Prefeito eleito de São José da Tapera procura FPI para criar área de proteção ambiental


Imagem Ascom MPE/AL
A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e, apesar do clima quente e com poucas chuvas, é um ecossistema com uma rica vida animal e vegetal. Mesmo com toda essa riqueza é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, com uma quantidade alarmante de desmatamento e queimadas.

Em suas atividades, a FPI do São Francisco da Tríplice Fronteira tenta reverter essa situação e, por isso, comemorou a iniciativa do prefeito eleito do município de São José da Tapera, José Antônio Cavalcante, que procurou a coordenação da fiscalização com o objetivo de criar uma área de proteção ambiental no município.

A reunião contou com participação de representantes do Ministério Público Estadual, Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e Instituto SOS Caatinga, que orientaram o prefeito eleito a estabelecer as futuras áreas destinadas à unidade de proteção e, logo em seguida, enviar requerimento ao órgão ambiental.

“Este é o primeiro passo. Depois disso, com as áreas indicadas, nosso corpo técnico analisa o local e apontam qual o tipo de ambiente de proteção se encaixa, já que existem várias modalidades. Há algumas mais restritivas, que não podem receber nenhum tipo de atividades, e outras mais maleáveis, onde podem acontecer pesquisas, serem criados de mudas, serpentários e atividades educativas”, explicou Epitácio Correia, gerente de Fauna, Flora e Unidade de Conservação do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA).

O prefeito eleito, José Antônio Cavalcante, explica que está assustado com a quantidade de áreas de caatinga desmatadas e por isso tomou a iniciativa de criar um ambiente para proteger esse ecossistema.
“Muita gente vem me dizer que isso é besteira, que será caro. Mas não é. É importante, é essencial para nosso futuro, para nossos filhos. Além disso, é um investimento feito pelo município para garantir nosso futuro. O meio ambiente não pode ser devastado desta maneira. Precisamos fazer algo. Nós, do poder público, temos essa obrigação”, afirmou.

José Antônio adiantou que já tem as possíveis localidades onde será instalada a unidade e que não pretende fazer apenas uma área estática de conservação. O objetivo é criar um espaço onde possam acontecer pesquisas científicas, aulas de educação ambiental e até a criação de um viveiro de serpentes.
“Queremos fazer essa unidade de conservação para servir como um instrumento. Não será apenas uma área para conservarmos o meio ambiente, e sim um espaço onde possamos ensinar como fazer isso e criar espaços para as espécies desse ecossistema. Temos, inclusive, o desejo de criar um serpentário no local”, afirmou com entusiasmo.

Boa iniciativa

O promotor de Justiça do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de Alagoas, Alberto Fonseca, parabenizou a iniciativa e desejou a repetição desta ideia em outros municípios da região. Para ele, é necessário que exista nas comunidades um sentimento de pertencimento com o bioma da caatinga.

“O prefeito eleito já começa a gestão com uma excelente iniciativa. A situação da caatinga é de sofrimento, há grandes pontos de desertificação e isso assusta. Ou seja, é preciso que todos trabalhem com essa vegetação tão rica, de modo ordenado e sustentável. Não se pode deixar que essa situação fique pior, porque esse bioma corre sérios riscos”, disse.

Audiência pública

A FPI do São Francisco em Alagoas realiza a sua audiência pública nesta sexta-feira, às 14h, no campus do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) em Piranhas. O endereço do local é Avenida Sergipe, 1478, Vila Sergipe, bairro Xingó, no município.

Este será o terceiro espaço de apresentação de resultados da FPI de São Francisco da Tríplice Fronteira, que também tem como objetivo dialogar com gestores públicos, agentes econômicos e a própria população. As primeiras audiências ocorreram na tarde de ontem, em Paulo Afonso (Bahia), e nesta manhã, em Canindé do São Francisco (Sergipe), com a participação dos promotores de Justiça Lavínia Fragoso e Alberto Fonseca, além de autoridades dos estados.

Por Ascom MPE/AL

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