Artista Alagoana Geovana Cléa desponta no mercado internacional das artes plásticas
Alagoana de Inhapi, Geovana Cléa vem conquistando, ao longo de uma
trajetória artística que já somam duas décadas, destaque e reconhecimento
internacional. Já teve seus trabalhos expostos em expôs em vários países e
capitais do mundo, como Áustria, França, Suíça, Itália, Principado de Mônaco,
Portugal e em importantes cidades como Roma, Veneza, Turim, Paris, Lyon, Nova
York, Los Angeles, Lisboa, Monte Carlo; e atualmente está com a exposição
individual “Stardust” em cartaz no
Visionnaire Design Gallery, em Milão.
Geovana expôs no
Brasil pela primeira vez em outubro de 2015, na Galeria Gamma, em Maceió, na
coletiva “Cinco”. Na ocasião, fez um vídeo especialmente para o Aqui Acolá
falando sobre as obras e sua trajetória artística. Ela participou da mostra com
a série “Origens e Sentimentos”, uma homenagem ao
Brasil. Esta série também participou da 54° Bienal de Veneza. Confira aqui!
Trajetória
Filha do agropecuarista Luiz Celso
Malta Brandão e da pedagoga Rita Tenório Brandão, Geovana Cléa é a terceira e
única filha de uma família de quatro irmãos. Na infância despertou para letras
e a música. Indícios de que o universo das artes povoaria sua
existência. Mas, foi em Florença, na Itália, berço do renascimento, que a
alagoana enfim descobriu seu gosto pelas artes plásticas ao participar por um
ano do curso de Língua Italiana e Arte, no Instituto Europeu de Língua e Arte.
Ao termino do curso voltou para sua
cidade continuando com os estudos de técnicas artísticas. Mas, Geovana estava
para a Itália, assim como o pincel para a tinta. O reencontro com a terra de
Giotto e Michelangelo foi por amor. Casou-se com o italiano e ex-atleta
profissional de ciclismo, Eddy Ratti. Foi também lá que realizou sua
primeira exposição, organizada pelo Instituto Cultural do Brasil em Milão,
ligada ao Consulado e Embaixada do Brasil na Itália, em 2005.
Foto: Acervo da artista |
Cléa também não se
limitou ao território italiano. Expôs por três vezes (2011, 2012 e 2014) no
Salão Nacional de Belas artes no Louvre de Paris, sendo que em 2014 a artista
recebeu o prêmio da Juria da Sociedade Nacional de Belas Artes de Paris “Carrousel du Louvre 2014” pelas suas obras Earth and World of the Minerals. O salão existe
desde 1861 e nele tiveram expostos trabalhos de artistas como Renoir (um dos
primeiros presidentes da Sociedade de Belas Artes de Paris), Matisse, Picasso,
Monet. O espaço é conhecido também como Salão dos Impressionistas de Paris.
Escritora
Foto: Acervo da artista |
Além das artes plásticas, a alagoana
também manteve o apreço pelas letras e, em 2012, ganhou um prêmio literário
internacional na Itália, ao participar do Concurso “Vozes & Voci 2012” com
o monólogo “Lição de Amor” e foi premiada na categoria Ouro. Em meio a centenas
de textos, Geovana ficou entre os 33 escritores contemplados. A premiação foi
oferecida pela Associação Cultural Internacional Mandala (ACIMA) que tem como
objetivo favorecer a cultura entre brasileiros e italianos, bem como de todos
os artistas do mundo.
A artista também tomou posse em 2015
como membro imortal da Academia Luminescência Brasileira (Academia de Ciências,
Letras e Artes), com sede em Araraquara, no estado de São Paulo. Ela ocupa a
cadeira número 64, cujo patrono é Pio Lourenço Corrêa.
Exposição Stardust
Foto: Acervo da artista |
Inaugurada em 22 de
outubro de 2015, a mostra individualStardust que segue até o
final de janeiro no Visionnaire Design Gallery, em Milão, é resultado de um
intenso trabalho realizado em dois anos. Nesta mostra, Geovana buscou
inspiração às margens do rio chamado Trebbia (norte da Itália) para compor sua
obra. A exposição tem curadoria de Marco Morandini.
A série
consiste em um minucioso trabalho composto de pedras (pó de quartzo branco)
colhidas à beira do rio, unidas a minerais líquidos, cristais swarovski e
resina. Suas obras criam imagens cósmicas como uma projeção do pó das estrelas,
evocando as origens da terra mãe, com cores intensas e plenas de
expressividade.
Foto: Acervo da artista |
A galeria abre
espaço para a arte contemporânea e esta presente em mais de 60 países do
mundo. “Assim como em cada obra que um artista faz, as criações que a Visionnaire apresenta e que são criadas por
artistas, arquitetos e designers do mundo inteiro, têm como visão, propor obras
únicas e feitas com materiais de valor”, explicou Geovana em entrevista para o
Aqui Acolá.
