Comunidade sertaneja de Alagoas mais próxima dos alunos-soldados: distribuição de donativos encerra campanha solidária do CFAP
Imagem PM/AL |
Viaturas da Polícia Militar de Alagoas (PMAL) chegavam a cidades e povoados do sertão. Uma cena rotineira, se não fosse por um detalhe: elas estavam cheias de brinquedos e alimentos. Frutos da campanha beneficente “Ser tão Solidário” do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), oito toneladas de alimentos e 200 brinquedos foram levados a famílias carentes da região pelos soldados em formação da Polícia Militar de Alagoas (PMAL). A ação, realizada entre os dias oito e nove de dezembro, escolheu cidades compreendidas nas categorias entre médio e muito baixo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) da Organização das Nações Unidas (ONU), com base no Censo 2010.
No município de Olivença, penúltimo lugar no ranking do IDH e a 203 km de Maceió, abriram-se as portas da casa de Gerusa Rosa das Flores, 54 anos, analfabeta, moradora do povoado Fazenda Nova. Mãe de seis filhos, hoje ela mora com o neto Andrey, de um ano de idade, depois que a mãe do garoto perdeu a guarda. Dona Gerusa é diabética e não pode trabalhar, ela vive de doações da vizinhança, que também precisa de colaborações. A comunidade vive em um sistema de cooperação entre eles mesmo com toda a dificuldade que eles encontram. “Essas cestas vão ajudar muito. A polícia veio no momento que mais estávamos precisando. Minha vizinha estava sem ter o que comer hoje e na semana passada o que ela comeu veio da cesta de natal que eu ganhei e dividi com ela”, contou Dona Gerusa.
Além de Olivença, assentamentos e povoados dos municípios de Major Isidoro, Senador Rui Palmeira, Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras, Olho d’água do Casado, Batalha e Delmiro Gouveia receberam alimentos e brinquedos. As cestas de mantimentos levaram os alunos-soldados à casa de Geane Vitorino dos Santos, 35 anos, moradora do Alto do Cruzeiro, em Major Isidoro. Muro à cal de um branco gasto e carro de mão encostado na parede da entrada, a moradia de aproximadamente 40 m2, abriga a sertaneja, seu companheiro, o tio idoso enfermo e dez filhos; três destes são pares de gêmeos. A primeira gestação foi um casal, sobrevivendo apenas o menino. Do plantio da palma forrageira, trabalho herdado de pais para filhos, a família tira cem reais semanais, na época de safra, meses de janeiro e fevereiro. Nos demais meses do ano, dona Geane e o marido contam apenas com a assistência municipal e o Bolsa Família.
Fã do time carioca Flamengo e com rosto do jogador Neymar estampado na camisa, Geane se sentiu feliz e surpresa com a chegada das viaturas da polícia militar em sua porta. “Aqui a gente sofre, meu filho, mas estou batalhando. Toda ajuda é bem-vinda. Essa feirinha que ganhei hoje vou fazer render um bocado”, desabafou a sertaneja, em lágrimas. A assistente social, Cibele Agiani dos Santos, coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), auxiliou na escolha dos lares que receberiam as doações, utilizando como critério bairros de maior vulnerabilidade social, como violência doméstica, pobreza e trabalho infantil. “A vivência contribuiu na seleção das residências que receberiam esses donativos. Geane é muito conhecida no bairro e representa um caso singular para mim. Uma mãe que tenta manter os filhos na escola e longe dos riscos sociais”, explicou Cibele.
No município de Olivença, penúltimo lugar no ranking do IDH e a 203 km de Maceió, abriram-se as portas da casa de Gerusa Rosa das Flores, 54 anos, analfabeta, moradora do povoado Fazenda Nova. Mãe de seis filhos, hoje ela mora com o neto Andrey, de um ano de idade, depois que a mãe do garoto perdeu a guarda. Dona Gerusa é diabética e não pode trabalhar, ela vive de doações da vizinhança, que também precisa de colaborações. A comunidade vive em um sistema de cooperação entre eles mesmo com toda a dificuldade que eles encontram. “Essas cestas vão ajudar muito. A polícia veio no momento que mais estávamos precisando. Minha vizinha estava sem ter o que comer hoje e na semana passada o que ela comeu veio da cesta de natal que eu ganhei e dividi com ela”, contou Dona Gerusa.
