Dedicação e respeito marcam trajetória das primeiras bombeiras militares de AL
![]() |
Após 25 anos, pioneiras do fogo se reúnem para solenidade de formatura Foto:Ascom CBMAL Texto de Alan Fagner |
1994
ficou marcado na história do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas
(CBMAL) como o ano da realização do primeiro concurso pós-autonomia
administrativa da Polícia Militar. Assim, ingressaram na corporação 250
recrutas que, pela primeira vez, se formariam exclusivamente como
bombeiros militares. Foi nesse ano também que ingressavam nas fileiras
do CBMAL, as primeiras mulheres de Alagoas a seguir a carreira de
bombeiro militar.
Desde
o começo, não foi tarefa fácil, 60 das 63 concluíram o curso de
formação. Era um ambiente predominantemente masculino e muitos
acreditavam que elas não deveriam estar ali. Com o tempo elas foram
conquistando espaço e se desenvolvendo em todas as áreas de atuação na
corporação, seja no trabalho em terra, no combate a incêndio, no
salvamento aquático ou no atendimento pré-hospitalar, como relata a
capitã Amélia Sandes.
“O
Corpo de Bombeiros está presente apagando incêndios, livrando alguém de
afogamento, resgatando vítimas embaixo de escombros, pilotando
helicópteros de resgate e até ajudando gatinhos medrosos em árvores, por
exemplo. Tudo isso as mulheres fazem. A carreira militar recebeu as
mulheres e continua recebendo porque mostramos que somos capazes de
cumprir missões peculiares”, conta a oficial.
A
tenente Helena Nascimento conta que, se por um lado houve resistência,
do outro havia quem percebesse a importância da presença feminina nas
ocorrências. “Foi um verdadeiro avanço para o serviço prestado pela
corporação, porque havia certos tipos de ocorrência que a presença de
uma bombeira era importante” disse a oficial. Ainda segundo ela, com o
tempo, os próprios bombeiros defendiam a importância e o papel delas na
instituição.
A
dupla jornada da mulher, que trabalha e é responsável pela casa, também
é uma realidade das bombeiras militares. Segundo Amélia, apesar das
dificuldades, ser bombeira é gratificante. “Se uma mulher decide ser
bombeira ou entra para a corporação por necessidade financeira, ela vai
viver histórias emocionantes, vai ter decepção, passar sono, deixar
filho em casa com febre, ficar longe da família no Natal e na virada de
ano, mas também vai sentir a maior alegria do mundo quando reanimar
alguém sem batimentos e sem pulso”, disse.
Com
os 25 anos de serviço fecha-se um ciclo. Elas agora vão para a reserva
remunerada, para a aposentadoria com um sentimento de dever cumprido e
satisfação em ter feito parte da história da corporação. “As
experiências que tive aqui me ajudaram bastante na minha vida particular
e é um orgulho pessoal e profissional ter seguido a carreira bombeiro
militar, foi muito bom para mim”, garante a tenente Helena Nascimento.
“Meu
maior sentimento nesse momento, sem dúvida, é de gratidão extrema à
Deus. Lembrar que ajudei pessoas a voltarem a respirar, o coração a
bater, que ajudei a tirar a dor de famílias quando, com meus
companheiros, reanimei alguém em estado crítico é simplesmente
maravilhoso. E, nestes 25 anos formei minha família, tenho tranquilidade
para pagar minhas contas e viver dignamente, como todos deveriam
viver”, agradeceu a capitã Amélia.
O
comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel André Madeiro, destacou
que historicamente o CBMAL tornou-se uma das primeiras corporações do
país a inserir mulheres em seus quadros. Mesmo diante dos desafios, as
militares trouxeram um olhar diferenciado às questões ligadas a gênero,
proporcionando uma reestruturação no processo de formação militar.
Para
o secretário da Segurança Pública, Lima Júnior, as militares encerram
um importante ciclo dentro da corporação e demonstram a força e a
importância das mulheres. Ele aproveitou para agradecer pela ética e
empenho nos serviços prestados por elas ao longo desses anos à sociedade
alagoana.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
Nenhum comentário