Deputados de Alagoas acreditam que após impeachment o Brasil voltará a crescer
Deputado Arthur Lira (PP) será o primeiro a votar pela bancada federal; Ronaldo Lessa (PDT), o último
Imagem Agência Câmara |
Os deputados federais da bancada de Alagoas serão os responsáveis por definir o resultado da votação que analisa a admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional, que está previsto para o final da tarde de domingo (17). A bancada do estado será a última a votar. O clima de incerteza que paira sobre a realidade que o Brasil vai acordar na próxima segunda-feira (15) contrapõe-se com o cenário de crise político-econômica que o país enfrenta há meses. Os deputados de Alagoas pró-impeachment acreditam que o Brasil, após o processo, tem todas as condições de retomar o crescimento que perdeu há muito tempo.
O mapa do impeachment aponta que a bancada federal do estado de Alagoas deve garantir ao menos seis votos pelo impeachment. Os deputados JHC (PSB), Maurício Quintella (PR), Pedro Vilela (PSDB), Cícero Almeida (PMDB), Arthur Lira (PP) e Marx Beltrão (PMDB) devem votar pela admissibilidade do processo. Em pronunciamento na tribuna da Câmara nessa sexta-feira (14), Quintella declarou que seu voto é fruto de discussão sobre o farto material analisado pela comissão especialmente formada para debater as supostas irregularidades do governo petista.
"Ao longo dos últimos dias, a Câmara discutiu com profundidade o teor da acusação que foi aceita pela Casa. Particularmente, respeito a decisão de alguns colegas, inclusive do meu partido, de votarem pela rejeição do processo na Câmara. Porém, como parlamentar, acredito que há, sim, elementos que comprovam os crimes cometidos pela presidente Dilma. Eu voto sim pelo futuro de Alagoas, bem como do Brasil", declarou Quintella.
Quem defende o impeachment da presidente, aponta os crimes de responsabilidade como base para o processo, as conhecidas popularmente como 'pedaladas fiscais'. Segundo os defensores, a presidente teria indo na contramão dos dispositivos que regulamentam a meta fiscal do país, como também teria autorizado a edição de crédito suplementar sem a devida expectativa de receita. Para Pedro Vilela, a saída da presidente Dilma traz consigo a possibilidade de uma nova realidade.
"Nossa expectativa é que o processo passe pela Câmara com certa folga. Assim, vamos aguardar para observar como o vice-presidente, Michel Temer, vai se posicionar diante dos grande desafios que o Brasil tem para os próximos anos. Não será uma tarefa fácil em virtude da nossa triste realidade. Acredito que ele deve se posicionar de forma ousada, proativa, com coragem, bem diferente desse governo que aí está sem crédito nenhum. O PSDB quer ajudar nesse projeto de transição, sem troca de cargos. Mas, sim, com uma proposta para o Brasil", expôs Vilela.
Para o deputado JHC, além dos crimes de responsabilidade, a atual presidente da República cometeu ''também um notório estelionato eleitoral com o único objetivo de se manter no poder, ferindo a Constituição Federal e atentando contra todos os princípios da administração pública". De acordo com o parlamentar, o próximo presidente deve ter a capacidade de enxergar as dificuldades do país e, diante do quadro que encontrar, com desemprego em alta e crise econômica, propor soluções.
"Precisamos pensar na união do país e em um trabalho conjunto entre legislativo e Executivo. As relações entre os dois poderes foram gravemente deterioradas desde 2011 por falta de disposição ao diálogo vinda do Executivo. Poderemos restaurar o diálogo entre os poderes, especialmente, depois de tamanha demonstração de protagonismo pelo Congresso Nacional nesse processo atual. É preciso uma coalizão que trabalhe em favor do país e não por um projeto de poder", reforçou JHC.
"É golpe, não há crime!"
Os deputados Paulão (PT) e Givaldo Carimbão (PHS) são contrários ao processo de impeachment. Para o petista, a matéria que tramita na Câmara Federal apresenta ''vícios formais e não aponta os crimes que a presidente teria cometido". Já Carimbão argumenta que vai votar de forma contrária porque ao longo dos últimos 13 anos foi aliado da base do governo Lula e Dilma e que, por isso, não pode deixar de lado o que considera como "herança construída para os interesses do povo alagoano e também do brasileiro durante esse período".
O indeciso
Quintella postou em rede social que tenta convencer Lessa
O ex-governador e deputado Ronaldo Lessa (PDT) deve votar contra a admissibilidade do processo na Câmara Federal. Apesar de ter sido procurado por diversas vezes ao longo da semana, assumiu a postura de preservar seu voto até a hora final neste domingo. Ele vai fechar a votação representando a bancada estadual. Em reunião nessa semana, o PDT fechou questão de votar contrário ao processo, ameaçando, inclusive, de expulsão os deputados que não seguirem a orientação partidária.
A ordem de votação da bancada de Alagoas é a seguinte: Arthur Lira, Cícero Almeida, Givaldo Carimbão, JHC, Marx Beltrão, Maurício Quintella, Paulão, Pedro Vilela e Ronaldo Lessa.
Por Gazeta Web
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