HGE atende, em média, cinco novos pacientes etílicos por dia
O consumo de álcool, aliado ao sedentarismo e a negigência com a saúde levaram a dona de casa Maria Barbosa da Silva a ter um AVC aos 61 anos de idade Thallysson Alves |
Todos os dias, chegam ao Hospital Geral do Estado (HGE) cidadãos
com histórico de ingestão de álcool, segundo afirmam médicos clínicos da
unidade. São casos de pacientes etílicos crônicos, com insuficiência
hepática, esofagites, gastrite, hipertensão; até Acidente Vascular
Cerebral (AVC). Além das várias vítimas de acidentes de trânsito.
Apesar de não existir estatística específica quanto ao número de
pacientes etílicos atendidos no HGE, a médica Tainá de Barros Costa
relata que em um plantão chegam pelo menos cinco pacientes com doenças
relacionadas à ingestão do álcool.
“Em época de festas, como réveillon, carnaval e festas juninas, a
incidência de intoxicações alcoólicas aumentam consideravelmente,
principalmente entre os jovens. É um problema de saúde pública, que
envolve tradição e cultura. O problema é que também chegam ao hospital
casos graves que necessitam de internamento e, dessa forma, isso ainda
contribui com a diminuição da oferta de leitos”, explicou a médica.
Pacientes em crise de abstinência também são assistidos pelos
profissionais do HGE. “Durante o internamento, nós acionamos psicólogos e
todos os profissionais necessários ao fortalecimento da saúde do
doente. E, no momento da alta médica, também formalizamos
encaminhamentos para a continuação do tratamento”, pontuou Tainá Costa.
O sedentarismo e a despreocupação com a saúde levaram a dona de casa
Maria Barbosa da Silva, de 61 anos, à única Unidade de AVC de Alagoas.
“Eu não faço nenhuma atividade física, mas gosto de beber cerveja e
tomar aquela ‘lapadinha’ na feijoada do fim de semana. Faz anos que não
vou ao médico. Tinha nem ideia de que por isso poderia sofrer um derrame
cerebral”, afirmou a dona de casa, mãe de quatro filhos.
Além de hipertensão, problemas cardiovasculares, neurológicos e
outras complicações, a médica acrescenta que o paciente etílico, como a
dona de casa, está mais propenso a desenvolver doenças devido à queda na
imunidade. “O corpo perde proteção e os vírus, por exemplo, podem
ganhar força. Desse modo, uma gripe, que poderia não ser contraída,
termina sendo a causa de transtornos que poderiam ser evitados”, afirmou
médica Tainá de Barros Costa.
Todos os pacientes etílicos assistidos no HGE são submetidos a
hemograma e, em casos mais graves, tomografia e calmantes. De acordo com
a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão de bebidas alcoólicas
também onera a sociedade, de forma direta e indireta, potencializando os
custos em hospitais e outros dispositivos do sistema de saúde, sistema
judiciário e previdenciário, e acarreta a perda de produtividade no
trabalho, absenteísmo, desemprego, entre outros.
“As pessoas ainda acham que beber uma cervejinha no fim de semana não
faz mal algum. As complicações físicas do álcool são um problema de
saúde pública e uma grande perda de qualidade de vida. Como o alcoolismo
é uma doença crônica, os efeitos podem aparecer após anos de uso e nem
sempre estão associados com a dependência química”, alertou a médica.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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