Produção artesanal do feijão guandu gera renda às famílias em Alagoas
Pequenos produtores de Murici resgatam plantio do grão como cultura de subsistência
O produtor Geraldo Mota afirma que a
plantação do feijão tem ainda outros benefícios, a exemplo da proteção
do solo, aduba a terra e ainda mantém o controle de pragas
Ronaldo Lima
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O feijão guandu, tem se tornado uma fonte de alimento para as
famílias de pequenos produtores rurais do assentamento dom Hélder
Câmara, do município de Murici, e ainda para o consumo dos animais. A
leguminosa, de crescimento com até três metros de altura, é cultivada
sem agrotóxico e vem gerando renda. É o resgate do plantio do grão como
cultura de subsistência.
Maria Rita Rosa, produtora rural há 30 anos, explica que dos grãos do
feijão guandu é feito o café que é consumido pela família, também pode
ser utilizado como alimentação na forma de feijão verde, no molho e
atende ainda os animais, como ração, tanto com os grãos como pelas
folhas.
“Em nossa casa ninguém toma outro tipo de café a não ser feito à base
do feijão guandu. É delicioso e de boa qualidade”, garante dona Rita
Rosa. Segundo ela, é uma tradição que passou de sua avó para sua mãe, e
agora ela continua produzindo.
O produtor Geraldo Mota, esposo de dona Rita Rosa, afirma que a
plantação do feijão tem ainda outros benefícios, a exemplo da proteção
do solo, aduba a terra e ainda mantém o controle de pragas. “Esse
cultivo é uma tradição no Sertão e a grande vantagem é a resistência ao
clima, não precisa de muita irrigação e brota com facilidade”, garante.
O casal, que vive há mais de 20 anos no assentamento no município de
Murici, destaca ainda que o feijão guandu é uma cultura altamente
resistente à estiagem e fonte de proteína o ano todo. “Com mesmo pé o
feijão produz, em média, de quatro a cinco vezes”, afirma Geraldo Mota.
Nas edições da Feira Orgânica, realizadas em Maceió, uma inciativa do
Governo de Alagoas, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária,
Pesca e Aquicultura (Seagri), os produtores rurais Geraldo e Rita Mota
comercializam o feijão na forma de casca, seco, verde e descascado.
Na 16ª edição da Feira Orgânica, realizada no Pátio externo da
Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), o
feijão guandu foi vendido ao público, e ainda teve degustação do café
produzido pela agricultora Rita Rosa.
“Agregamos valor nutricional e também financeiro com a produção do
feijão guandu”, explica dona Rita. Segundo ela, tudo do feijão é
aproveitado durante a colheita, e ainda distribui ração para galinhas,
peixe, ovelhas e para o gado.
Além do feijão, o casal de agricultores do assentamento de Murici
também comercializa inhame, macaxeira, banana, laranja, além de bolos,
beiju, pé de moleque, guloseimas, entre outros.
A família sempre participa das feiras que são realizadas em Maceió no
Campus da Ufal, no Tabuleiro do Martins, no pátio da Seagri, na Praça
do Centenário, e no Mundo Verde, no bairro da Ponta Verde.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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