Alagoas lidera o ranking de artesãos cadastrados no Programa do Artesanato Brasileiro
Estado tem com 13.119 artesãos com a Carteira Nacional do Artesão, que
fortalece o empreendedorismo dos artistas manuais do Estado
Em qualquer feira nacional, a arte que sai das mãos das alagoanas tem destaque.
Fotos: Camila Guimarães
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Ver sua arte lançada ao mundo sem fronteiras. Esse é um dos
sentimentos que os artesãos buscam ao procurar ferramentas que auxiliem
no reconhecimento do seu trabalho. Com esse objetivo, artesãs do projeto
'No Tacho do Riacho', do bairro de Riacho Doce, compareceram, nesta
sexta-feira (21), ao auditório da Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), para adquirir a Carteira
Nacional do Artesão.
O projeto que iniciou parar fornecer qualidade de vida às mulheres
que sofriam de obesidade, depressão, pressão alta e outras patologias,
atende hoje 24 pessoas da região que já vêm no bordado uma fonte de
renda.
Para a coordenadora do projeto 'No Tacho do Riacho', Gianinna
Schaeffer, o artesanato possibilitou uma melhora significativa na
qualidade de vida das mulheres. Segundo ela, muitas já diminuíram a
medicação ou pararam de vez, além de descobrirem uma nova profissão. Na
visão dela esse registro vai potencializar ainda mais o trabalho,
servindo como um verdadeiro estímulo.
“O registro dessas mulheres enquanto artesãs, num primeiro momento, é
uma conquista. Muitas delas não tiverem acesso aos estudos ou estudaram
muito pouco. Trabalhavam como domésticas ou em barracas de praia. Com
essa visão profissionalizante do artesanato, além de ampliar a
possibilidade delas que podem expor seus produtos em feiras, por
exemplo, tem o estímulo de melhorar cada vez mais o trabalho, deixando
de ser apenas uma terapia, para se tornar uma profissão”, comenta
Gianinna.
De acordo com Aparecida Nunes, supervisora de Design e Artesanato da
Sedetur os benefícios da carteira para o artesão são inúmeros e
fortalecem o empreendedorismo da atividade.
“Além da isenção de ICMS na emissão de notas fiscais avulsas, a
carteira possibilita uma maior facilidade para aquisição de maquineta
para a venda com cartão de crédito, fundamental hoje para quem trabalha
com vendas. Além disso, o artesão fica apto a se inscrever em editais
abertos pela Sedetur para levar seu trabalho para feiras de artesanato
em todo o país e tem acesso as capacitações promovidas pela secretaria”,
destaca Aparecida.
De acordo com dados da Secretaria Especial da Micro e Pequena
Empresa, Alagoas lidera o ranking com 13.119 artesãos cadastrados no
Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab). A
Bahia aparece em segundo lugar, seguida do Ceará.
Para obter a carteira, o artesão deve comparecer de segunda a
sexta-feira, das 8h às 12h, na Sedetur, portando RG, CPF, comprovante de
residência, uma foto 3x4 e a demonstração do produto para que seja
comprovada sua habilidade que será cadastrada na carteira. O documento é
gratuito e fica pronto em até cinco dias úteis.
O bordado possibilitou a artesã Maria Natália Alves de 50 anos,
integrante do projeto No Tacho do Riacho, uma nova perspectiva de vida.
Antes doméstica, hoje Natália fala com orgulho sua nova profissão:
artesã.
“Agora eu sou bordadeira. Já recebo encomendas e tiro do bordado
minha fonte de renda. Esse registro veio pra mudar muita coisa na nossa
vida. Agora vamos produzir com ainda mais vontade e o nosso nome vai
ficar muito mais forte e em evidência. Agora somos apenas as bordadeiras
do Riacho Doce, mas depois do registro teremos muito mais força,
podendo expor fora do estado e divulgando o nosso trabalho”, afirma
Natália.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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