Em dois anos, Mais Médicos apresenta melhoria dos indicadores da saúde em AL
Dados apontam que os resultados alcançados ultrapassam ou mesmo chegado
bem próximo da meta preconizada pelo Programa de Melhoria do Acesso e da
Qualidade na Atenção Básica
Marrero é exemplo de um trabalho bem feito ao servir o cidadão. (Foto: Carla Cleto)
“O programa Mais Médicos não foi criado só para aumentar o número de
médicos, mas para garantir a qualidade e a humanização do atendimento”,
afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante cerimônia
comemorativa dos dois anos da implantação do programa no Brasil. Em
Alagoas, há melhorias nos indicadores desde que se iniciou um
atendimento mais próximo, uma das marcas implantadas pelos médicos
cubanos.
Uma das experiências bem sucedidas do Mais Médicos em Alagoas está em
São Miguel dos Campos, que possui cinco profissionais do programa -
quatro cubanos e um brasileiro formado em Cuba. Na Unidade Básica de
Saúde (UBS) Agnaldo Cavalcante Machado, por exemplo, o caldeireiro
Adriano Sandes confessa: “ninguém tratou do meu pai assim, como todo
esse cuidado que o médico teve na primeira consulta”.
“Eu agradeço muito, doutor”, disse o aposentado José Petrúcio Sandes,
natural de Delmiro Gouveia, mas que passou a morar com o filho Adriano,
em São Miguel dos Campos. Na cidade, o aposentado recebeu os cuidados
do médico cubano Alfredo Marrero, que costuma atender o paciente,
pedindo para colocar a cadeira ao lado. “Gosto de ficar mais próximo,
sentir o cheiro e avaliar melhor o paciente”, revelou o médico.
Conhecer a população e mudar os hábitos para garantir uma assistência
integral para um melhor tratamento. Isso é o que defende o médico
cubano, desde julho de 2014, quando chegou à cidade de São Miguel dos
Campos. "Criei laços na comunidade. Aqui fiz amigos e tenho pacientes
que precisam de mim", contou Marrero. E os pacientes falam muito bem
dele: “toda a minha família - mulher e filhos - são atendidos pelo
Alfredo, e agora também o meu pai”, acrescentou o caldeireiro.
Para o secretário municipal de saúde de São Miguel dos Campos, Sival
Clemente, os impactos do Mais Médicos na cidade são positivos. “Além da
melhoria dos indicadores, houve um avanço na qualidade da Atenção Básica
como um todo. Agora a expectativa é a manutenção do programa, até que
se tenham médicos suficientes para atender a demanda da população”,
esclareceu ele.
Impactos - “Antes eu não tinha aonde ir”, contou a
dona de casa, Maria Helena Conceição, que procurou a UBS Adailton
Barbosa de Carvalho para vacinar a filha Emely Gabriele da Conceição, de
apenas 1 e 7 meses. “Por isso posso dizer que melhorou”, acrescentou
ela.
A melhoria está presente também na Atenção Básica com um todo. Isso
porque os números mostram que os resultados alcançados têm ultrapassado
ou mesmo chegado bem próximo da meta preconizada pelo Programa de
Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ).
Um exemplo de alcance desses números está no acompanhamento de
hipertensos. Na Equipe de Saúde da Família Esther Soares, o número
esperado de consultas era de 554, mas a meta foi ultrapassada com as 705
consultas realizadas pela médica Alied Maria Ferrer que, depois de
pouco mais de um ano no município, quer fazer mais. “A comunidade está
gostando do atendimento e estamos caminhando para melhorar ainda mais a
saúde dessas famílias", salientou.
O aumento do número de consultas e redução da necessidade de
internações é mais uma mudança desde que o programa Mais Médicos foi
implementado. Foram 2.658 consultas realizadas, ultrapassando a meta com
o registro de 132,9%. As consultas de puericultura - que trata do
bem-estar e saúde das crianças no seu nascimento e nos primeiros dias de
vida - somaram 171, um alcance de 156%.
Saúde da Família - “A Saúde melhorou, principalmente
porque, quando chegamos à unidade, sempre tem médico”, contou o
pedreiro Janio Rosa dos Santos. Ele, que é hipertenso, logo tem que
tomar alguns cuidados com a saúde que o médico Ângelo Mezonet orienta.
“Ele é o médico da família, todo problema resolvemos aqui”, informou a
dona de casa Ginalva Carvalho, que acompanhou o marido e a filha Jaiane
Vitória, na consulta.
Um dos ganhos de se ter médicos do Programa no município é o cuidado
diferenciado no território. Isso é o que defende a coordenadora estadual
do Mais Médicos, Ivana Pita. "A nossa meta é que o Mais Médicos se
converta em um elemento de estruturação da Atenção Primária e, como
resultado, temos visto a estrutura do serviço no município e a ampliação
da cobertura do Programa Saúde da Família", esclareceu.
Em Alagoas, são 193 profissionais do Mais Médicos atuando em 73
municípios. Também somam a esse número, os 33 profissionais do Programa
de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) que atuam em
15 municípios.
Uma novidade do Mais Médicos, especificamente para Alagoas, é que o
Estado vai ser referência no País como projeto-piloto de reestruturação
da Estratégia Saúde da Família.
De acordo com Ivana Pita, nesta segunda-feira (17), os representantes
da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Glauco Oliveira e Renato
Tasca, reúnem-se na Secretaria de Estado da Saúde para trocar
experiências e dar início ao planejamento da prevenção e promoção na
Atenção Básica.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com informações da Agência Alagoas.
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