Matéria do UOL acusa Mellina Freitas de receber do PMDB e do governo ao mesmo tempo
Ex-prefeita de Piranhas e atual secretária de Cultura de Alagoas, Mellina Freitas (PMDB) (Crédito: Portal UOL) |
O portal UOL denunciou, na manhã desta
segunda-feira, que a secretária de Cultura do Estado de Alagoas, e
ex-prefeita de Piranhas, Mellina Freitas, acumulou, durante sete meses, o
cargo no Executivo Estadual e o de assistente administrativo na sede do
PMDB.
Documentos obtidos pelo portal mostram que a
prestação de contas do partido, feita ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) em 2015, apontam que entre os meses de janeiro e junho daquele
ano, Mellina recebeu como funcionária do Diretório Nacional do PMDB,
cuja sede fica em Brasília, e como secretária de Estado em Alagoas,
cargo que exige dedicação integral.
Os documentos mostram ainda que Mellina recebeu
rendimentos das duas fontes. Em junho, por exemplo, ela recebeu R$ 7.200
como assistente administrativa do PMDB e R$ 18,2 mil como secretária de
Estado, um total de R$ 25,4 mil.
A assessoria da secretária negou que houvesse
irregularidades em sua contratação e o PMDB não se pronunciou sobre o
caso. O partido paga seus funcionários com recursos majoritariamente
vindos do fundo partidário.
A acumulação de cargos de funcionário público, mesmo
que seja comissionado, como é o caso de Mellina Freitas, é proibida
pela legislação nos casos em que há incompatibilidade de horários. O
portal UOL destacou ainda que para cumprir as jornadas de trabalho pelas
quais ela recebeu, a ex-prefeita teria que trabalhar 84 horas por
semana e a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) limita a jornada
máxima de trabalho em 44 horas semanais.
“Além disso, Mellina teria de conciliar uma rotina
de trabalho entre Brasília e Maceió, que estão a 1.896 quilômetros de
distância uma da outra”, informou o portal.
Mellina foi prefeita de Piranhas entre os anos de
2009 e 2012. Em 2013, foi contratada pelo Diretório Nacional do PMDB,
como assistente administrativa. Um mês depois, ela foi denunciada pelo
MP-AL (Ministério Público do Estado de Alagoas) por crimes como
peculato, falsificação de documentos e fraude em licitação. Ela foi
acusada de comandar um esquema que desviou R$ 15 milhões dos cofres
públicos do município alagoano cometendo um crime a cada três dias.
À época, ela negou participação nas irregularidades
apuradas pelo MP-AL. Em julho deste ano, a Justiça de Alagoas bloqueou
R$ 15,9 milhões em bens da ex-prefeita em ação que investiga sua
participação no esquema. O processo ainda está em andamento.
O Diretório Nacional do PMDB, a Controladoria-Geral
do Estado de Alagoas, a Procuradoria-Geral do Estado de Alagoas e a
Secult (Secretaria de Estado de Cultura de Alagoas) foram questionados
por e-mail pelo portal UOL.
No e-mail enviado à reportagem, a Secult afirmou que
"não houve incompatibilidade no ato de nomeação [...] da servidora
comissionada Mellina Torres Freitas para o cargo de secretária de Estado
da Cultura, visto que o Partido do Movimento Democrático Brasileiro se
trata de uma entidade de direito privado".
A Secult informou ainda que não via nenhum
impedimento ético na dupla jornada da secretária. "A jornada de trabalho
se dá por regime integral, e não exclusivo. Desta forma, não havia
impedimento ético ou legal nas funções exercidas pela servidora".
De acordo com a legislação, o regime de dedicação
integral (ao qual Mellina está submetida) não a impede de ter um emprego
em entidades privadas. Já o regime de dedicação exclusiva a impediria
de ter outra atuação profissional.
O fundo partidário
O fundo partidário, cujo nome oficial é Fundo
Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, é um montante
repassado todos os anos pelo poder público para os partidos formalmente
registrados junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para receber o
dinheiro, que serve para atividades partidárias, as siglas devem estar
com suas prestações de conta em dia. Em 2015, o fundo distribuiu R$ 867
milhões aos partidos. Só o PMDB recebeu R$ 92,8 milhões.
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Por TNH1 com do UOL
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