Alagoas: Mulheres fazem caminho de volta e apostam no parto normal

“Atualmente, há um trabalho de incentivo ao parto normal, evitando a cesárea sem indicação que pode acarretar em riscos de patologias e de mortes
“Atualmente, há um trabalho de incentivo ao parto normal, evitando a cesárea sem indicação que pode acarretar em riscos de patologias e de mortes

O anúncio de uma gravidez é motivo de celebração para qualquer casal, mas passado o momento da euforia, logo começa a preocupação em relação à escolha do parto. Algumas, com receio, tentam a todo custo evitar o caminho natural, optando por uma cesariana, antes mesmo de ter conhecimento se esse é de fato o melhor indicado para seu caso.

Nas últimas décadas, houve um crescimento no número de cesáreas, o que levou o poder público a investir em políticas que incentivem o parto normal. Investir nesse tipo de procedimento tem sido uma das metas dos gestores públicos no Brasil, porque traz uma série de benefícios para mãe e bebê, como também há uma redução nos custos e no tempo de internação.

Em Alagoas, esse tem sido o caminho, conforme destacou a coordenadora estadual da Rede Cegonha, Sirlene Patriota, principalmente, porque deve-se ter a preocupação com a saúde da gestante e do recém-nascido, que corre o risco de ter algumas complicações, como contrair infecções.


Atualmente, há um trabalho de incentivo ao parto normal, evitando a cesárea sem indicação que pode acarretar em riscos de patologias e de mortes. Podem ocorrer sangramento e infecção e dificultar a amamentação. Além do bebê nascer de um parto prematuro, se não houver certeza da idade gestacional, ter problema respiratório, além de dificultar a interação entre mãe e a criança, nas primeiras horas após o nascimento, devido as inconveniências de uma cirurgia”, afirmou Sirlene.

De acordo com a pediatra, as mulheres sabem dos problemas que podem ocorrer durante uma cesárea, mas muitas ainda insistem por esse tipo de parto. Por isso, há uma preocupação dos gestores públicos em trabalhar junto aos municípios, no sentido de evitar o máximo possível de cirurgias, incentivando as gestantes a esperarem a hora correta do nascimento, que ocorre quando entra em trabalho de parto. Sendo a cesariana indicada, apenas, quando vidas estão em jogo.

No Brasil 50% dos partos ainda são realizados por meio de cesáreas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza 15% e o Ministério da Saúde 30%. Apesar do percentual brasileiro ficar acima do que determina a OMS, a coordenadora estadual da Rede Cegonha explica que esse índice apesar de parecer alto, ainda é considerado baixo no País, se levado em conta os números de cirurgias verificados em décadas passadas.

Doulas: Mulheres a serviço da gestante

O momento do parto nunca foi fácil para nenhuma mulher, surge o nervosismo, o medo, o incômodo da dor e a ansiedade em ter finalmente o filho nos braços. Nesse momento, é fundamental o apoio e acompanhamento de familiares e amigos, o que ocorria em décadas passadas, quando os partos geralmente eram em suas residências ou até mesmo em maternidade.

Com o passar dos anos e as mudanças na sociedade, acompanhar da gestação até o dia do parto ficou mais difícil, reservando apenas para poucos está presente diariamente. Mas recentemente, as gestantes passaram a contar com a companhia das doulas, profissionais que prestam assistência à futura mamãe desde o primeiro mês de gravidez até o pós-parto. Doula é uma palavra que vem do grego e significa “Mulher que serve”, utilizado nos dias atuais para se referir os técnicos que orientam e assistem a nova mãe no parto e nos cuidados com o bebê.

Em Maceió, um grupo de “Doulas” está em atividade desde 2013 e são responsáveis pela criação do grupo Acolher – Núcleo de Humanização para o Parto. A fisioterapeuta neonatal e pediátrica Gisele Almeida, sabe muito bem o que é ter essa assistência e resolveu fazer um curso, após quatro meses do nascimento do seu filho. A sua experiência fez com que optasse por assistir as mulheres nesse momento especial e delicado.



A gestante tem na doula uma referência, a pessoa que irá assistir até os cuidados após o parto. E, durante esse período, é criado um vínculo entre o profissional e a gestante de confiança e segurança, como também, apoio físico e emocional”, diz Gisele acrescentando que mensalmente há uma reunião entre os profissionais e gestantes chamado Café Com as Doulas, momento que serve para troca de informações e criação de laços de afinidade.

Em 2013, quando o grupo começou a atuar em Maceió, assistiram a 15 gestantes, nos anos seguintes foi aumentando e, a tendência é crescer mais ainda. O serviço para quem tem disponibilidade de recursos está na faixa de R$ 700 a R$ 1.500,00.

Esperando Gabriel

A dona de casa Jaqueline Pereira Tavares, desde o início da gravidez, está sendo acompanhada pela doula Carla Perdigão, que tem dado toda atenção à mamãe de primeira viagem, que aguarda de forma serena e tranquila a chegada do filho Gabriel.



Os exercícios e informações passadas por Carla, só têm ajudado Jaqueline a se preparar para ter o parto normal. Esse acompanhamento é importante porque dá segurança durante e depois da gestação”, finalizou a gestante.

 Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas

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