Em Alagoas a cada 5 dias uma agência bancária é assaltada; veja o mapa online do TNH1
Frequentemente, a ação ocorre durante a madrugada,
quase sempre com um grande número de assaltantes, fortemente armados,
que agem principalmente em pequenos municípios de Alagoas. Essas são as
características dos assaltos a agências bancárias no Estado, que desde o
início deste ano já somam 17 ações.
Entre o dia 12 de janeiro (quando ocorreu o primeiro
assalto a banco do ano em Alagoas) ao dia 14 de abril (última
ocorrência) são 93 dias, o que totaliza uma agência assaltada a cada 5,4
dias.
Do Sertão à região Metropolitana de Maceió, apenas
os municípios da região Norte do Estado não registraram ocorrências de
assaltos a agências neste ano.
Em 2015, foram registrados no total de 26 casos em
todo o Estado, com uma morte. No período de janeiro a 14 de abril do ano
passado, oito agências foram alvo de bandidos, metade do registrado no
mesmo período deste ano.
MAPA ONLINE DOS ASSALTOS: VEJA COMO FUNCIONA
A equipe do TNH1 mapeou os assaltos ocorridos no Estado e apresenta o “Mapa do Assalto a bancos em Alagoas".
A ferramenta mostra todas as ocorrências registradas
desde o início de 2016, e será atualizado sempre que um novo assalto
for registrado.
Ao clicar nos ícones é possível detalhes das ocorrências como cidade, data e reportagens sobre o assalto.
Os casos são classificados no Mapa por ícones, que dividem as ocorrências em três categorias:
1 - Com utilização de explosivos;
2 - Corte plasma ou maçarico
3 - Assalto (ou tentativa de assalto) com arma de fogo.
CONFIRA O MAPA
FONTES DOS DADOS
Os dados contidos no Mapa foram cruzados a partir de
informações fornecidas pela Divisão Especial de Investigação e Capturas
(Deic) e pelo Sindicato dos Bancários de Alagoas.
As investigações dos casos ocorridos em agências da
Caixa Econômica Federal são de responsabilidade da Polícia Federal (PF),
que não confirmou nenhum caso no Estado. Mas a partir de apurações do TNH1 foi possível identificar um assalto ocorrido em Coruripe, em 29 de março deste ano.
PREJUÍZO: EXPLOSIVOS DANIFICAM CAIXAS E PRÉDIOS
Dos 17 casos de 2016, em 11 foram utilizados
explosivos para arrobar os terminais de autoatendimento ou cofres das
agências. Em muitas vezes, danificando não só os caixas eletrônicos como
também os prédios onde as agências funcionam.
“Infelizmente quando ocorrem as explosões, há um
prejuízo tanto para a população local quanto para a população vizinha.
Fazendo com que superlote as agências das cidades próximas”, lamenta
Jairo França, presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas.
Jairo informa que foi realizada uma reunião com o
antigo secretário de Segurança Pública do Estado, Alfredo Gaspar, em que
foi apresentado o atual cenário de insegurança em que vive Alagoas em
relação aos assaltos a bancos, e onde foram cobradas providências do
poder público. Uma nova reunião deve ser realizada com o novo gestor da
pasta Segurança Pública, Coronel Lima Júnior.
Mas segundo Jairo, as agências bancárias devem
assegurar a segurança dos prédios e dos clientes. “O maior problema
também é em relação aos bancos, pois eles devem cumprir com a parte
deles. A polícia deve atuar para os municípios e os bancos devem
promover a segurança própria, mas eles não têm feito isso”, relada o
presidente do Sindicato dos Bancários.
CRIMES SENDO INVESTIGADOS
Dos assaltos praticados este ano, dois grupos
criminosos já foram identificados pela Polícia Civil, inclusive um deles
já está com mandado de prisão decretado.
A Polícia prendeu em março, Egildo Luiz Gomes,
conhecido como “Vaqueiro” pela participação do assalto a agência
bancária na cidade de Canapi, em dezembro do ano passado, e também pelo
envolvimento no assalto a agencia de Coité do Nóia, no início de março
deste ano.
Segundo o delegado Felipe Caldas da Deic, que estava
a frente das investigações a roubo a bando até o início deste mês de
abril, atualmente as duas principais modalidades praticadas nos assaltos
a bancos em Alagoas são: corte plasma ou maçarico e explosão. Que
totalizam 14 ocorrências em Alagoas, apenas neste ano.
Quando utilizando o artifício do corte plasma ou
maçarico, os criminosos, com certo conhecimento e habilidade, conseguem
efetuar o roubo com uma maior incidência de sucesso, retirando a gaveta
intacta do cofre, de acordo com Caldas.
“Dependendo do terminal de autoatendimento, eles
possuem dispositivos de segurança que rasgam as notas de maior valor
quando há um abalo sísmico, mínimo que seja. Em outro mecanismo, há a
liberação de tinta rosa que mancham as cédulas quando ocorre a violação
do cofre”, explica o delegado.
Mas o próprio delegado destaca, que, a maior parte
dos caixas eletrônicos das agências do estado, não possuem destes
mecanismos de segurança. “Se as empresas investissem um pouco mais
nesses sistemas talvez inibisse mais os assaltantes”, alerta.
PENA PARA CRIMES COM EXPLOSIVOS PODE AUMENTAR
Está em tramitação no Senado o Projeto de Lei da
Câmara (PLC) 24/2015, que prevê o aumento da pena para até oito anos de
prisão, sob o crime de furto e roubo a caixas eletrônicos quando for
praticado com a utilização de explosivo.
A atual Lei do Código Penal determina a reclusão de
um a quatro anos e multa para esse tipo de crime. O novo texto, de
autoria do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), estabelece penas de três a
oito anos de reclusão, além do aumento da pena de um terço até a metade
quando a arma de fogo, munição ou acessório explosivo for fruto de
roubo.
Por TNH1
Por TNH1
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