Foto: Acervo da artista |
“Nesta exposição contei com sponsors como swarovski
e Gobbetto resinas, dois lideres mundiais na própria área de produtos e isso
graças a um querido amigo arquiteto Marcello Albini, que desde sempre trabalha
no mercado do luxo e do design made in Italy”, explicou a artista.
Ainda segundo a
Cléa, a Visionnaire conta com uma
galeria interna desde 2011, em Milão, dedicada a projetos e Arte Contemporânea
localizados, que se chama Wunderkammer Visionnaire, que e é onde a
artista alagoana expõe no momento.
Entrevista | Geovana
Cléa
Conheça um pouco mais sobre a Geovana
Cléa nesta entrevista concedida por ela ao Aqui Acolá por e-mail.
Foto: Acervo da artista |
Aqui Acolá – Como surgiu a ideia de trabalhar com
arte?
Geovana Cléa – A arte não parte de uma ideia, artista
nasce com um dom e com o tempo descobre que não pode viver sem pratica-lo.
Aqui Acolá – Qual técnica você utiliza nas suas
obras?
Geovana Cléa – Uso tintas acrílicas, resinas, ouro
diluído e tintas tridimensionais, porém ultimamente estou desenvolvendo meu
trabalho com tintas feitas com elementos naturais feitas com pó de quartzo ou
minerais e metais líquidos.
Aqui Acolá – Qual sua exposição mais marcante?
Geovana Cléa – Foram tantas marcantes… A Bienal de
Veneza foi especial, quando expos no Palácio Real de Milão também, esta ultima
que ainda esta aberta na Visionnaire Design Gallery de Milão… Enfim, é sempre
uma grande emoção mostrar o próprio trabalho.
Geovana Cléa – Alagoas é minha terra, carrego e
carregarei sempre comigo as minhas origens, o amor pelo mar, pelo sol e pelas
cores vibrantes.
Aqui Acolá – Como o artista brasileiro é tratado
em outros países? Você sentiu algum tipo de dificuldade?
Geovana Cléa – Independentemente de ser artista ou
não, viver em outro país é muito difícil, ter que se adaptar a uma cultura
diferente, com visões diferentes de vida é bem complicado. Mas, a arte é
internacional e no meio artístico se encontra pessoas de varias nacionalidades,
portanto, ser artista é como ter um passaporte válido a todas culturas e países
do mundo.
Aqui Acolá – Quem são suas referências artísticas?
Geovana Cléa – Tento buscar minhas ideias e fazer meus
projetos artísticos em modo muito intimo, com o foco de criar algo que
realmente saia de dentro de mim, portanto, não busco referencias com outros
artistas, acredito que cada um tem o próprio valor justo por criar coisas que
saem de dentro da alma e que se tornam únicas e especiais, e é justamente por
isso que uma obra tem um valor indescritível.
Aqui Acolá – Atualmente você faz parte de um grupo
de artistas. Gostaria que você falasse um pouco sobre essa experiência?
Geovana Cléa – O grupo de artistas se chama Emotions of the World, foi ideado por mim, enquanto desde
2008 aqui na Europa estamos vivendo uma verdadeira crise econômica, foi uma
forma de se unir e não parar com a nossa arte, seguir fazendo feiras internacionais
e fazendo partnership com galerias de todo o mundo, hoje Emtions of the World é uma verdadeira Galeria de Arte
Popup que já expôs em vários lugares e países.
Foto:
Acervo pessoal de Geovana. Artistas de Emotions of the World e outros artistas
convidados durante expo na Galeria Rosso Tiziano organizada por EOTW.
Aqui Acolá – Falando um pouco sobre você, como é
sua vida em Milão? Casou, teve filhos? Do que você mais sente saudades?
Geovana Cléa – Minha vida em Milão é bem empenhada com
a arte, hoje me sinto em casa aqui, tenho amigos e uma vida social
completamente milanesa.
Casei, tenho dois filhos, Victor de 17
anos Alicia de 14 anos e sou casada com um italiano, meus filhos nasceram em
Maceió, amam a terrinha e vivem com saudades.
Foto:
Acervo da artista. Geovana com o marido e os dois filhos
Sinto saudades de muitas coisas, do
mar, do sol, dos amigos que deixei da minha família, do meu sertão, enfim…
Sinto saudades de um pedaço de vida meu que estará sempre dentro de mim, mas
quem sabe um dia eu volte.
*A foto que ilustra a capa do post é de Danilo Maiandi.
Por Aqui Acolá
Por Aqui Acolá
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