Workshop sobre ostreicultura encerra visita de pesquisadores norte-americanos ao vale do São Francisco
A
comitiva de pesquisadores da Universidade de Auburn, sediada no estado
do Alabama (EUA), finalizou na quarta-feira (13) as atividades de
levantamento das perspectivas e potencialidades dos recursos pesqueiros e
da aquicultura nas regiões do Submédio e do Baixo São Francisco com a
participação em workshop sobre ostreicultura em Maceió (AL). O evento
foi promovido a partir de uma parceria entre a Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a
Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura de Alagoas
(Seagri/AL) e o Sebrae/AL. O workshop evidenciou as potencialidades de
desenvolvimento regional a partir da ostreicultura, inclusive para a
área do vale do São Francisco, a exemplo da região da foz, entre Alagoas
e Sergipe.
O
professor da Universidade de Auburn William Walton, especialista em
malacologia, foi um dos palestrantes. Em sua exposição, ele apresentou a
experiência de implantação e desenvolvimento da ostreicultura no Golfo
do México, região em que está localizada a universidade. Walton destacou
as tecnologias aplicadas a partir da produção científica e da
Universidade de Auburn. Uma das tecnologias aplicadas com suporte dos
pesquisadores da Universidade consiste na utilização de cascas de ostra
para implantação de camadas de aderência que permitem a ostreicultura em
locais em que normalmente não seria possível essa atividade, como áreas
de lama.
Walton
informou que em 2008 não havia nenhuma fazenda da ostreicultura no
Golfo do México. Hoje já são 13 fazendas que cultivam ostras somente no
estado do Alabama. Na região, em 2015, foram produzidas cerca de um
milhão de ostras.
William
Walton apontou como se dá a atuação da Universidade de Auburn para se
alcançar esse resultado. “Nossa atuação se dá por meio de pesquisas, de
treinamento de interessados no cultivo de ostras em parques de cultivo,
na colaboração com agências reguladoras e com indústrias e na
comunicação com o setor de gastronomia e produção de mídia sobre o
sucesso das novas fazendas de cultivo e acerca da qualidade das ostras
produzidas”, afirmou.
Os
participantes do workshop também puderam conhecer mais três
experiências de cultivo de ostras. A primeira foi apresentada pelo
engenheiro de pesca Marcelo Chamas, que expôs uma experiência de
avaliação de desempenho de sementes de ostras. A segunda exposição foi
realizada pela produtora de ostras Marcia Kafensztok, que mostrou a
experiência da fazenda de ostras Primar, localizado no município de
Tibau do Sul, no estado do Rio Grande do Norte. A terceira exposição foi
realizada pelo engenheiro de pesca Rui Trombeta, que tratou de projetos
de cultivo de ostras na Amazônia a partir da experiência do estado do
Pará.
Segundo
o pesquisador visitante da Universidade de Auburn Fernando Kubitza,
especialista em aquicultura e integrante da comitiva, a proposta de
realização do workshop surgiu a partir de uma visita técnica de
consultores do Sebrae à instituição universitária norte-americana para
conhecer projetos de aquicultura e novas tecnologias. “Vimos que existem
um grande potencial no Nordeste para cultivo de ostras e o Walton veio
trazer um pouco de informações sobre os sistemas de cultivos utilizados
por lá para, quem sabe, tornar o Nordeste uma região com grande
potencial como hoje já acontece no estado de Santa Catarina”, declarou.
Edson
Maruta, da Seagri/AL, afirmou que o Governo de Alagoas trabalha para
promover a estruturação da atividade de ostreicultura no estado com o
aumento da produção e do consumo em parceria com diversas instituições.
Ele destacou a parceria com a Codevasf para o fomento a atividades
aquícolas como estratégia de inclusão produtiva para geração de trabalho
e renda. “Temos que trabalhar em conjunto, unindo ações. Apesar de a
Codevasf não poder ter toda a abrangência nas áreas produtoras de ostras
em Alagoas, temos regiões produtoras no estado onde ela pode atuar e
precisamos desse apoio em áreas como comercialização e de
empreendedorismo e, dessa forma, contribuindo com a estruturação da
cadeia”, afirmou.
A
mesma avaliação sobre a importância da Codevasf para estruturação da
cadeia produtiva da ostreicultura é compartilhada pelo Sebrae em
Alagoas. “A Codevasf sempre foi um parceiro bastante importante, pois o
Sebrae não tem como entrar com investimentos. Então, a Codevasf, além do
conhecimento e da especialização que ela possui, a empresa tem o
investimento, que é extremamente necessário para que possamos
desenvolver essa atividade que tem um potencial enorme em Alagoas. Hoje
temos uma base muito sólida de ostreicultura e um potencial grande de
expansão. Essa parceria é fundamental para que possamos ter um outro
patamar que amplie a geração de trabalho e renda”, indicou o diretor
técnico do Sebrae em Alagoas, Ronaldo Moraes.
Na
avaliação do diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas da
Codevasf, Eduardo Motta, o evento encerra a jornada dos pesquisadores da
Universidade de Auburn por duas regiões fisiográficas da bacia do rio
São Francisco. “Esse workshop de ostreicultura é justamente o
encerramento dessa jornada, na qual esses pesquisadores fizeram todo um
diagnóstico e levantamento das potencialidades e de fatores limitantes
para o desenvolvimento da aquicultura de forma consolidada, apesar de já
existir com força nessa região, e eles se admiraram com o que viram.
Mas precisa ter uma gestão empreendedora maior de acordo com as
potencialidades existentes, que são gigantescas”, disse durante as
atividades do workshop em Maceió (AL).
Eduardo
Motta ainda destacou o potencial para q ostreicultura nas áreas de
atuação da Codevasf em Alagoas. “A vinda do Dr. William Walton, que é um
especialista em moluscos, notadamente na área de ostreicultura, numa
parceria da Codevasf com o Sebrae/AL e com o Governo de Alagoas,
acontece, pois temos um potencial muito grande, seja na foz do rio São
Francisco, tanto no lado sergipano, quanto alagoano, mas que é pouco
explorado. Nós levamos o especialista da Universidade de Auburn para
conhecer essa potencialidade e ter contato com produtores. Assim,
devemos explorar de forma positiva esse ambiente favorável para promover
uma alternativa de renda para o Baixo São Francisco, especialmente na
região da foz”, concluiu o diretor de Revitalização de Bacias
Hidrográficas da Codevasf.
Por Ascom Codevasf
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