (6), Pinheiro (5), Ponta da Terra (5), Ouro Preto (4), Canaã (3), Gruta de Lourdes (3), Pajuçara (3), Mangabeiras (2), Petrópolis (2), Pitanguinha (2), Pontal da Barra (2), Santo Amaro (2), Garça Torta (1), Ipioca (1), Jacarecica (1), Ponta Verde (1), Riacho Doce (1) e bairros de Maceió não informados durante a internação dos pacientes (12). 

Já no interior, além de Marechal Deodoro (34), os outros municípios que tiveram moradores internos no HM para tratamento da Covid-19 foram União dos Palmares (30), Rio Largo (24), Arapiraca (18), São Miguel dos Campos (16), Pilar (16), Atalaia (15), Boca da Mata (15), Murici (15), Teotônio Vilela (14), Messias (14), Joaquim Gomes (12), Maragogi (12), Colônia Leopoldina (11), Coqueiro Seco (11), Matriz de Camaragibe (10), Palmeiras dos Índios (10), Porto Calvo (10), São José da Laje (10), Anadia (8), Santana do Ipanema (8), Cajueiro (7), Coruripe (7), Junqueiro (7), Paripueira (7), São Luís do Quitunde (7), Satuba (7), Novo Lino (6), Penedo (6), Viçosa (6), Barra de Santo Antônio (5), Campo Alegre (4), Delmiro Gouveia (4), Limoeiro de Anadia (4), São Miguel dos Milagres (4), Capela (3), Feira Grande (3), Pão de Açúcar (3), Paulo Jacinto (3), Roteiro (3) e São José da Tapera (3).

Também foram atendidos pacientes residentes em Carneiros (2), Branquinha (2), Flexeiras (2), Ibateguara (2), Lagoa da Canoa (2), Major Isidoro (2), Maribondo (2), Olho d’Água das Flores (2), Porto de Pedras (2), Poço das Trincheiras (2), Quebrangulo (2), Santa Luzia do Norte (2), Santana do Mundaú (2), Barra de São Miguel (1), Belém (1), Campo Grande (1), Chã Preta (1), Estrela de Alagoas (1), Igreja Nova (1), Inhapi (1), Jacuípe (1), Jundiá (1), Mar Vermelho (1), Minador do Negrão (1), Olho d’Água Grande (1), Passo de Camaragibe (1), Piranhas (1), Porto Real do Colégio (1), São Sebastião (1) e Traipu (1). Nesse período, o HM também atendeu pacientes que residiam em outros estados e países, como Palhoça, em Santa Catarina (1); Pompeia, localizado na região de Campânia, no sul da Itália (1); Cupira, em Pernambuco (1); além de 12 pessoas que não informaram o local de origem.

Eles venceram a batalha – Entre as mais de mil pessoas já atendidas no Hospital da Mulher para tratar a Covid-19, está Maria Betânia dos Santos Silva, de 39 anos, que ficou 24 dias internada, 17 deles entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Residente do município de Capela, distante 63 km da capital, ela chegou ao leito da semi-intensiva no dia 13 de abril, com quadro de febre, tosse seca, dores musculares e na parte superior do abdômen.

“Quero agradecer a equipe que me deu banho, remédios e alimentação pela sonda e me socorreu durante as horas de angústia. Por isso, serei grata a vocês pelo resto da minha vida”, agradeceu Maria Betânia, que é professora do Ensino Fundamental no município de Capela e mãe de Anthony Gabriel, de 14 anos, e Albert Ryan, de 17.

Outro paciente também atendido no Hospital da Mulher foi Theodoro Batista Vieira, de 60 anos. Internado no dia 5 de maio, ficou seis dias num dos leitos da semi-intensiva. Recuperado da doença, ele acredita que tenha contraído o novo coronavírus durante atendimento em seu trabalho, por volta da segunda quinzena de abril. “Foi uma equipe maravilhosa, não tenho nada do que reclamar. Fiquei seis dias internado e, graças a Deus, Ele usou as mãos daqueles profissionais pra me curar”, salientou. 

Já o pequeno Wagnner Enzo, de 4 anos, ficou internado durante 20 dias na UTI Pediátrica do HM para tratar de uma parasitose, associada a outros sintomas, que a pediatra Maria Célia dos Santos chamou de medicina de Reação Inflamatória pós-Covid. Um dia antes de receber alta hospitalar, ele ganhou uma festa surpresa, organizada pela equipe multidisciplinar, que teve todo o cuidado ao prepará-la. Na oportunidade, Enzo aproveitou o recurso da chamada de vídeo para receber o carinho dos familiares por mais um ano de vida.

Superação – A marca de mil atendimentos é motivo de superação para a infectologista e gerente médica do HM, Sarah Dominique, que está à frente da unidade hospitalar desde a mudança do perfil assistencial. “É uma situação triste e, ao mesmo tempo, feliz. A razão da tristeza é pelo fato de que todos os pacientes que ficam internados apresentam um espectro clínico que varia de quadros moderados a graves. Por outro lado, fico feliz pela oportunidade do Estado ter preparado toda a estrutura física necessária para o atendimento de qualidade aos pacientes. Isso representa uma vitória”, avaliou. 

Segundo Dominique, o alcance do número só foi possível, graças ao comprometimento da equipe multidisciplinar. “A humanização no atendimento hospitalar faz com que o foco esteja não na técnica por si só, mas sim naquilo que o paciente sente e percebe. Ele é entendido e priorizado em sua totalidade. Damos voz não somente à sua condição física, mas também à emocional e psíquica que estão sendo vivenciadas dia a dia. A importância de uma experiência num atendimento humanizado consiste em oferecer ao paciente conforto e alívio num momento que não é, em hipótese nenhuma, agradável”, frisou. 

Para Luiz Guilherme, nefrologista e coordenador médico da UTI Covid-19, a superação da marca de mil internamentos no hospital representa um acolhimento e um manejo seguro na assistência aos pacientes e profissionais de saúde. “Mostra o preparo e a agilidade do Governo do Estado ao conseguir, de forma competente, montar um hospital de referência em tão pouco tempo, dedicado, especialmente, aos cuidados da doença causada pelo novo coronavírus”, acrescentou. 

Por Agência Alagoas

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