Em Alagoas, vigilância Sanitária alerta sobre cuidados com alimentos nas festas juninas
Aspectos das comidas típicas juninas devem analisados antes de serem ingeridos (FotoS: Carla Cleto) |
Nas festas juninas é tradição consumir as guloseimas tradicionais
à base de milho verde, como canjica, pamonha, pé-de-moleque, milho
cozido e assado. Um dos perigos está justamente aí. Nesta época, onde
são celebrados os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro, os
vendedores ambulantes estão por toda parte. Mas é necessário tomar
alguns cuidados na hora de consumir esses alimentos, uma vez que, além
de observar as condições de higiene dos locais de fabricação e
comercialização, é necessário lembrar que as comidas desta época são
altamente perecíveis.
Para que a festa mais aguardada pelos nordestinos não se transforme
em pesadelo, o gerente de Vigilância Sanitária Estadual, Paulo Bezerra,
orienta sobre alguns cuidados indispensáveis para curtir os festejos com
muita alegria. De acordo com ele, o milho cozido precisa estar a uma
temperatura de 60° a 70°C dentro dos ‘panelões’. Caso ele esteja frio,
corre o risco de desenvolver a bactéria Bacillus cereus, que pode
provocar diarreias e cólicas abdominais fortes. Já o milho assado, caso
apresente a cor muito escurecida, típica de alimentos torrados, não deve
ser consumido, pois indica a presença de acrilamida, uma substância
ligada ao desenvolvimento do câncer.
“Essa substância química se desenvolve no milho assado quando ele é
aquecido acima dos 120°C, temperatura que é atingida durante o processo
de fritura, torração ou assamento”, explicou Paulo Bezerra.
Segundo ele, os bolos feitos com cobertura a base de ovos e calda de
chocolate devem ser consumidos num prazo de 24 horas, visto que eles se
deterioram muito facilmente, enquanto no caso dos bolos secos, o prazo
se estende para até 72 horas. No caso da pamonha, o risco de
contaminação acontece pelo fato de algumas pessoas colocarem a massa
quente envolvida num filme plástico e, logo em seguida, embrulhá-la com a
palha do milho.
“Aquele contato do plástico com a massa muito quente pode
desencadear, na maioria das vezes, substâncias tóxicas para o milho. O
ideal é embalar a massa quente nas últimas palhas do milho, uma vez que
elas estão mais limpas. E só”, recomendou.
“Tanto a pamonha quanto a canjica devem ser acondicionadas na
refrigeração. No entanto, ao sair da geladeira, o consumidor deve pedir
para dar uma esquentada por, pelo menos, 5 a 10 minutos, numa
temperatura de 60°C. Porque, afinal, elas também são um meio de cultura
para o desenvolvimento de determinadas bactérias”, acrescentou o gerente
da Vigilância Sanitária Estadual.
Como escolher o milho
Paulo Bezerra explicou que o ideal é observar se os ‘cabelos’ do
milho estão bem úmidos e as palhas verdes. Agora, se o milho não estiver
com as palhas, é recomendado olhar se a parte inferior da espiga está
molhada; isso mostra que ele foi colhido recentemente. Já a textura do
grão deve estar macia. Se ela estiver dura, é porque o milho não vai
servir para assar e nem para fazer determinadas guloseimas.
Outra recomendação feita pelo gerente de Vigilância Sanitária
Estadual é quanto à maçã do amor. “O corante vermelho, junto ao açúcar
caramelizado, não faz bem à saúde. Se, ao comprar a maçã do amor o
consumidor notar qualquer diferença na cor, a exemplo de uma camada
esbranquiçada, ele não deve ingeri-la, em hipótese alguma, porque o
produto já está sendo deteriorado por fungos”, advertiu.
Amendoim
No caso do amendoim, o consumidor deve verificar se o amendoim está
com especificações de grupo, classe e tipo estampadas na rotulagem. “A
preferência deve ser para o amendoim e seus derivados que estejam
prontos para o consumo, com procedência especificada na embalagem,
considerando que esse tipo de produto obedece aos controles oficiais
estabelecidos pelo Ministério da Agricultura”, alertou.
O amendoim mal conservado representa perigo, já que a substância
tóxica produzida, o fungo aflatoxina, pode aparecer quando o produto não
foi bem seco e escolhido ou armazenado em lugar úmido.
Já os espetinhos de churrasco devem ser colocados num prato à parte,
individualmente, visto que o palito do espeto passado de boca em boca na
farofa torna a comida totalmente contaminada. “O melhor é pedir para
assar os espetinhos na hora, porque ninguém sabe se eles podem ter sido
sobras ou preparados no mesmo dia. A carne suína, por exemplo, deve ser
sempre bem passada”, recomendou.
Durante as festas juninas, o consumidor deve prestar bastante atenção
no aspecto das barracas, se as mesas estão sujas ou se as toalhas estão
manchadas. Isso é um indicativo de que os funcionários não estão
preocupados com a higiene do próprio estabelecimento. “É preciso olhar
se o profissional está usando touca, jaleco e, em alguns casos, luvas
descartáveis. Se a pessoa que está manuseando o alimento é a mesma que
está passando o troco é melhor procurar outro estabelecimento”,
aconselhou Paulo Bezerra.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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