Sítio arqueológico vira depósito de lixo em Pão de Açúcar
Imagem MPE/AL |
A missão da Equipe 10 é a
verificação in loco de violações ao patrimônio cultural e às comunidades
tradicionais que precisam ser protegidas pelo poder público. Na
primeira semana de atuação, foram inspecionados dois sítios
arqueológicos e uma serra com potencial para o desenvolvimento de
ecoturismo na região.
No município de Pão de Açúcar, na
sexta-feira, 9, a Equipe 10 da FPI visitou o sítio arqueológico Bom Nome
I – Pedra da Pia Grande, III – Pedra do Sapo e IV – Mangueirão dos
Porcos, onde constatou depredação, acúmulo de lixo e indícios de
extração irregular de rochas, tudo causado por ação humana.
A fim
de verificar as condições do sítio arqueológico recém-descoberto, a
equipe Patrimônio Cultural/Comunidades Tradicionais esteve no local
acompanhada da arqueóloga do Iphan Auremília Carneiro. Constatou-se
intervenções humanas mínimas no local, mas a arqueóloga apontou para a
necessidade de atuação urgente a fim de minimizar a ação do tempo, da
natureza e dos animais para a preservação das pinturas rupestres.
Ecoturismo –
À procura de formações rochosas com pinturas rupestres ou outras
características de valor histórico, a Equipe 10 esteve na Serra do
Serrote, também conhecida como Serra da Torre, no município de São José
da Tapera.
Apesar de não ter sido encontrado indício de sítio com
valor histórico e cultural, a trilha de mais de uma hora e meia de
caminhada, entre pedras e plantas secas e espinhosas, próprias da
vegetação fechada da caatinga, revelou uma linda e potencial rota para
ecoturismo de aventura.
Sérgio Mendes, técnico do MPF e o
coordenador da Equipe 10, ressaltou a importante descoberta para
exploração turística sustentável, oferecendo experiência completa de
imersão no sertão alagoano, com oportunidade de capacitação dos
moradores locais para serem guias e estimular a economia da região com
geração de empregos.
Equipe 10 – A equipe Patrimônio
Cultural/Comunidades Tradicionais, desta 9a etapa da FPI, é composta,
além do MPF e do MP/AL, também por representantes do Batalhão de
Policiamento Ambiental (BPA), da Secretaria de Estado da Mulher e dos
Direitos Humanos (SEMUDH), do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas
(IMA/AL), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) e da Fundação Palmares.
Relatório final – Todas as
situações verificadas pela Equipe 10 serão relatada ao final, a fim de
que os diversos agentes envolvidos adotem as providências necessárias
para garantir que o poder público proteja as comunidade tradicionais do
sertão alagoano.
Saiba mais – Sítios Arqueológicos são
definidos e protegidos pela Lei nº 3.924/61, sendo considerados bens
patrimoniais da União. Dessa forma, é necessário que o poder público
empenhe-se em aliar proteção e viabilidade do empreendimento.
A
importância de se preservar sítios arqueológicos não se concentra apenas
nas descobertas de bens materiais neles evidenciados (material
cerâmico, sepultamentos, artefatos líticos, restos faunísticos etc), mas
também no levantamento do contexto em que os mesmos foram
identificados, possibilitando, reconstruir o ambiente e o espaço
coletivo ocupado por nossos antepassados.
Desta forma, além do
esforço técnico empreendido em todas as fases do processo de
desenvolvimento das pesquisas arqueológicas, os trabalhos preveem
diversas ações educativas, de modo que os conhecimentos possam ser
repassados à sociedade.
Por Ascom MPE/AL
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