Sesau alerta sobre a importância de cuidar da saúde mental
Janeiro Branco foca na reflexão acerca de condições existenciais Foto: Carla Cleto |
Para
lembrar a população de cuidar não só da saúde física, mas, também, da
mental, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alerta sobre a
importância de fortalecer o conceito do autoconhecimento e da atenção às
emoções, conforme prevê a Campanha Janeiro Branco, uma vez que, durante
este mês, as pessoas estão mais focadas em resoluções e metas para o
ano novo.
Isso
porque, historicamente o primeiro mês do ano é carregado de simbolismos
e características culturais que proporcionam uma maior reflexão acerca
de condições existenciais, novos projetos e disposições para a vida,
instigando as pessoas ao maior cuidado com o seu bem-estar psíquico. Por
esta razão, a psicóloga da Sesau, Laeuza Farias, explica que a proposta
do Janeiro Branco é construir uma cultura de saúde mental e
desmitificar também a visão de que “alguém só vai à consulta com o
psicólogo ou psiquiatra se estiver maluco”.
Segundo
ela, qualquer pessoa pode precisar do apoio, do auxílio e do
acolhimento de um desses profissionais em um determinado momento da
vida. “O preconceito ainda existe? Sim. Mas, hoje em dia, apesar de
haver a discriminação, existe a coragem de muitas pessoas buscarem um
profissional para se cuidarem. Isso já é um sinal positivo da evolução
do conceito de saúde mental”, destacou.
“Precisamos
dizer que saúde mental é um assunto de todos nós e que merecemos nos
cuidar tanto no aspecto físico como no emocional. Porque sabemos que a
emoção adoece o físico. Muitas das doenças que estão sendo geradas são
causadas por situações no âmbito emocional. É um sofrimento contínuo
que, se não for bem tratado, vai cronificando conforme o tempo vai
passando. A pessoa entra num ciclo vicioso e, por sua vez, não consegue
rompê-lo. Resultado: o corpo fala e se expressa através de sintomas”,
informou Laeuza Farias.
Ainda
de acordo com a psicóloga da Sesau, o uso das redes sociais, a exemplo
do Instagram, tem potencializado as taxas de depressão e ansiedade na
população, visto que, a busca doentia por “likes” e comentários, tem
transformado as pessoas em reféns de suas próprias mentiras.
“Há
pessoas tão preocupadas em se mostrar bem e agradar, que acabam
perdendo o foco de si mesmas. São tantas que vivem iludidas por espelhos
de pequenas ilusões, perdendo a noção da realidade, que já não
conseguem viver sendo verdadeiros, leais, honestos consigo mesmo e com
os outros. E existe uma cobrança coletiva por baixo disso. Somos
cobrados pelo sucesso alheio e incentivados a sermos iguais. Mal sabemos
que, em algumas situações, por detrás de uma foto postada, quase sempre
há máscaras. Quase sempre há pessoas com a alma ferida, tentando se
mostrar fortalecidas”, esclareceu.
E,
apesar de ter avançado largamente nos últimos anos, com maior difusão
do assunto e melhoria das formas de acesso a tratamentos, a cultura da
saúde mental ainda é bastante subdesenvolvida, em vista dos altos
índices de depressão, suicídio, transtornos causados por estresse,
traumas e ansiedade, entre outros fatores. Para a especialista da Sesau,
a falta de esclarecimento e, muitas vezes, falta de humanidade para
respeitar e reconhecer a dor do outro, é um dos caminhos que precisam
ser percorridos para que sejam derrubados os tabus e os preconceitos.
“O
preconceito e a banalização com que o tema tem sido tratado, nos faz
perder vidas. É preciso que a sociedade compreenda esse assunto, pois
estamos pagando um preço muito alto por esse desamparo. Além disso, é
necessário desenvolver, aprofundar e disseminar a psicoeducação em todos
os âmbitos da sociedade”, orientou a psicóloga da Sesau.
Conforme
Laeuza Farias, não é preciso esperar a doença se instalar para buscar
um profissional. O ideal é identificar, antecipadamente, uma situação de
risco e procure ajuda. “O sinal amarelo é quando o transtorno mental
começa a afetar a vida social. A psicoterapia contribui não só com a
prevenção e a cura de agravos de saúde, como também traz mais qualidade
de vida para as pessoas que realizam o tratamento”, salientou, ao
informar que o Janeiro Branco foi idealizado em 2014, pelo psicólogo
brasileiro Leonardo Abrahão, em Uberlândia (MG).
Caps –
Ainda de acordo com a psicóloga da Sesau, em Alagoas há uma Rede de
Saúde Mental que pode atender pessoas que necessitem de atenção
psicossocial. Para isso, basta se dirigir a um dos 58 Centros de Atenção
Psicossocial (Caps), onde o usuário tem o apoio de uma equipe
multidisciplinar, formada por psicólogos, psiquiatras, terapeutas
ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. Em
Maceió, a população dispõe de cinco Caps, localizados nos bairros
Jacintinho, Farol, Jatiúca, Chã de Bebedouro e Serraria.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agências Alagoas
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agências Alagoas
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