Em Santana do Ipanema, operação vai a escolas, praças e bares para combater venda de bebidas alcoólicas e outras drogas para crianças e adolescentes

Foto: Claudemir Mota
Foi um trabalho de conscientização que durou quase cinco horas, durante a noite dessa quinta-feira (23). Ao percorrerem escolas públicas, praças e bares, promotores de justiça do município de Santana do Ipanema fizeram um trabalho educativo para mostrar os danos causados pelo vício em qualquer tipo de droga, lícita ou não, e das consequências penais para comerciantes que insistem em vender, por exemplo, bebidas alcoólicas e cigarros para crianças e adolescentes. A operação faz parte do projeto Paz nas Escolas, uma iniciativa da 1ª Promotoria de Justiça daquele município, comandada pelo promotor Denis Guimarães.

As primeiras ações, que contaram com o apoio das Polícias Civil e Militar, da Prefeitura, do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e do Conselho Tutelar, ocorreram em duas escolas públicas que, historicamente, colecionavam alguns alunos que vendem, ilegalmente, drogas para outros estudantes da mesma unidade de ensino. Lá, os promotores de justiça Denis Guimarães, Paulo Zacarias e Tânia Giacomosi visitaram as salas de aula e conversaram com alunos e professores. “Viemos aqui para lhes dizer que a educação é o melhor caminho para a transformação da vida de vocês. Escolher o universo do vício só vai fazer mal a quem opta por ele e à família, que também sofre junto. E para quem comercializa drogas, a punição existe e costuma ser aplicada. Prefiram os livros. Estudem. Não optem pelo crime, cada um aqui pode ter um grande futuro pela frente, basta saber fazer a escolha certa. E para quem preferir a estrada errada, o Ministério Púbico vai agir com toda a força que a lei permite”, declarou Denis Guimarães.

“Mas, queremos deixar claro que o que buscamos é exatamente o oposto. Nossa intenção é que cada um seja multiplicador dos argumentos que estamos trazendo aqui, de modo que a prevenção possa chegar ao maior número de pessoas possível”, completou ele.

Bares e praças

Depois das visitas às escolas, a operação seguiu para as principais praças de Santana do Ipanema. Numa delas, onde estava ocorrendo um campeonato de dança, havia uma grande concentração de crianças, adolescentes e adultos. Em razão dessa aglomeração de gente, houve flagrante de alguns jovens consumindo bebida alcoólica. O Conselho Tutelar precisou agir e fez o devido encaminhamento dos meninos para suas residências. Também foi marcada a visita das famílias deles na sede do Ministério Público do município.

Os últimos locais visitados foram bares e restaurantes. “A pena para quem vende bebida para menores de idade pode chegar a R$ 10 mil por adolescente. Ou seja, representa um grande prejuízo para o comerciante. Então, o ideal é que esse comércio ocorra conforme prevê a lei. Agindo assim, vocês não estarão incentivando o vício naqueles que ainda estão em processo de formação de sua personalidade e na construção de valores. A infância e a juventude precisam de proteção. E essa é a obrigação de todos nós”, disse o promotor Paulo Zacarias para a dona de um dos bares onde aconteceu a fiscalização.

“Essa iniciativa visa conscientizar toda a população sobre os danos à saúde e à vida social e familiar que ocorrem quando crianças e adolescentes se tornam dependentes químicos ou começam o vício no álcool. Eles se tornam seres doentes e, pior, geralmente são levados ao mundo da violência para que possam manter sua dependência. E esse caminho leva o jovem ao cumprimento de medidas socioeducativas, tirando-o do convívio diário com seus familiares. E isso é o que o Ministério Público não quer”, alertou Tânia Giacomosi.

Para o presidente do Conselho Municipal de Criança e do Adolescente de Santana do Ipanema, a ação fiscalizatória foi bastante positiva. “A união das instituições surtiu um grande efeito junto à população, uma vez que os moradores da cidade perceberam que todos nós estamos unidos na proteção desse público específico”, garantiu Évio Carvalho Alves.

Ao final da fiscalização, dois bares foram notificados e terão que apresentar defesa ao Ministério Público num prazo de até 10 dias.

A operação da noite de ontem foi mais uma atividade do projeto Paz nas Escolas, iniciado ano passado pelo promotor Denis Guimarães. Ele já visitou mais de 16 escolas ministrando palestras sobre esse tema, incentivando a valorização da educação e combatendo o comércio de bebidas alcoólicas e outras drogas para crianças e adolescentes.

Por Ascom MPE/AL

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