Morte de Mamonas Assassinas completa 21 anos nesta quinta-feira (2)

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Nesta quinta-feira (2), o Brasil relembra um episódio que marcou a história da música do País. Há 21 anos, os Mamonas Assassinas sofreram um acidente fatal de avião na Serra da Cantareira no auge da carreira.
A morte repentina e violenta de Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Samuel Reoli e Sérgio Reoli abalou os fãs do grupo, que até hoje é lembrado pelas letras irreverentes e criativas. Onde você estava quando os Mamonas Assassinas morreram? A grande maioria das pessoas com idade suficiente para isso consegue voltar no tempo e dizer o que fazia há exatos 21 anos, quando estourou a notícia que um acidente aéreo colocou fim de forma precoce na principal banda do cenário musical daquele momento.
O estado de luto tomou conta do Brasil e não foi para menos. Eram cinco jovens no auge, cheios de energia e boas ideias, sedentos para ganhar o País. Passados 21 anos, nenhuma outra banda conseguiu se destacar no cenário musical com a mesma irreverência e ousadia do grupo de Guarulhos, na Grande São Paulo .
Vários fatos podem explicar o fenômeno, mas, talvez o principal deles, é que a nossa sociedade não é mais a mesma. Cantando coisas, muitas vezes, proibidas para menores, eles faziam o maior sucesso entre as crianças. E os pais curtiam junto. A banda era um grito de “não se leve tão a sério” e, por isso mesmo, era universal. O mundo mudou, quando os Mamonas estouraram, nem o Orkut existia. Hoje, a patrulha do politicamente correto faria campanha contra o Sabão Crá Crá, que não deixa os cabelos das partes baixas enrolarem. Afinal, devemos honrar nossos cachos. 

A letra de Pelados em Santos seria acusada de apologia ao assédio sexual e Vira-Vira seria o mais combativo exemplo de relacionamento abusivo. Só se salvaria o Robocop Gay, que pedia para as pessoas abrirem sua mente. É verdade também que é difícil de prever quanto tempo duraria o sucesso da banda e o que eles fariam para se reinventar e manter o estrelato. Mas, também é fato que, até hoje, as músicas lançadas pelo grupo ainda atraem uma multidão em qualquer festa. Outro ponto é que, no meio da década de 90, não era tão fácil assim fazer sucesso.
 Na era pré-YouTube, para ganhar fama ainda se batia de porta em porta e implorava pela atenção das gravadoras. A concorrência na mídia, claro, ficava menor. O auge dos Mamonas coincidiu com outro marco dos anos 90: o É o Tchan. Quando a banda cômica sai de cena, deixa o caminho livre para a Dança do Bumbum e seus derivados. A música trocou os pijamas, pantufas e fantasias por shortinhos cada vez menores. A erotização deixou de ser algo irreverente e quase inocente e virou um “tu tu tu pá”. Do axé, veio o funk, depois um pouco do pagode e voltamos à predominância do sertanejo, onde seguimos até hoje. Talvez o próprio rumo que a música seguiu seja um dos responsáveis pela seriedade como encaramos determinados temas hoje...

 O tapinha que não dói foi criticado, Compadre Washington não diz mais “ordinária” e músicas que não respeitem o direito à igualdade não têm vez. Ou seja, a história do marido que ri da cara da mulher que foi parar sem querer na orgia e acabou abusada, jamais seria um hit tão tocado em rádios e programas de TV. Resumindo: os Mamonas Assassinas foram geniais e mereceram todo o sucesso que fizeram, mas não podem ser vistos com os olhos da sociedade de hoje . As referências que o grupo deixou na música são poucas, mas ficou a lição de que saber fazer as pessoas rirem é marcar o coração delas para sempre   .

Por R7    

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