Alagoanos e turistas de toda parte do país descobrem Piranhas, adorável cidade às margens do Velho Chico

Piranhas, com seu casario colorido, um belo panorama/Fotos/ Ivaldo Pinto
Novo destino turístico de Alagoas, a cidade de Piranhas, localizada no alto Sertão, a 280 quilômetros de Maceió, está sendo, finalmente, descoberta pelos alagoanos e turistas de várias partes do Brasil. Ônibus de turismo de Maceió e de outras capitais nordestinas, além de carros particulares, circulam em Piranhas, bem como turistas que se hospedam no Xingó Parque Hotel, localizado na vizinha Canindé do São Francisco, em Sergipe.

Piranhas encanta os visitantes por seu conjunto arquitetônico, originário das escolas neoclássica e colonial, com destaque para os velhos solares, o casario colorido, igrejas e monumentos que recordam o passado, sem esquecer o rio São Francisco, que enriquece mais ainda a fascinante paisagem. À noite, nos barzinhos que funcionam no centro histórico, é grande o movimento de turistas, principalmente nos fins de semana – de quinta-feira a domingo, o que não falta é animação.

Catamarãs atracados no cais de Brogodó, no Riacho do Talhado, em Alagoas
Cidade tranquila e de povo hospitaleiro, Piranhas vive em clima de verão o ano inteiro, e o calor é intenso. Nos meses de inverno, porém, o clima fica mais ameno: a temperatura chega a 33°, durante o dia. No Verão, em dezembro, chega aos 45°, segundo Fábio Moura, guia de turismo em Xingó, caracterizado de cangaceiro, e também diretor teatral na cidade. Ele, inclusive, participou de cenas da novela “Velho Chico”, da Rede Globo de Televisão, quando das locações em Piranhas.

Piranhas é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e as atrações turísticas são o Museu do Sertão, onde estão expostas fotos de Lampião e seu bando, vestimentas e armas da época do cangaço; o Centro de Artesanato, Artes e Cultura de Xingó, que funciona em um antigo galpão da antiga Rede Ferroviária Federal, com diversificados produtos artesanais; o obelisco do Mirante Secular, no alto da serra, construído no século 19 para saudar o povo do século 20; o Mirante de Atalaia, de onde se descortina uma bela paisagem da cidade e do Vale do São Francisco.
Mirante Secular, uma homenagem ao povo do século 20
Há também a Casa do Patrimônio de Piranhas (Iphan), com rico acervo; a Torre do Relógio, ponto de encontro de turistas, onde se bebe um delicioso café expresso, a partir das 5h da tarde; os barzinhos e restaurantes que funcionam no centro histórico, com música ao vivo e atrações culturais e folclóricas. Destaque para a praça à beira rio onde está fixada a Maria Fumaça, fabricada na Alemanha em 1929, que puxava o trem ligando Piranhas a Jatobá, em Pernambuco, e a estátua do seresteiro Altemar Dutra, que era um apaixonado por Piranhas, tendo até adquirido uma propriedade no município.

Cânion do Rio São Francisco, totalmente em território alagoano
 Fora da cidade há outras atrações, como o passeio à Grota de Angicos. O barco sai do atracadouro de Piranhas, com parada no povoado de Entremontes, onde as bordadeiras produzem o artesanato redendê. De lá o barco segue pelo rio até o local onde começa a trilha, de 700 metros, até a Grota de Angicos, em Sergipe, onde Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros foram mortos pela polícia alagoana.
As noites no centro histórico são muito animadas
A Hidrelétrica de Xingó, construída entre os Estados de Alagoas e Sergipe, obra pujante da engenharia brasileira, também atrai muitos turistas. A visitação acontece com acompanhamento de guia especializado. Infelizmente, com a falta de chuvas e a consequente escassez de água, a usina está operando com 27% da sua capacidade e apenas duas turbinas funcionando, das seis instaladas. Na hidrelétrica observa-se um cenário desolador: o Velho Chico corre lento, sem forças, moribundo, à espera de socorro que não chega. Faz pena.

Estátua do seresteiro Altemar Dutra, apaixonado por Piranhas
Outra grande atração turística, que é explorada por empresários alagoanos e sergipanos, são os passeios de catamarã pelo Lago de Xingó até o Cânion do Rio São Francisco, localizado em Alagoas, entre os municípios de Olho d’Água do Casado e Delmiro Gouveia. Ao lado do Riacho do Talhado, há uma parada para banhos e passeios de canoa na Gruta do Talhado, imperdível. Antes, os passeios de catamarã eram feito apenas no lado sergipano do rio, em Canindé do São Francisco (saída do restaurante Karrancas); hoje há catamarãs que saem de Olho d’Água do Casado, em Alagoas, com parada para almoço no restaurante do Castanho, em Delmiro Gouveia.

Maria Fumaça, modelo alemão de 1929, atração turística

 Por Cada Minuto


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