Alagoas: Palhaço Biribinha perpetua arte circense em todo Brasil
Mestre do Patrimônio Vivo alagoano é destaque no cenário nacional
Sua mãe, Expedita, a Dita Silveira, teve o circo como sua escola, tornando-se uma das melhores atrizes do grupo, tanto nos dramas como nas comédias. Nelson e Dita tiveram seis filhos e todos se tornaram artistas de circo. Teófanes, filho mais velho dos seis, iniciou sua aprendizagem e estreia no circo teatro aos sete anos de idade.
Durante atuação em uma peça, Teófanes falava algumas palavras erradas, o que acabou provocando risadas das plateias. No dia seguinte, seu pai, Nelson Silveira, o pintou de palhaço para representar a mesma peça. O eletricista da companhia sugeriu que se o pai era o Palhaço Biriba, então que colocasse o nome do filho de Biribinha.
"O palhaço é um homem pintado, e um homem, um palhaço sem se pintar”, declarou o artista Ascom/Secult |
A
cultura alagoana e os artistas da terra ganham cada vez mais espaço no
cenário nacional. Nesta semana, o artista circense Teófanes Silveira
ganhou mais um troféu. Desta vez, a Secretaria de Estado da Cultura de
São Paulo concedeu ao palhaço Biribinha o Prêmio Governador do Estado
para Cultura 2015, na categoria Circo – Júri Popular, com 58% dos votos.
O Prêmio é uma forma de valorização e incentivo à produção cultural.
Mestre
do Patrimônio Vivo de Alagoas, Teófanes Antônio Leite da Silveira, leva
alegria junto à Companhia Turma do Biribinha há mais de 50 anos. Para
ele, para ser um profissional do riso não basta apenas se fazer piada.
“O ofício de quem busca o riso constante é um dom de conhecimento da
alma humana. Ser palhaço é ser uma representação simbólica de um povo,
que se vira diante das mais complicadas situações que a sociedade lhe
impõe. O palhaço é um homem pintado, e um homem, um palhaço sem se
pintar”, declarou o artista.
O
primeiro palhaço Biriba foi Nelson Silveira, pai de Biribinha. Ele
entrou no universo circense após declamar uma poesia de forma diferente.
O modo como a recitou, a entonação, as expressões faciais
impressionaram o público, e Nelson Silveira convidado para participar do
curso de teatro, em Salvador.
Tornou-se
ator e, posteriormente, foi contratado pelo circo Pavilhão Teatro
Guarani para ser diretor-teatral. Faleceu em 1977, com 65 anos. Para
Teófanes, foi a partir daquela poesia que principiou toda a história
circense da família Silveira.
Sua mãe, Expedita, a Dita Silveira, teve o circo como sua escola, tornando-se uma das melhores atrizes do grupo, tanto nos dramas como nas comédias. Nelson e Dita tiveram seis filhos e todos se tornaram artistas de circo. Teófanes, filho mais velho dos seis, iniciou sua aprendizagem e estreia no circo teatro aos sete anos de idade.
Durante atuação em uma peça, Teófanes falava algumas palavras erradas, o que acabou provocando risadas das plateias. No dia seguinte, seu pai, Nelson Silveira, o pintou de palhaço para representar a mesma peça. O eletricista da companhia sugeriu que se o pai era o Palhaço Biriba, então que colocasse o nome do filho de Biribinha.
“Naquela
época, o circo teatro não tinha recurso técnico nenhum, mas nós
tínhamos a criatividade de provocar no expectador a reação do
inesperado”, lembra Teófanes.
O
Circo Mágico Nelson fez história em Arapiraca e Biribinha também deixou
sua marca. Hoje, há um espaço que atende mais de 700 crianças e
adolescentes da Rede Municipal de Ensino, que tem aulas de tecido,
acrobacia solo, corda indiana, malabares e arte do picadeiro. A escola,
que recebe o nome do palhaço, repassa a arte milenar, mantendo a
tradição cultural.
Biribinha
chegou ao topo do escalão circense no Brasil, sendo referência para
inúmeros atores e aspirantes no picadeiro.O enredo das suas
apresentações é repleto de alegorias e metáforas.
“O
mundo do circo sempre exerceu fascínio sobre todas as pessoas. Crianças
e adultos deixaram e deixam se levar nas ilusões do mágico ou nas
deliciosas brincadeiras do palhaço”, afirma o palhaço.
Atualmente,
vive com sua família em Americana, interior de São Paulo, local onde
ocorrem circuitos contínuos de espetáculos do segmento.“O circo
representa a minha própria vida! Foi nele que nasci, cresci e continuo
vivendo e aprendendo; ele é a minha universidade”, conclui o palhaço
Biribinha.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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