Publicação internacional destaca êxito da Codevasf no repovoamento do São Francisco
Revista
científica veicula artigo assinado por técnicos da Companhia detalhando
o reaparecimento da espécie matrinxã na bacia hidrográfica
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Imagem Ascom Codevasf |
O
reaparecimento da matrinxã na região do Baixo São Francisco como
resultado dos peixamentos realizados pela Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) foi destaque na
publicação científica internacional Aquaculture, Aquarium, Conservation
& Legislation – International Journal of the Bioflux Society.
O
trabalho foi publicado na edição deste mês de outubro do jornal
científico e possui autoria de dois técnicos da Codevasf, o engenheiro
químico Marcos Vinícius Teles Gomes e o técnico em aquicultura Vinicius
Augusto Dias Filho, em parceria com o professor Marcelo Fulgêncio Guedes
de Brito e os pesquisadores Renata Bartolette e Thiago D’ávilla, da
Universidade Federal de Sergipe (UFS).
A
matrinxã é uma espécie nativa da bacia hidrográfica do rio São
Francisco que há décadas não era capturada pelas redes dos pescadores
artesanais, segundo relato de representantes das colônias de pescadores
da região. “A matrinxã não era pescada na região do Baixo São Francisco
há aproximadamente 40 anos no trecho estudado entre os municípios de
Porto Real do Colégio, em Alagoas, e Propriá, em Sergipe”, observa o
engenheiro químico Marcos Gomes.
Para
identificação do retorno da matrinxã às águas do Baixo São Francisco
foi utilizada uma metodologia de captura por amostragem em um trecho do
rio entre os municípios de Porto Real do Colégio (AL) e Própria (SE).
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Imagem Ascom Codevasf |
“A
metodologia utilizada é bastante conhecida e aplicada por pesquisadores
na área de biologia pesqueira, onde a captura dos peixes é realizada
utilizando-se um conjunto de redes especiais visando amostragem
quantitativa, processo no qual as redes são deixadas em locais de
remanso por aproximadamente 14 horas. Em seguida, de acordo com o local e
a rede utilizada, os peixes são identificados, medidos e pesados”,
explicou o engenheiro químico da Codevasf.
Ele
nota ainda que os peixamentos para repovoamento com a matrinxã na
região do Baixo São Francisco, realizados pela Codevasf por meio do
Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba, tiveram
início há aproximadamente cinco anos.
“Os
peixamentos realizados são uma das iniciativas para revitalização da
bacia hidrográfica do São Francisco executadas pela Codevasf e integram o
conjunto de ações de recomposição da ictiofauna, pois eles recompõem o
estoque pesqueiro e garantem a biodiversidade. O monitoramento que
realizamos conseguiu provas que as ações de peixamento realmente são
eficazes. A publicação dos dados na revista internacional significa a
validação desse trabalho e de seus resultados”, comemora Marcos Gomes.
Esforço e dedicação
Para
o professor Marcelo Brito, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e
Conservação e um dos autores do artigo, a comunidade científica nacional
e internacional vê o reaparecimento do matrinxã no Baixo São Francisco
como resultado do esforço e dedicação da equipe do Centro Integrado de
Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba no trabalho de reprodução em
cativeiro de espécies nativas do São Francisco. “A publicação do
trabalho mostra também a importância do programa de monitoramento da
ictiofauna, que permite avaliar a dinâmica dos peixes ao longo dos
anos”, afirmou.
A
atuação do professor Marcelo Brito no Centro Integrado teve início em
agosto de 2012 com o acompanhamento do monitoramento da ictiofauna no
rio São Francisco e já tem como resultado a produção de diversos
trabalhos acadêmicos na unidade da Codevasf, como dissertações de
mestrado, monografias de graduação e trabalhos de iniciação
científica que avaliaram a reprodução e alimentação dos peixes e
atividades de educação ambiental envolvendo a comunidade ribeirinha.
“Outra
linha de pesquisa em que também atuamos está relacionada a protocolos
para melhorar a eficiência na larvicultura e alevinagem de peixes
nativos do rio São Francisco. Temos também, em andamento, o Guia dos
Peixes do Baixo São Francisco, que está sendo elaborado por
pesquisadores da UFS, UFAL, UFBA e Centro Integrado de Recursos
Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba. O novo desafio será fazer o
mapeamento das lagoas marginais do Baixo São Francisco e verificar a
efetividade delas. Após a construção da represa de Xingó, a dinâmica dos
pulsos de inundação no Baixo São Francisco mudou radicalmente. Neste
estudo pretendemos avaliar quais delas ainda funcionam como berçário
para os peixes”, conta o professor e pesquisador da UFS.
Por Ascom Codevasf
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