Centro Acadêmico de História, da Ufal - Campus do Sertão realiza evento sobre os 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, nesta quarta - feira (4)
Massacre de Eldorado dos Carajás - 20 anos de impunidade
Conheça a história do Massacre de Eldorado dos Carajás
Debate Massacre de Eldorado dos Carajás |
O Centro Acadêmico de Historia, Nise da Silveira (gestão) Poder
Popular, estará realizando nesta quarta - feira (4), na Universidade
Federal de Alagoas - Campus do Sertão, um evento que abordará os 20 anos
do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996 no
Estado do Pará. O evento será realizado a partir das 19h no mini
auditório da UFAL.
A mesa do debate é composta pelo Professor José Ivamilson e por um membro do MST ( Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A mesa do debate é composta pelo Professor José Ivamilson e por um membro do MST ( Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O Centro Acadêmico de Historia, convida todos os universitários e a sociedade em geral para participar do evento.
Conheça a história do Massacre de Eldorado dos Carajás
O Massacre de Eldorado dos Carajás foi a morte de dezenove sem-terra que
ocorreu em 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no
sul do Pará, Brasil decorrente da ação da polícia do estado do Pará.
Dezenove sem-terra foram mortos pela Polícia Militar do Estado do Pará. O
confronto ocorreu quando 1.500 sem-terra que estavam acampados na
região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da
desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A
Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local, porque estariam
obstruindo a rodovia BR-155, que liga a capital do estado Belém ao sul
do estado.
Cruz marca o local do massacre em Eldorado dos Carajás
O episódio se deu no governo de Almir Gabriel, o então governador. A
ordem para a ação policial partiu do Secretário de Segurança do Pará,
Paulo Sette Câmara, que declarou, depois do ocorrido, que autorizara
"usar a força necessária, inclusive atirar". De acordo com os sem-terra
ouvidos pela imprensa na época, os policiais chegaram ao local jogando
bombas de gás lacrimogêneo.
Segundo o legista Nelson Massini, que fez a perícia dos corpos, pelo
menos 10 sem-terra foram executados a queima roupa. Sete lavradores
foram mortos por instrumentos cortantes, como foices e facões.
O comando da operação estava a cargo do coronel Mário Colares Pantoja,
que foi afastado, no mesmo dia, ficando 30 dias em prisão domiciliar,
determinada pelo governador do Estado, e depois liberado. Ele perdeu o
comando do Batalhão de Marabá. O ministro da Agricultura, Andrade
Vieira, encarregado da reforma agrária, pediu demissão na mesma noite,
sendo substituído, dias depois, pelo senador Arlindo Porto.
Uma semana depois do massacre, o Governo Federal confirmou a criação do
Ministério da Reforma Agrária e indicou o então presidente do Ibama,
Raul Jungmann, para o cargo de ministro. José Gregori, que na época era
chefe de gabinete do então ministro da Justiça, Nelson Jobim, declarou
que "o réu desse crime é a polícia, que teve um comandante que agiu de
forma inadequada, de uma maneira que jamais poderia ter agido", ao
avaliar o vídeo do confronto.
O então presidente Fernando Henrique Cardoso determinou que tropas do
exército fossem deslocadas para a região em 19 de abril com o objetivo
de conter a escalada de violência. O presidente pediu a prisão imediata
dos responsáveis pelo massacre.
O ministro da Justiça, Nelson Jobim, juntou-se às autoridades policiais e
do Judiciário, no Pará, a pedido do governo federal, para acompanhar as
investigações. O general Alberto Cardoso, ministro-chefe da Casa
Militar da Presidência da República, foi o primeiro representante do
governo a chegar a Eldorado dos Carajás.
Por Redação Blog Adalberto Gomes Notícias
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