Além de Olivença, assentamentos e povoados dos municípios de Major Isidoro, Senador Rui Palmeira, Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras, Olho d’água do Casado, Batalha e Delmiro Gouveia receberam alimentos e brinquedos. As cestas de mantimentos levaram os alunos-soldados à casa de Geane Vitorino dos Santos, 35 anos, moradora do Alto do Cruzeiro, em Major Isidoro. Muro à cal de um branco gasto e carro de mão encostado na parede da entrada, a moradia de aproximadamente 40 m2, abriga a sertaneja, seu companheiro, o tio idoso enfermo e dez filhos; três destes são pares de gêmeos. A primeira gestação foi um casal, sobrevivendo apenas o menino. Do plantio da palma forrageira, trabalho herdado de pais para filhos, a família tira cem reais semanais, na época de safra, meses de janeiro e fevereiro. Nos demais meses do ano, dona Geane e o marido contam apenas com a assistência municipal e o Bolsa Família.
Fã do time carioca Flamengo e com rosto do jogador Neymar estampado na camisa, Geane se sentiu feliz e surpresa com a chegada das viaturas da polícia militar em sua porta. “Aqui a gente sofre, meu filho, mas estou batalhando. Toda ajuda é bem-vinda. Essa feirinha que ganhei hoje vou fazer render um bocado”, desabafou a sertaneja, em lágrimas. A assistente social, Cibele Agiani dos Santos, coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), auxiliou na escolha dos lares que receberiam as doações, utilizando como critério bairros de maior vulnerabilidade social, como violência doméstica, pobreza e trabalho infantil. “A vivência contribuiu na seleção das residências que receberiam esses donativos. Geane é muito conhecida no bairro e representa um caso singular para mim. Uma mãe que tenta manter os filhos na escola e longe dos riscos sociais”, explicou Cibele.
Cestas básicas foram montadas com donativos arrecadados pelos alunos do CFAP |
Realidades distantes
Para a aluna-soldada Victoria Correia a ação solidária além de cumprir seus objetivos primários, contribuiu para um enriquecimento no aprendizado do que é ser policial. “De maneira mais pessoal, a experiência foi bastante proveitosa para formação. Assim como eu, outros alunos foram levados a outras realidades distantes das nossas, conhecendo pessoas e aprendendo com suas histórias. Sem dúvida, cada momento de toda a distribuição nos ensinou a ser profissionais melhores e mais preparados para atuar ao lado da população”, disse Victoria, representante do pelotão que atingiu o maior número de contribuições.
Já era noite, no primeiro dia de distribuição, quando em Santana do Ipanema uma senhora chamou atenção, com os seus cabelos quase todos brancos; era Ironita Brandão de Melo, viúva, 75 anos. Quando soube que a PMAL iria entregar cestas básicas, ela entrou na fila em busca do auxílio para amparar, em especial, um dos seus filhos, preso em regime semiaberto, sem condições para manter esposa e filhos. “Eu agradeço a Deus e aos policiais. Essa feira vai para a família do meu filho, eles estão passando necessidade desde foi preso. Antes a PM prendeu meu filho, hoje ela está ajudando a ele com esses alimentos”, disse Dona Ironita emocionada.
Alunos distribuíram donativos arrecadados pela campanha "Ser Tão Solidário" |
Ao todo, a campanha “Ser Tão Solidário” arrecadou 24 toneladas de alimentos e 1.024 brinquedos. Extensão do Natal Solidário da PMAL, a gincana desenvolvida entre os pelotões de alunos-soldados, dos polos Maceió e Arapiraca, transformou competição em cooperação. A mobilização ocorreu entre os dias 30 de novembro a 15 de dezembro, levando aproximadamente duas mil cestas básicas e presentes para crianças para famílias sertanejas e agrestinas do estado, instituições de caridade da capital e projetos sociais parceiros.
“Por meio dessa missão, foi a primeira vez em que pude, fora dos muros do CFAP, presenciar o lado mais humano e altruísta da PMAL. Contribuir com essa ação, foi um dos momentos mais recompensadores e emocionantes da minha formação. Valeu a pena cada quilo de alimento arrecadado e doado, ao ver o sorriso envergonhado, mas cheio de gratidão daquelas pessoas que, de tanto, necessitam", falou a aluna Williane Sheema de Santana, enquanto ajudava outros alunos a abastecer as viaturas com donativos no último dia em solo sertanejo.
Por Ascom PM/AL
Nenhum comentário