Corpo de Bombeiros homenageia primeira mergulhadora militar de Alagoas

Soldado Andreza , é condutora de viatura e está treinando para em breve compor a guarnição de mergulho da corporação
Soldado Andreza , é condutora de viatura e está treinando para em breve compor a guarnição de mergulho da corporação Arquivo pessoal
 
No dia em que o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas tem orgulho de ter em seu quadro cerca de 230 mulheres entre majores e soldados, mulheres que se viram nos trinta para dar conta de uma vida repleta de afazeres pessoais e profissionais.

Mulheres que muitas vezes saem com o coração apertado para serviços de 24h, deixando seus bebês em casa. Mulheres que são bombeiras de coração e alma e que fazem tudo com a maior dedicação possível.

Para homenagear as mulheres bombeiras, pelo que representam e pelo que fazem pela corporação. E para representar todas as bombeiras militares, temos a soldado Andreza de Andrade que com seus 33 anos de idade e quase 10 anos como bombeira, é a primeira mergulhadora do CBMAL.

 

Andreza é uma mulher que não conseguem ficar parada e se reinventa a todo momento. Soldado desde 2006, quando o CBMAL teve a maior entrada de mulheres por concurso público de toda a sua história, ela já passou por seções administrativas, pelo combate a incêndio, pelo projeto bombeiro mirim, é condutora de viatura e está treinando para em breve compor a guarnição de mergulho da corporação.

Ela possui cursos de atendimento pré-hospitalar, de salvamento ambiental, de salvamento veicular, de condutor de embarcação, de voluntário de emergência, de mergulho, e está fazendo o de condutor de viatura de emergência. Além disso, a militar é formada em direito e administração e pós-graduada em direito penal e processo penal.
Ela diz que antes de realizar o concurso público que garantiu seu ingresso à corporação, nunca pensou em ser bombeira. Trabalhava em empresa privada, mas percebeu que precisava de mais estabilidade, então se inscreveu, estudou e passou. E logo se apaixonou pela profissão, que a ensina a viver dentro e fora dela.

Dentro de uma instituição tradicionalmente masculina, as mulheres vêm conquistando seu espaço em todas as funções e desempenham serviços que antes eram exclusivos dos homens.

“A mulher ainda é considerada o sexo frágil e quando os homens veem as mulheres desempenhando os serviços que executamos aqui ainda pensam que nós não faremos bem feito como eles acham que fazem. Infelizmente o preconceito ainda existe, mas ele nunca me atingiu. Sempre vi mais como preocupação do que como preconceito. Quando eu era condutora, por exemplo, e precisávamos fazer viagens longas, muitas vezes os meninos nem dormiam, ficavam me alertando durante o trajeto, mas depois de um tempo foram relaxando”, relatou a militar.

 

Para ela, a mulher deve consolidar seu espaço e mostrar que executa qualquer serviço igual aos homens e às vezes até melhor, afinal, todos são habilitados para fazerem as mesmas coisas. “As diferenças que existirem devem ser respeitadas, é claro, mas também existem as compensações e uma mulher quando quer fazer parte e ter seu espaço, corre atrás e faz”.

Sobre sua função como mergulhadora, ela diz que nunca havia pensado nisso, mas como sempre estava em contato com os mergulhadores, foi perguntando e se interessando pelo serviço, passou a fazer uns mergulhos recreativos e aos poucos foi se apaixonando. Hoje, ela participa de algumas ocorrências e denomina o serviço como sinistro, mas um sinistro bom, que ela vem gostando mais dia após dia.

“Eu acho que estou onde devo estar. Procuro sempre aproveitar as oportunidades, me conhecer mais, ver onde posso produzir mais, desempenhar melhor meu trabalho e onde estarei mais feliz e por isso digo que estou onde devo estar”.

Andreza ainda não se considera uma mergulhadora e sim uma mergulhadora em construção. Ela tem o curso básico de mergulho, e esse foi o curso que deu o conhecimento fundamental para iniciar nas atividades de mergulho. “Então eu conversei com meus amigos de guarnição para ir participando das ocorrências aos poucos, me preparando para futuramente me considerar uma mergulhadora do CBMAL”, finalizou a bombeira, dizendo que ainda quer aprender muito e viver dentro da corporação, evoluindo sempre.
 
   Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas

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