Simone e Simaria estão em busca por corpo do pai, enterrado como indigente
Simone e Simaria |
“A gente não tinha dinheiro, não tinha nada. A gente morava numa casa de tábua, no meio do garimpo, que é onde você vai pra pegar diamante, pra ver se acerta na vida, e o garimpo era o Garimpo do Arroz. Um lugar muito perigoso. Todos os dias a gente via pessoas mortas na porta de nossa casa, assassinadas mesmo. Foi muito triste nossa infância com nossos pais. Minha mãe sofreu muito com meu pai. A gente não tinha nada na vida, estávamos ali tentando achar uma pedra. Aquele sonho de nordestino, que acha que vai achar uma pedra e vai mudar de vida, salvar a família. Meu pai estava sempre buscando uma vida melhor para nós duas”, relatou Simaria.
“Ele tinha 44 anos e foi tomar banho. Minha mãe chamou. Meu pai era assim, quando minha mãe chamava, ele respondia logo. E a gente era louca nele. Ele era incrível. Ele não respondeu. A casa era de madeira, quando olhei, vi ele deitado no chão, lembro até hoje”, seguiu a artista, que estava emocionada.
Simone seguiu: “Minha mãe, como não teve estudo, e a gente era muito criança. Os amigos que ajudaram a fazer o enterro. E foi assim. Hoje a gente briga na justiça pra conseguir achar o corpo pra fazer tudo direitinho, agora que a gente pode”, explicou.
Em busca pelo corpo do pai, elas já encontraram outros dois, mas nenhum que fosse dele. “Já abriu duas vezes, mas não achou. Achou uma mulher, outra pessoa, mas ele não. Eu tinha 11 anos quando ele morreu. E eu nessa correria louca ainda não consegui parar pra resolver, porque depende da justiça pra determinar um dia, para exumar o corpo”, contou Simone.
Em outros momentos, as cantoras relembraram o início da carreira e falaram da correria do dia a dia.
Por O POVO Online
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