Geografia alagoana é tema de pesquisa em mestrado em João Pessoa

Trabalho desenvolvido pelo professor na Seplag virou fonte de pesquisa para a mestranda Jilyane Pauferro
Trabalho desenvolvido pelo professor na Seplag virou fonte de pesquisa para a mestranda Jilyane Pauferro (Fotos: Ascom/Seplag)
Servidor da Secretaria do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag) na década 70, o alagoano Ivan Fernandes Lima, falecido aos 67 anos, ainda hoje é referência quando o assunto é a geografia de Alagoas.

O trabalho desenvolvido pelo professor, quando ele ainda era colaborador da pasta, vem sendo base de diversos estudos, ultrapassando as fronteiras do Estado e chegando, até mesmo, a ser fonte de pesquisa lá em João Pessoa, na Paraíba.

A responsável pelo feito é Jilyane Pauferro, mestranda de 33 anos que já tinha uma longa história de inspiração com as obras de Ivan. Há alguns anos, a estudante cursava Geografia na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e sempre que precisava desenvolver trabalhos acadêmicos sobre temas específicos da geografia do Estado empacava no conhecimento por falta de informações.

“A gente tinha muita dificuldade em achar dados que nos auxiliassem, e todas as fontes que eu encontrava eram do professor Ivan, trabalhos produzidos por ele. A partir daí, surgiu em mim a curiosidade de pesquisar mais sobre sua produção”, explica a alagoana.

Revirando a história do Estado, por meio das obras de Ivan, Jilyane se deparou com o livro Geografia de Alagoas, publicado e escrito pelo professor, em 1965. Didática, a obra representa um marco para a área, tendo sido, inclusive, utilizada para o aprendizado dos estudantes das escolas públicas alagoanas da década de 60.

“O que eu achei interessante nesse livro em especial foi que, à medida que o professor foi explorando os assuntos geográficos, ele foi mapeando todo o território alagoano, e isso aguçou a minha curiosidade. Eu ficava me questionando como ele tinha conseguido fazer esse mapeamento naquela época, sem dispor de tanta tecnologia, e com tanta riqueza de detalhes”, aponta Jilyane.

Foi então que a alagoana decidiu se aprofundar, ainda mais, na trajetória de Ivan Fernandes Lima, fazendo um levantamento sobre a vida e obra do escritor para sua licenciatura.

Mas essa relação de admiração não parou por aí. Em 2012, a alagoana passou para uma seleção de mestrado em João Pessoa, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e levou o trabalho do professor consigo, explorando o livro Geografia de Alagoas como seu objeto de pesquisa.

“Além de o livro ter um caráter didático, é uma fonte de pesquisa para várias áreas. Foi por meio dos estudos do professor Ivan que Alagoas começou a ser conhecida pelas suas leituras de mapa. O professor Ivan foi geógrafo da Seplag e coordenou os estudos de regionalização do Estado, realizando ainda mais mapeamentos que até hoje contribuem para o estudo dessa área”, explica Jilyane Pauferro.

Para a mestranda, o trabalho de campo desenvolvido por Ivan Fernandes Lima, além de servir como fonte de inspiração e pesquisa, reflete a importância da área para o desenvolvimento de todo um Estado.

“Se hoje conhecemos Alagoas e temos informações sobre o lugar em que vivemos, muito se deve à obstinação de Ivan. Temos que, cada vez mais, dar seguimento ao seu trabalho e conhecer os aspectos geográficos do nosso Estado, não só para o planejamento, mas para que a sociedade conheça o seu lugar, como forma de identidade, e saiba também prevenir problemas sociais e ambientais que, muitas vezes, podem ser combatidos de uma forma simples, apenas com a informação”, completa a mestranda.

Acervo

Além do livro Geografia de Alagoas, outras obras de Ivan Fernandes Lima, como os cadernos de regionalização desenvolvidos por ele, estão disponíveis na Biblioteca Professor Luiz Sávio de Almeida, localizada na Secretaria do Planejamento.

De acordo com a supervisora da Biblioteca, Gorileide Pereira, o intuito do espaço é reunir cada vez mais obras que auxiliem a pesquisa científica no Estado de Alagoas.

“Nossa biblioteca é especializada e tem o perfil de guardar esses documentos que são essenciais para os estudiosos. É importante ressaltar que eles jamais encontrariam esses materiais na internet. Estamos cumprimos com a responsabilidade de não só manter esse acervo, como de também procurar enriquecê-lo o máximo possível”, explica.
 
Por  Blog Adalberto Gomes Noticias com Agência Alagoas

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