Mulher no poder: A Tenente-coronel que vem colocando ordem em Palmeira dos Índios
Ela chama a atenção, incomoda criminosos e desempenha função importante dentro da instituição onde trabalha.
Foto: PM AL |
Desde que assumiu o 10º Batalhão de Policiamento Militar (BPM), há
quase dois meses, Maria de Fátima Basílio de Lima do Valle,
Tenente-Coronel da PM vem colocando ordem na cidade de Palmeira dos
Índios.
Conhecida por sua postura ‘linha dura’ e operacional, Fátima Basílio,
tem 24 anos na Polícia Militar, é esposa do também tenente-coronel
Walter do Valle e vem reduzindo consideravelmente os números da
violência na cidade.
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Os números falam por si. Já foram apreendidas 44 armas de fogo, bem
como quantidade significativa de drogas, além do êxito em 11
localizações de veículos furtados e roubados e mais de 60 prisões
efetuadas.
Outro fator positivo identificado foi maior motivação na equipe
militar, fator primordial, que vem contribuindo para efetivação de um
bom trabalho de prevenção e preservação da segurança da população de
Palmeira dos Índios.
Chegar ao topo não foi fácil. Além de anos de estudos, de inúmeros
testes físicos e missões arriscadas, teve de enfrentar dificuldades
relacionadas à aceitação da ala masculina devido ao preconceito
principalmente no início de carreira.
“O preconceito sempre existiu e nunca vai deixar de existir.
Antigamente era maior, mas ainda existe. Independente de ser mulher tem
que ser profissional e saber lidar com as situações. Dessa forma, se for
competente ocupa o cargo, independente de sexo”, disse a
tenente-coronel Fátima.
A militar foi bastante cotada para assumir o Comando Geral da Polícia
Militar de Alagoas- hoje ocupado por Coronel Marcos Sampaio- e está
entre os nomes mais respeitados da corporação.
Fátima do Valle destacou que ficou feliz com a lembrança de seu nome
para um cargo tão importante e que essa valorização fortalece ainda mais
a sua postura militar.
“Hoje não cabe mais apadrinhamento apenas pela cara, tem que ser
competente. Se acontecesse de eu assumir o Comando Geral, ia ser de bom
grado. ‘A pancada ia ser seca’, não seria comandante de gabinete, e sim
de rua, como sempre fui”, destacou.
Questionada sobre como é trabalhar no Comando de um Batalhão, ela
destacou que apesar das precárias condições de trabalho, é possível
desempenhar um bom trabalho e que é muito gratificante pois mostra a
competência da mulher em gerir as coisas mesmo sem condições.
“Enquanto comandante tento fazer o meu melhor, mesmo com as condições
precárias, como deficiência de efetivo e de material para trabalhar,
mas a gente tenta levantar a moral da tropa e mostrar para eles que
estamos juntos para o que der e vier. Afinal, eles vão para as ruas
desempenhar os seus trabalhos, mas por trás deles está a coronel Fátima,
que é Comandante do Batalhão e com isso eles trabalham com a certeza de
ter segurança e apoio, pois o que der para eles dá para mim também”,
finalizou.
Disse ainda que parabeniza o trabalho e a dedicação de todos os
policiais militares do 10ª Batalhão e atribui a eles principalmente, o
sucesso e os resultados já alcançados nesses dois primeiros meses sob
seu comando.
Essa já é a terceira vez que a militar assume o comando de batalhões
da PM no interior de Alagoas. Ela já esteve no comando do Batalhão de
Atalaia e de União dos Palmares.
Por Hanny Vasconcelos
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