Grêmio empata com Atlético-MG e é campeão da Copa do Brasil

O gremista Douglas chuta a bola, marcado pelo atleticano Marcos Rocha - Divulgação - Grêmio
Na noite em que o futebol brasileiro começou a sair do luto, o Grêmio voltou, depois de 15 longos anos para sua torcida, ao lugar frequentado pelos maiores clubes do Brasil. O título de ontem da Copa do Brasil, garantido com um empate por 1 a 1 sobre o Atlético-MG, foi o quinto na história do tricolor gaúcho, que se isola como o maior vencedor da competição. Na noite em que encerrou o longo jejum de títulos nacionais, o Grêmio ainda deu a primeira volta olímpica de seu recém-construído estádio, e viu a consagração definitiva de Renato Gaúcho.

Ídolo maior da torcida por ter sido o herói do título mundial em 1983, ele assumiu como treinador da equipe pela terceira vez em setembro e conduziu o time à conquista de ontem. A vitória no jogo de ida facilitou tudo, e o Grêmio só precisou fazer os 90 minutos transcorrerem sem sobressaltos. As maiores emoções do jogo ficaram para os minutos finais. Aos 44 do segundo tempo, o Grêmio encaixou um contra-ataque e viu o equatoriano Bolaños fazer o gol do título, marcando 1 a 0, ao completar jogada de Éverton, o melhor em campo. Logo depois, aos 46, o também equatoriano Cazares, do Atlético, fez um incrível gol, encobrindo o goleiro Marcelo Grohe num chute de antes do meio-campo.

O apito final detonou o início da festa que ainda deve durar vários dias principalmente se o rival Internacional for rebaixado à segunda divisão do Brasileiro no domingo.

Era o primeiro jogo no país desde a tragéida da Chapecoense. Antes de a bola rolar, uma emocionante homenagem na Arena do Grêmio, com um minuto de silêncio respeitado pelo estádio lotado como poucas vezes se viu no Brasil. Os jogadores dos dois times formaram uma roda em torno do círculo central, e alguns jornalistas se juntaram a eles para lembrar os profissionais de imprensa que também morreram na queda do avião na Colômbia. Um policial militar executou o toque de silêncio com um clarim, e alguns jogadores não contiveram o choro.
 
Partidas que decidem campeonatos costumam ser tensas, e a carga emocional extra do jogo de ontem provavelmente também colaborou para um primeiro tempo amarrado, em circunstâncias táticas bem diferentes do jogo de ida, há duas semanas. Com Diogo Giacomini substituindo o demitido Marcelo Oliveira como técnico, o Atlético-MG trocou um meia (Maicosuel) por mais um volante (Rafael Carioca) e se mostrou uma equipe mais organizada, bem diferente do time que deu enormes espaços e permitiu a vitória gremista por 3 a 1 no Mineirão.

Como tinha a vantagem de até poder perder por ujm gol, o Grêmio não se lançou à frente. Renato Gaúcho armou o time mais recuado, com duas linhas de quatro jogadores, deixando livres o meia Douglas e o atacante Luan, e com a estratégia de tentar os contra-ataques. Assim, o primeiro tempo foi de predominância das defesas sobre os ataques. Na melhor chance, já aos 40 minutos, Éverton perdeu o gol à frente de Victor depois de receber lindo passe de calcanhar de Douglas.

Precisando de dois gols, o Atlético voltou com Maicosuel no lugar de um dos volantes no segundo tempo. Depois, tentou outras mudanças para pressionar. Não adiantou muito. O time mineiro ficou mais com a bola, mas o Grêmio foi competente para nem sequer sofrer real perigo de gol. Já aos 44 minutos, o time conseguiu encaixar um contra-ataque, e Bolaños marcou 1 a 0. Minutos depois, Cazares fez o golaço que pouco adiantou para o campeonato, mas o deixará na história por ter marcado em chute de antes do meio-campo.

Por O Globo

Nenhum comentário

Adalberto Gomes Noticias . Imagens de tema por MichaelJay. Tecnologia do Blogger.