CNJ engaveta há quase sete meses processos contra presidente do TJ/AL
Washington Luiz tem quatro processos no CNJ |
Estão paradas há quase sete meses no
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quatro propostas de abertura de
Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o presidente do
Tribunal de Justiça de Alagoas, Washington Luiz Damasceno Freitas.
As propostas foram feitas pela
corregedora nacional de Justiça Nancy Andrighi. A primeira diz respeito à
suposta participação dele num cartel de merendas interestadual.
A segunda é sobre suposta atuação do
desembargador em favor da filha, ex-prefeita de Piranhas, em Alagoas
Millena Freitas – atual secretária de Cultura do governo Renan Filho -,
em processo por suspeita do desvio de R$ 15 milhões.
A terceira trata de possível
interferência de Damasceno num processo em que seu ex-genro é acusado de
fraude em licitação. A última é sobre suposto envolvimento do
desembargador em eventos que resultaram na morte de três pessoas entre
os anos de 2009 e 2013.
Nancy Andrighi solicitou o afastamento
do desembargador até que as investigações sejam concluídas. O julgamento
parou porque, primeiro, o conselheiro Norberto Campelo solicitou vistas
dos pedidos. Campelo os devolveu em março. Desde então, o presidente do
CNJ e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo
Lewandowski, não os coloca em votação.
0 advogado de Damasceno, alagoano Nabor
Bulhões – uma das bancas de advogacia mais cara do Brasil – , afirma que
“o desembargador não tem qualquer influência sobre o tempo para se
julgar os processos, para segurar a tramitação” e que “normalmente,
demora-se mesmo”.
Bulhões atribui, ainda, as acusações a
“pessoas que pagaram caluniadores” contra Damasceno. Disse, ainda, que
“setores do estado querem vê-lo fora do TJ para indicar outra pessoa. O
pedido da corregedora é um equívoco monumental”, afirma Bulhões.
Por Bernadino Souto Maior
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