Veneno de vespa brasileira pode ajudar no tratamento contra o câncer

Veneno da vespa é capaz de matar as células cancerígenas.
Ele não danifica as células saudáveis

  O veneno de uma vespa tipicamente brasileira pode ajudar no tratamento contra o câncer. Os pesquisadores descobriram que o veneno da vespa é capaz de matar as células cancerígenas sem danificar as células saudáveis. A vespa conhecida cientificamente como polybia paulista só existe no Brasil. O veneno dela tem uma toxina poderosa, chamada de peptídeo ou MP1.
“Hoje os fármacos que são usados como quimioterápicos atuam nas células com câncer e nas células sadias. Eles não são seletivos às células com câncer.  E esse peptídeo mostrou ser altamente seletivo à célula do câncer. Isso deve minimizar os terríveis efeitos colaterais da quimioterapia", explica João Buggiero Neto, professor da Unesp.
A toxina da vespa interage com as moléculas de gorduras ou lipídios, presentes nas células cancerígenas. A superfície da célula sadia é neutra e não atrai a molécula MP1. Segundo os cientistas, é aí que a MP1 é eficiente, pois mata bactérias e células cancerosas sem atacar as saudáveis.
A pesquisa foi feita no campus da Unesp de São José do Rio Preto, no interior paulista, em parceria com a Universidade de Leeds, na Inglaterra. A pesquisadora Natália Bueno Leite Slade foi até lá para complementar os experimentos feitos no Brasil. O estudo foi publicado, na terça-feira (1), na revista científica Biophysical Journal. “Nós observamos lá que o veneno, quando age na célula que imita a célula do câncer, ele abre buracos muito grandes, maiores do que a gente esperava. Ele é importante, porque ele permite que o conteúdo interno, que faz com que a célula funcione a normalmente, saia pra fora. Então, ela perde sua funcionaliodade", explica Natália.
O veneno pode ter uma maior eficácia contra as células cancerígenas da bexiga, da próstata e do sangue, a leucemia. A partir de agora, a pesquisa segue para uma nova etapa, com as células de laboratório. Só depois será testada em animais. "Vamos fazer testes e depois partir para testes subclínicos. O importante é que, provavelmente, novas tecnologias devem ser geradas, novos conhecimentos", afirma João.

Por Jornal Hoje.

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